BOSQUE.

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Christopher Collins.

ㅡ Os vilões, não são vilões, se você não
prestar atenção nos heróis.

ㅡ Alguém do além.


Eu sempre achei engraçado como as garotas agiam quando estavam irritadas por gostarem de algum garoto. Não estou dizendo que alguma gosta de mim,  isso não vem ao caso, mais que é, é.

Parece que elas não sabem lidar com os sentimentos que surgem dentro delas e acabam descontando nos garotos, com respostas ríspidas e olhares de desprezo. Era como se ficassem nervosas por não conseguirem controlar as emoções que surgiam quando estavam perto de algum menino.

Eu gostava de observar essas reações, achava um tanto quanto fofo ver como elas tentavam disfarçar o que realmente sentiam. Em filmes, séries, livros, animes, desenhos animados, elas sempre agiam assim. Mas, no fundo era impossível não perceber que estavam apenas tentando se proteger de se machucarem. E, eu entendia, afinal, todos nós temos medo de nos abrir para alguém e acabar nos decepcionando.

Mas, eu sempre soube ler nas entrelinhas e percebia quando a raiva delas na verdade escondia um sentimento mais profundo, algo que ia além das palavras duras e dos gestos bruscos. E, apesar de me divertir com essa dança de sentimentos. Se ocorresse comigo, eu faria questão de mostrar que estava ali, disponível para acalmar essas tempestades internas e mostrar que não precisavam ter medo de se entregarem a algo verdadeiro e intenso. Afinal, o amor é feito de altos e baixos, e vale a pena enfrentar cada desafio para encontrar a felicidade ao lado de alguém especial.

Estava acordado á horas no quarto zanzando por ele todo ouvido música. Então quis sair, sair do casulo. Desço as escadas e vou em direção a cozinha, para tomar café da manhã. Chegando lá, me sento e percebo que Mia, Stella, e Naty, haviam saído para ir ao bosque, que havia perto da casa, e só os garotos ficaram na casa.

Terminando de tomar o meu café, os meninos decidiram ir atrás das meninas para saber o que havia ocorrido com elas, me convidaram para ir também, pois elas haviam saido muito cedo e ainda não voltaram, embora que nove horas da manhã ainda seja cedo, e elas saíram sete e alguma coisa de acordo com os meninos.

Ao sairmos seguimos uma trilha onde dava até o bosque, onde as meninas haviam indo. No caminho o Oliver começou a ter medo, dizendo que havia algum bicho no mato, mas o mais engraçado não era os bichos e não havia nenhum animal peçonhento lá. O que estava fazendo o barulho tenebroso era apenas  o vento entrando em contato com as árvores.

Seguindo eles de longe, percebo que o Lucas não era alguém tão gente boa quanto eu pensava de vista, ele batia no Oliver sem motivos e o coitado ainda ria. Mas, o Marcos não, Marcos seguia seriamente o caminho prestando atenção em cada movimento e olhando ao redor atentamente.

-Pessoal, acho que elas foram por alí. -Diz Marcos. Aponta para um local.

-Acho que elas foram por alí, pois fiquei sabendo que aqui tinha uma cachoeira linda. -Completou olhando por onde havia apontado.

Mas, pensando bem não era uma boa ideia irmos atrás. E se elas estivessem tomando banho?, não seria nada agradável nem para nós e nem para elas.

-Pessoal, acho melhor não irmos agora não. E, se elas estiverem tomando banho? -Digo baixo. Colo minhas mãos no bolso do moletom. Estava meio frio por conta de todos os lados terem sombra e aqui ser úmido.

-Verdade, iriam dizer que nós estávamos espiando elas, e elas nunca iriam nos perdoar. -Marcos fala.

Tiro o capuz que estava em minha cabeça e me sento em uma pedra enorme que havia lá.

AMOR ALÉM DO TOQUE.Onde histórias criam vida. Descubra agora