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And tell me why does my heart burn
    When I see your face?

                      Heartburn, Wafia


Alguns dias depois

Clara entrou no quarto do hospital para buscar sua mãe. Paula estava pronta para sair, com um semblante cansado, mas aliviado.

— Mãe? Pronta pra ir pra casa?

— Sim, Clarinha. Estou feliz por finalmente poder sair daqui. Só espero que esses novos exames não sejam tão complicados

— Sim, mas isso é só uma precaução. — Clara tentou manter um tom encorajador.

Paula sorriu de maneira cansada, seus olhos brilhando com emoção.

— Só tenho que agradecer por você e sua irmã terem estado aqui o tempo todo. Foi muito difícil, mas ter vocês ao meu lado fez toda a diferença.

Clara inclinou-se um pouco para frente, com um olhar de determinação.

— Não precisa agradecer. Você sempre esteve lá para mim, e agora é a minha vez de retribuir. Vamos enfrentar isso juntas, uma etapa de cada vez.

Paula tentou dar um leve sorriso, a expressão cheia de esperança.

Enquanto ajudava Paula a se vestir para a saída do hospital, Clara continuou a conversa, tentando aliviar qualquer preocupação que sua mãe pudesse ter.

— Mãe, não se preocupe com as despesas do hospital — Clara disse, ajustando a roupa de Paula com um gesto carinhoso. — Eu já acertei uma parte das contas.

— Clara, eu não queria que você se preocupasse com isso. Não era para ser um peso para você.

— Imagina, mãe. Eu só tô retribuindo por tudo que você fez por mim.

Paula apertou a mão de Clara, os olhos umedecidos pela emoção.

— Obrigada mais uma vez, minha filha. Que Deus te abençoe.

Clara balançou a cabeça, com um sorriso reconfortante.

***

Clara e Paula saíram do hospital, e Clara rapidamente pediu um Uber. A viagem para casa foi tranquila. Ao chegarem, Clara abriu a porta e entrou, encontrando Taís na cozinha, preparando algo especial.

— Bom dia! — exclamou Beatriz, com um sorriso radiante que iluminou o ambiente. — Preparei um café da manhã para comemorar a alta da mamãe!

Paula olhou para a mesa, cheia de itens frescos e saborosos, com um brilho de gratidão nos olhos.

— Taís, isso está maravilhoso! Muito obrigada, minha filha!

Clara também expressou seu agradecimento, abraçando a irmã com carinho.

— Tá incrível, mana. Você caprichou no café da manhã!

Beatriz lançou um olhar feliz para Clara e Paula, cheia de alegria.

As três se sentaram à mesa, e o ambiente ficou repleto de uma sensação de calor e união. O café da manhã foi uma pausa bem-vinda, um momento para relaxar e apreciar o esforço que todas haviam feito para chegar até ali.

Enquanto desfrutavam do café, Clara olhou para sua mãe e sua irmã, com um tom de pesar no rosto.

— Infelizmente, preciso voltar para São Paulo hoje — disse ela, suspirando. — Tenho que retomar o trabalho e recuperar o tempo perdido na faculdade. Estive fora alguns dias e preciso me organizar. O Rafael, meu namorado... vai me buscar na rodoviária amanhã. Ele e o pai dele vão me levar de volta para São Paulo.

The Last Day | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora