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                      I'm selfish, I know
     But I don't ever want to see you with him

Woman, Harry Styles


Após o ato, César observa Chanel descansando na cama, seu corpo apenas coberto pelo lençol. Ela parecia serena e incrivelmente linda, e por um breve momento, ele se permitiu admirar a tranquilidade em seu rosto.

Mas a realidade logo voltou, e ele sabia que não podia se permitir essa ilusão por mais tempo. César se levantou silenciosamente e começou a se vestir, sua mente já se voltando para os compromissos do dia seguinte e para as complicações de sua vida pessoal.

Ele se aproximou da cama e, com uma voz fria e distante, a acordou suavemente.

— Ei Chanel, você precisa ir. — Disse César, tentando não demonstrar qualquer emoção.

Chanel abriu os olhos lentamente, um olhar de confusão e decepção se formando em seu rosto ao perceber a mudança de atitude de César.

— Já? — Ela perguntou, sua voz ainda sonolenta.

— Sim, já tá na hora. — César respondeu, sua voz firme. Ele se dirigiu até a mesa onde havia deixado um envelope. — Aqui está o pagamento combinado.

Chanel se sentou na cama, puxando o lençol mais perto de si, e estendeu a mão para pegar o envelope, tentando manter a compostura.

— Obrigada, senhor Novaes. — Disse Chanel, sua voz um pouco mais fria do que antes.

— Apenas César. — Ele corrigiu, evitando contato visual.

Chanel se levantou e começou a se vestir, o ambiente no quarto tornando-se pesado com o silêncio. Uma vez pronta, ela se dirigiu à porta, lançando um último olhar para César antes de sair.

— Boa noite, César. — Disse ela, com uma mistura de profissionalismo e desapontamento.

— Boa noite, Chanel. — Respondeu César, sem emoção.

Chanel saiu do quarto, e César ficou ali parado por alguns momentos, refletindo sobre suas ações. A excitação e a satisfação da noite haviam desaparecido, deixando apenas um vazio e um peso em seu peito. Ele sabia que sua busca constante por escapismo e validação era uma fuga temporária de problemas muito mais profundos em sua vida pessoal e familiar.

***

Ao chegar em casa pela madrugada, César ainda estava imerso nas lembranças da noite que passou com Chanel. Cada momento parecia inesquecível, e ele se pegou sorrindo ao pensar na intensidade e na conexão que havia sentido. Algo nele havia sido tocado de uma forma que nunca experimentara antes.

Foi o melhor sexo da sua vida.

César, ao entrar no quarto, observou Renata adormecida com a respiração tranquila. A culpa que sentia pela noite passada com Chanel pesava sobre ele, tornando a visão de sua esposa ainda mais dolorosa. Ele se vestiu com um pijama, tentando não fazer barulho para não a acordar, e se deitou ao seu lado.

Mesmo com o sentimento de culpa pesando em sua mente, César conseguiu adormecer, exausto e preocupado. A manhã seguinte prometia ser agitada, com compromissos importantes que ele não poderia adiar ou negligenciar. A necessidade de enfrentar a rotina e cumprir suas obrigações foi o que o ajudou a encontrar um pouco de alívio para seus pensamentos turbulentos.

***

Na manhã seguinte, César e Renata estavam na cozinha, preparando o café da manhã. O ambiente estava tranquilo, mas César ainda carregava o peso da noite anterior. A mente dele estava longe, enquanto mexia no café.

The Last Day | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora