Enquanto caminhamos na trilha da floresta, Teresa se apoia em mim, ela tem os olhos cheios de lágrimas e parece que, a qualquer momento, pode desabar e nunca mais voltar a si mesma. Eu acaricio sua mão ao passo que seguimos o pai e a filha.
Wagner e Alberto seguem atrás, o agente ainda está se tremendo e olhando para todos os cantos. Talvez com medo de um zumbi pular das árvores.
- Meu nome é Vitória, caso estejam curiosos! - a menina olha para trás, em nossa direção - e vocês são Helena Maria e Wagner alguma coisa. E os dois prestes a ter um colapso mental são seus agentes, certo?
Então ela nos reconheceu, penso, sinto vontade de rir ao vê-lá fazer pouco caso do nome de Wagner, em situações normais eu teria achado isso o suprassumo da comédia.
- Isso - digo - somos nós.
- Eu te disse, pai! - Vitória dá um pulo no ar.
- Shhh, no próximo grito eu deixo você pra virar comida de Zumbi - o homem alto diz calmamente sem tirar atenção do caminho, Vitória fica emburrada e se mantém calada durante o resto do caminho.
Não tenho certeza se essa é a decisão certa, se assim vamos conseguir sobreviver até as coisas voltarem ao normal, minha única convicção é o meu medo. Minhas pernas estão tremendo, sinto dor por todo meu corpo, acho que ser violentamente jogada no chão por um zumbi não me fez bem. Mas, apesar das minhas agonias, preciso ser forte. Teresa não está bem, Wagner parece inseguro e Alberto, bom, ele precisa de proteção o tempo inteiro, não o culpo por ser paralisado pelo medo, sei bem como é.
Após o que pareceu cerca de 15 minutos, nos deparamos com uma pedra enorme, coberta por musgos e pequenas plantas trepadeiras. Vitória e o pai cessam a caminhada ao se aproximar dela.
- Por que paramos? - Alberto questiona apreensivo.
- Chegamos - Vitória sorrir para mim.
O homem afasta as plantas e começa a tatear a pedra.
- Eu sempre esqueço onde é - ele resmunga.
- O que seria de você sem mim, é aqui - a menina revira os olhos e, com muita convicção, aponta para o lado esquerdo da pedra.
Vitória aperta aquele lugar e a pedra se abre, revelando uma porta de ferro. Wagner põe a mão em meu ombro e nos encaramos assustados, quem são essas pessoas para ter acesso a algo assim?
Ao lado da porta tem algo como um interfone, o qual reconhece o rosto do homem e abre a passagem.
- Venham! - a menina nos chama sorrindo.
O caminho revelado é totalmente escuro, não conseguimos enxergar o que está do outro lado, mas agora já é tarde para desistir e voltar a estrada. Alberto passa por nós, vejo suas mãos tremendo, ele
segue o pai e a filha e nem olha para trás.- Vamos - Teresa finalmente diz alguma coisa.
- Não posso deixar essa porta aberta por muito tempo, vocês vem ou não? - O homem diz.
Wagner me encara e pega minha mão, nós três entramos no lugar e o pai de Vitória fecha a porta atrás de nós.
Ao entrar nos deparamos com um corredor pequeno, as luzes na parede se acendem quando detectam nossa presença. No fim do corredor há uma escada, sinalizada com fitas amarelas, descemos vários lances, eu já estou ficando suada quando finalmente chegamos a mais uma porta, que também funciona por reconhecimento facial.
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Casualmente rodeados de Zumbis | Wagner Moura
FanfictionHelena Maria, aos 25 anos de idade, é a maior estrela do país no mundo da atuação. Quando volta a sua cidade natal para gravar um filme com Wagner Moura, ela se vê em meio a um romance e um apocalipse zumbi.