A PROVIDÊNCIA.

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Christopher Collins.

ㅡ Te amo, e amei, antes do toque, e do beijo,
minha amada.

ㅡ Alguém do além.

Depois que deixei a Stella em sua casa, eu fui direto para minha. Eu sabia que se eu chegasse molhado, a Lis iria perguntar e eu não poderia negar.

Coloco o carro na garagem, e entro em casa.

-Lis? -Pergunto adentrando na casa, olhando para os lados, para avistar a mais velha.

-Onde estava? Você me deixou depois do parque aqui, e sumiu, e agora está todo molhado. -Veio em minha direção com uma expressão nada boa.

-Hum, sai para andar, e fui comprar uma coca. Aí, sabe a Stella? -Fecho a porta, dou alguns passos até a sala principal, e me sento no sofá.

-Sim, a que vimos hoje?, a garotinha que você diz que irá casar. -Chegou perto de mim, porém hesitou sentar ao meu lado.

-A vi, e como está chovendo, dei carona para ela, ela estava mais linda que cedo. -Digo mordendo os lábios. Ela estava normal, do mesmo jeitinho. Porém estava.. radiante.

Lis me olha com os olhos entre abertos. Sempre fiquei confuso sobre as reações de Lis. Quando falo certas coisas ou ajo de certa maneira, seu modo de agir era como algo enigmático.

-E, você a levou para casa? Oh.. -Indagou. Sua fala soou meio triste. No mesmo instante, Lis levou sua mão á boca. Como se temesse algo.

-Sim sim! Na porta. Como naquele dia, que você falou sobre os modos. - Falo levantando minhas mãos até meu cabelo e arrastando para trás, pois estava molhado e caindo sobre minha testa.

-Oh.. meu menino, um mini cavalheiro, que orgulho! -Sua feição mudou repentinamente, e colou uma mão na outra como se fosse rezar. Um ato de feliz de comemoração, eu diria. Não sei o motivo.

A encaro.

-Já disse que tem sentimentos por ela? Porque, se ela começar a namorar, não quero ver o meu menino magoado. -Começou a andar para lá e para cá, declarando sua frase.

-Não.. ainda não. -Observo sua inquietação, atentamente. Lis não era, e nunca foi de agir desta forma.

-Garotas não são como as dos filmes. -Disse explicando e apontando para TV. Sua fala me deixou com um pé atrás. Fiquei indelineável com sua fala.

-Hum. Por quê Lis? Por quê elas não percebem? -Falo o que veio em minha mente, seria bom eu ter uma resposta para esta pergunta. Isso desmestificaria meu pensamento macróbio.

-Olha filho, garotas são como algo sensível, como uma flor, você tem que esperar. Como no seu caso é amor recíproco, você tem que esperar brotar. Não adianta você chegar em uma e forçar algo, assim não dá.. -E assim, uma palestra de uma anciã se inicia. Ah! Lis, por você ter vivido muito, grande é tua sabedoria sobre esse mundo vasto.

A olho e observo cada palavra que saia de seus lábios.

-Como você disse que ela é diferente e é evangélica, e não é como as "outras", acho que você vai ter que esperar. Jovens cristãs, não são de aceitar o mínimo, elas esperam o tempo certo, não beijam, não transam, não saem com qualquer um, e normalmente elas fazem isso com apenas uma pessoa, e com essa pessoa elas passam o resto da vida. Elas querem o garoto certo, o cuidadoso, delicado, companheiro, um amigo, um namorado, um esposo, um em tudo. -Disse contando as palavras que saiam de sua boca em seus dedos.

-No caso, vou ter que fingir ser amigo dela, e amar ela no secreto? Isso Lis? -Passo minha mão sob meu cenho franzido.

-Soa algo meio ruim, mais quem ama espera, saiba. -Deu alguns passos para o lado. Tudo indicava que estava saindo.

AMOR ALÉM DO TOQUE.Onde histórias criam vida. Descubra agora