Casualmente rodeados de Zumbis | Wagner Moura

12

- Helena!! - Escuto Teresa Gritar - Você precisa sair do hospital agora! Zumbis, são Zumbis! Ou o hospital já colapsou? Eu vou buscar você! Aguenta aí!

- Não!! - Eu grito - Eu fui liberada mais cedo, estamos voltando para a casa, não vai até o hospital! Volta para casa também!

- Entendido! Você tá bem? Eu tô bem para um caralho, matei dois zumbis. Meu Deus, Helena, e se só eram pessoas doentes? Você me infectou com isso de zumbi! O sangue que tenho em mãos é culpa sua! - Ela muda de humor em apenas uns segundos.

- São zumbis! Eu vi! Quase atacaram o Wagner, mas nós estamos bem.

- Me conta tudo quando chegarmos na casa! Não saiam do carro até eu chegar, pode ter zumbis por lá.

- Teresa? - Wagner fala- Tá tudo bem com o Alberto?

- Ele está tremendo desde que saímos do mercado, talvez esteja um pouquinho traumatizado, mas não é um zumbi...

Antes que possamos falar mais, o aparelho desliga.

- Eu não sabia que isso tinha bateria - Digo confusa.

- Agora sabemos que eles estão bem, é o que importa. - Wagner suspira - Meu Deus, Helena... Zumbis?

- Acho que não vamos mais gravar nosso filme.

Ele rir - Aqui está a Helena piadista, muito bom conhecer essa sua parte agora no fim do mundo.

- Ah, não é o fim do mundo... - Realmente é o fim do mundo, estamos acabados.

Poucos minutos depois chegamos a casa, não há sinal de zumbis e decidimos entrar logo para não chamar atenção. O portão automático se abre após Wagner aperta o botão pendurado na chave de seu carro, o qual ele aciona novamente, mas agora para fechar rapidamente o portão. Ficamos no carro aguardando Teresa e Alberto.

- Helena, eu sei que pode não ser uma boa hora pra isso... - Wagner diz com incerteza - mas eu quero esclarecer algumas coisas.

- Eu sei que você estava em choque naquela hora no hospital, acontece. Desculpa ter te chamado de burro.

- Você não me chamou de burro. Chamou?

- Ah, o quê? - Deve ter sido apenas na minha mente, ai.

Ele rir - Tudo bem, tudo bem. Na verdade, eu quero falar sobre o que aconteceu entre nós.

Não acredito que ele quer tocar novamente nesse assunto, já não fui humilhada o suficiente?

- Pensei que tínhamos nos resolvido quanto a isso. - Digo olhando para o chão do carro, não estou em condições de atuar como alguém confiante.

- Você entendeu errado. Eu deixei você porque me senti mal - Ele suspira - Você é muito mais nova, no início da sua carreira de atriz, eu te convido para a minha casa e... não é certo. Então, parei, antes que...

- Antes que o quê? - Nem penso antes de falar, o arrependimento toma meu corpo imediatamente.

É óbvio o que ele quis dizer, ele parou antes que nós transássemos de fato, o que eu, com certeza, não teria sido contra. Wagner parece nervoso, como um adolescente se declarando para o seu primeiro amor, será está assim por culpa dos zumbis ou minha?

- Helena...

- Eu sei.

- Eu não deveria ter saído sem me explicar pra você, mas foi o melhor que eu pude fazer no momento. Peço desculpas, você não merecia ser tratada daquela forma.

Não entendo porque ele se sente tão culpado pelo o que aconteceu, eu pedi. Escuto o portão se abrindo e lá está Teresa. Saio do carro após o portão ser fechado. Teresa corre para me abraçar, seu rosto está manchado com um pouco de sangue, assim como sua camisa. Olho para Alberto e ele parece transtornado.

- Ele tá bem? - Digo cochichando para Teresa enquanto andamos até o interior da casa.

- Acho que um dia ele volta ao normal. - Ela não parece acreditar nisso.

Teresa entra na frente para verificar se não há algum morto vivo dentro da casa, vejo Wagner arregalar os olhos ao perceber a arma de Teresa.

Quando a casa inteira está verificada, sentamos nos sofás da sala e ficamos em silêncio por alguns segundos.

- Teresa, vocês conseguiram alimentos no mercado? - Wagner corta o ar.

- Sim! Bem lembrado, vou logo buscar e guardar - Ela fala já se levantando.

- Não, não! Eu e Alberto vamos lá - Ele puxa o agente pelo braço.

Eu e minha amiga ficamos sozinhas na sala.

- Temos comida para dois meses - Ela diz - Não sei o que vamos fazer depois disso.

- Preciso contar uma coisa... - Falo chegando perto dela no sofá - Eu meio que tenho um bucker.

Autora

Oi, gente! Estão gostando? Estou pensando em parar, mas se tiver ao menos uma pessoa interessada kkkk eu continuo. Beijos sz