Casualmente rodeados de Zumbis | Wagner Moura

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Teresa me puxa escadas a cima para o quarto de hóspedes, não sei se está mais chocada por eu ter um bunker ou por ter escondido isso dela.

- Você tem um bunker? - ela pergunta enérgica.

- Sim...

- E você nunca me contou? - realmente a sua revolta é por eu nunca ter contado.

Mandei construir esse bunker pouco tempo depois de ser quase morta pelo stalker, mas não irei mentir, pensei mais em me proteger de um ataque zumbi do que de malucos. No fim, meu medo irracional de um apocalipse de mortos vivos que comem cérebro não era tão irracional assim.

- Eu não achei que fosse usar - achei assim

- Claro que você achou! Eu sempre soube do seu medo irracional de um ataque zumbi, mas eu nunca imaginei que você fosse ser maluca o bastante pra construir um bunker!

- É tipo um quarto do pânico, é normal! Todo famoso tem em casa.

- Você construiu isso na nossa casa? - Ela me encara em choque - Como é possível eu não ter visto essa construção?

- Lembra quando você me abandonou pra viver aquele romance de 2 meses na Europa?

- Helena, pelo o amor de Deus, eu tirei férias pela primeira depois de quase dois anos trabalhando direto. E não foi um romance...

- Ok, quando você me abandonou ao viajar para a Europa. - Teresa respira fundo - eu consegui alguns contatos e fizeram o bunker.

- No fundo da nossa casa?

- Sim, tipo um porão!

Teresa respira fundo olhando para o chão.

- Eu acabei de perceber que não tem motivo pra eu ficar em choque agora, já que a gente está realmente precisando de um lugar pra se esconder. Porque aqueles zumbis estavam mais pro estilo Train to busan do que The walking dead.

- Então vamos contar pro Wagner! E pro Alberto.

- A gente pode ir sozinha, eu pego um dos carros. - Teresa diz.

- Você quer deixar os dois aqui?

- Você vai confiar em dois desconhecidos?

- A gente já está confiando! Estamos dormindo na casa deles, Teresa!

Não consigo acreditar que passou pela cabeça dela abandonar  Wagner e Alberto aqui.

- Mas você acha que a comida vai durar quanto tempo para nós quatro? - Ela questiona - Tem comida nesse bunker?

- Sim, para um ano... mas eu só contei comigo e com você.

Escutamos uma batida na porta.