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Alberto e Wagner correm para a parte de trás da casa e jogam os dois coquetéis molotov, fazendo um barulho estrondoso. Logo em seguida, ouvimos os zumbis correndo em direção a explosão. Teresa e eu já estamos no carro, minha amiga sentou no banco trás por acreditar que, por estar amada, pode nos proteger melhor de lá. Wagner e Alberto entram no carro, eu estou no passageiro, preparada para apertar o botão do portão elétrico.

- Assim que Helena abrir o portão, eles irão correr para dentro- Teresa diz do banco de trás - Alberto, nessa hora, precisamos acender rapidamente o coquetel e jogar neles. Wagner, você precisa acelerar, sem medo, apenas pisa fundo. Ok?

Todos respondem que sim.

Meu coração bate forte, vamos enfrentar dezenas de zumbis. Fico me perguntando se deveríamos ter pegado a van em vez do carro, se o melhor é continuar aqui esperando por ajuda. Mas que ajuda? Ninguém virá. Nesse momento, somos uns pelos outros.

- Um - começo a contar antes de apertar o botão, Teresa e Alberto pegam os isqueiros - dois, três!

Aperto o controle e o portão se abre, revelando os seres monstruosos sedentos por carne humana, que imediatamente correm em direção ao carro. Eles rosnam, seus olhos vermelhos estão arregalados, fazendo meu corpo de arrepiar de medo. Teresa e Alberto abrem suas janelas e jogam as bombas nos zumbis. O fogo se alastra pelos mortos-vivos e Wagner acelera através deles, dirigindo para longe dali.

Estamos em completo silêncio há cinco minutos, sinto que a possibilidade de termos sido abandonados pelo Estado deixou todos nós com muito mais medo.

Ao nos afastarmos da casa, não vemos a mesma quantidade de zumbis. Alguns perambulam pela calçada, sem parecer se incomodar com a nossa presença. Mas vejo lojas destruídas, corpos jogados no chão, sangue para todo lado, além de carros com vidros quebrados e abandonados pela rua.

- Merda! - Wagner diz respirando fundo - Esquecemos de verificar a gasolina.

- Não... - olho para o painel que pisca avisando a necessidade de repor gasolina.

- Tem algum posto aqui por perto? - Teresa questiona se inclinando para verificar o painel também.

- Eu lembro de um não muito longe daqui - Alberto entra na conversa - Wagner, dobra à esquerda.

O agente guia o ator até o posto de gasolina.

- Aparentemente os zumbis não gostam de trabalhar como frentista - Alberto comenta.

- Pelo visto não tem nenhum monstro aqui - digo olhando ao redor - eu desço pra encher o tanque, vai ser o suficiente pra chegar na capital.

- Não, Helena - Wagner segura meu braço, me impedindo de abrir a porta - eu vou.

- Mas...

- Eu fico de guarda - Teresa mostra sua arma - você e Alberto podem observar daqui de dentro.

Os dois saem devagar e silêncio.

- Isso é assustador - Vejo pelo retrovisor que Alberto diz com os olhos atentos para o lado de fora.

- Sim... - mantenho meus olhos no lado oposto ao que o agente tem fixado.

- Obrigada por me deixar ir com vocês - olho confusa para ele - é óbvio que você não deixaria o Wagner por aqui, já que vocês tem um lance, quer dizer, namoro... algo casual? Bom, de qualquer maneira, eu imaginei que ele iria com vocês. Então, fiquei muito grato quando fui incluído nisso, obrigada, Helena.

- Nós não deixaríamos você para morrer aqui, seria desumano - digo voltando meu olhar para o posto, Wagner ainda está enchendo o tanque enquanto Teresa fica de prontidão com a arma em mãos. - não precisa me agradecer, qualquer ser humano decente ajudaria o outro. E pode não parecer, mas Teresa gosta de...

- Zumbi

- O quê? Não, ela gosta de você - viro meu rosto para o agente e ele parece transtornado.

- Zumbi! - Alberto baixa o vidro do carro enquanto grita - Zumbi! Zumbi! Zumbi!

Um ser que parece ter sido um homem comum um dia, vem correndo em direção a Wagner. O monstro rosna, vejo que lágrimas de sangue caem de seus olhos, então, escuto um tiro. Teresa acertou bem na cabeça do zumbi, que caiu no chão já desacordado.

- Outros virão pelo barulho! - grito pela janela - entrem logo!

- Preciso terminar de encher o tanque! - Wagner grita.

Vejo outros zumbis não muito longe.

- Já temos o suficiente! Entrem agora! - grito desesperada.

Casualmente rodeados de Zumbis  | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora