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Após algumas horas de espera, Clara e Taís finalmente conseguiram entrar no quarto onde Paula estava internada. O ambiente era silencioso, apenas os sons dos equipamentos médicos preenchiam o ar. Paula, deitada na cama, esboçou um sorriso fraco ao ver as filhas.

— Mãe, estamos aqui — disse Clara, aproximando-se da cama e segurando a mão da mãe.
— Eu vou fazer de tudo para que você fique bem.

Paula olhou para Clara com ternura, seus olhos brilhando com lágrimas.

— Eu sei que vocês estão preocupadas, minhas meninas. Mas eu confio que tudo vai dar certo. Deus é bom.

Taís se aproximou do outro lado da cama, acariciando o braço da mãe.

— Vamos conseguir, mãe. — disse Taís com determinação.

Clara respirou fundo, tentando controlar a emoção.

— Já estamos vendo todas as opções para o tratamento. Você vai receber o melhor cuidado possível.

Paula apertou levemente a mão de Clara, seus olhos cheios de amor e gratidão.

— Eu tenho muita sorte de ter vocês duas. Não se preocupem demais, tudo vai ficar bem.

Clara assentiu, mas por dentro sentia o peso da responsabilidade aumentando. Ela sabia que precisaria tomar decisões difíceis e rápidas, mas estava determinada a fazer tudo o que fosse necessário pela saúde da mãe.

***

Ainda no hospital, Clara pegou seu celular e digitou uma mensagem para Rafael, tentando transmitir a seriedade da situação sem alarmá-lo demais.

Ainda no hospital, Clara pegou seu celular e digitou uma mensagem para Rafael, tentando transmitir a seriedade da situação sem alarmá-lo demais

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Ela enviou a mensagem e colocou o telefone de lado.

— Eu mandei uma mensagem para Rafael, meu namorado. — disse Clara, olhando para Taís.

Taís olhou para Clara com uma expressão de surpresa.

— Namorado? Você tá namorando e nem me contou.

Clara deu um sorriso fraco, tentando explicar.

— Não foi intencional. A verdade é que as coisas entre nós aconteceram rapidamente, e eu não queria te preocupar antes de ter certeza de que era sério.

Taís balançou a cabeça, compreendendo.

— Ah, sim. Mas agora que estamos passando por isso, é bom que você tenha alguém para apoiar. Espero que ele possa ajudar, não apenas com a parte financeira, mas também emocionalmente.

— Na verdade, eu não quero que Rafael ajude financeiramente com isso. Eu sei que ele pode querer, mas eu prefiro não misturar as coisas. Eu consigo cobrir os custos com o dinheiro do meu trabalho como modelo e o que tenho guardado. Não quero que ele se sinta responsável por isso, especialmente porque isso pode complicar nossa relação.

— Clara, se você está certa disso, então tudo bem. Mas não precisa fazer isso sozinha. Se precisar de ajuda, eu e ele estamos aqui para apoiar você.

Clara sorriu para a irmã, grata pelo apoio.

— Eu sei, e agradeço. Mas quero usar o que já tenho guardado. Isso me faz sentir que estou controlando a situação e fazendo o melhor que posso para minha mãe.

Taís assentiu, entendendo a decisão de Clara e respeitando sua escolha.

***

César entrou no quarto de Rafael com um olhar preocupado. Ele havia acabado de saber sobre a situação de Paula e queria oferecer ajuda.

— Rafael, eu tava pensando sobre o que aconteceu com a mãe da sua namorada. — começou César.
— Eu sei que você deve estar preocupado.

Rafael se virou para César, com uma expressão de apreensão.

— Sim, estou. Ela está lidando com muita coisa agora.

César respirou fundo e continuou.

— Olha, eu quero ajudar. Podemos ir até Sorocaba buscar a Clara e levá-la para São Paulo, se isso facilitar para ela. O que você acha?

Rafael hesitou por um momento, mas logo assentiu, grato pela oferta de ajuda.

— Isso seria ótimo, pai. Vou ligar para Clara agora mesmo e ver como ela está. Agradeço muito por isso.

César deu um sorriso encorajador.

— Só me avisa quando estiver pronto. Podemos ir assim que você confirmar com ela.

***

Rafael fez uma rápida ligação para Clara, informando-a sobre a oferta de César e a possibilidade de ir buscá-la.

— Oi, amor. Eu falei com meu pai e ele se ofereceu para ajudar. Ele e eu podemos ir até Sorocaba buscar você e trazer para São Paulo. O que acha?

Clara, um pouco hesitante, respondeu:

— Rafa, eu agradeço muito, mas não tenho certeza se voltarei amanhã. Depende se minha mãe terá alta do hospital. Quero ter certeza de que ela está bem antes de sair daqui.

Rafael respondeu com compreensão na voz.

— Entendi, amor. Mas saiba que estamos aqui para ajudar no que for preciso. Qualquer coisa, é só me avisar.

— Obrigada, Rafa. Vou te manter informado. Te amo.

— Te amo, Clara. Melhoras pra sua mãe e se cuida, viu?

— Pode deixar, amor. Beijo.

***

Rafael desligou a ligação e olhou para seu pai, César, que estava sentado na cama.

— Pai, falei com a Clara. Ela não tem certeza se vai poder voltar amanhã. Vai depender se a mãe dela conseguir alta do hospital.

— É uma pena que não vamos poder buscá-la amanhã, mas entendo a situação. A saúde da mãe dela é o mais importante agora.

Rafael assentiu, concordando.

— Sim. Vamos aguardar e ver como as coisas se desenrolam. Se precisarmos ir buscar Clara em um momento diferente, a gente busca.

César deu um leve sorriso, tentando animar o filho.

— E se você precisar de algo mais, estamos aqui para ajudar. Tudo vai se resolver da melhor forma possível.

Rafael sorriu de volta, grato pelo apoio do pai.

— Valeu, pai. Vou manter você informado sobre qualquer novidade.

***

Clara desligou a ligação com Rafael e foi para o banheiro, fechando a porta atrás de si. Lá dentro, o silêncio a envolveu, e as emoções reprimidas finalmente vieram à tona. Ela se encostou na pia e começou a chorar, os soluços saindo entrecortados. A sensação de estar perdida em meio a toda a turbulência a consumia.

Com o coração apertado, Clara se perguntava se conseguiria suportar todo esse turbilhão. As dúvidas e o medo a envolviam, e ela se perguntou se era forte o suficiente para enfrentar tudo isso

***

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The Last Day | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora