Você já se imaginou se apaixonando por alguém 20 anos mais velho?
Clara, uma jovem de 21 anos, busca transformar sua vida como modelo e estudante. Para garantir segurança financeira, adota o pseudônimo de Chanel e se envolve em encontros discretos...
I know if I'm haunting you, you must be haunting me
Haunted, Beyoncé
Pov Clara
Saí daquele quarto com o coração na boca, sentindo a tensão da conversa com César ainda pairando no ar. Caminhei até a porta de saída com passos rápidos, tentando não pensar no impacto das minhas palavras.
Pedi um Uber e, enquanto esperava, respirei fundo, tentando acalmar o nervosismo que me consumia. O carro chegou rapidamente e entrei, fechando a porta atrás de mim com um suspiro.
As palavras que eu disse a César ainda ecoavam na minha mente, e eu não podia evitar sentir uma pontada de culpa. Eu sabia que precisava ser honesta, mas isso não tornava a situação mais fácil.
Por um lado, não conseguia evitar uma ponta de felicidade ao saber que César, aquele homem frio e distante, tinha sentimentos por mim. Era lisonjeiro, até mesmo surpreendente, que alguém como ele pudesse me ver de uma forma tão intensa. Eu sempre soube que havia algo diferente na maneira como ele me olhava, mas nunca pensei que fosse isso.
Mas junto com essa felicidade, vinha um medo crescente. Como isso poderia afetar meu namoro com Rafael? Eu amo o Rafael, e o que temos é real. Ele me dá a segurança que eu sempre quis, um futuro que eu posso imaginar com clareza. Mas agora, com César no meio disso tudo, as coisas ficaram muito mais complicadas.
Eu nunca quis estar nessa posição, entre pai e filho, carregando um segredo que poderia destruir tudo. E o pior é que, por mais que eu queira ignorar, esse sentimento de César está lá, presente, e vai me assombrar cada vez que eu estiver com Rafael.
Me sinto presa entre dois mundos, dois caminhos que eu nunca quis cruzar. E, no fundo, estou apavorada com o que pode acontecer se tudo vier à tona.
Quando o Uber parou em frente ao meu prédio, eu mal consegui descer do carro. O peso do encontro com César ainda estava comigo, e minha mente estava uma confusão de pensamentos e sentimentos.
Entrei em casa, deixei a bolsa de lado e fui direto para o sofá, sem ânimo para fazer mais nada.
Sabia que precisava conversar com alguém sobre o que aconteceu, e Visky era a única pessoa em quem eu realmente confiava. Ele já estava ciente da situação com César, e eu sabia que ele entenderia a complexidade do que eu estava passando.
Peguei meu celular, com as mãos ainda trêmulas, e enviei uma mensagem rápida para ele:
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Enviei a mensagem e, enquanto esperava por uma resposta, me deixei cair no sofá, exausta.
Minutos depois...
Assim que Visky entrou, eu me levantei num impulso e o abracei com força, sentindo que meu coração ia sair pela boca. Ele me segurou firme, tentando entender o que estava acontecendo.
