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Acordo de madrugada com a a boca seca, enquanto Teresa ronca ao meu lado. Espero que nenhum zumbi tenha invadido a casa nesse meio tempo em que dormíamos, pois preciso urgentemente beber água.

Abro a porta com cuidado para não acordar minha amiga e desço as escadas lentamente, analiso o local e tudo aparenta estar limpo. Então viro em direção à cozinha e pulo assustada ao esbarrar com Wagner.

- Puta que pariu - cochicho com a mão no peito e os olhos fechados - eu pensei que você fosse um zumbi.

- Temos que parar de ter esses encontros assustadores na cozinha - ele diz rindo do meu susto.

- Eu juro que você escapou de levar um murro muito forte.

- Você ia dar um murro em um zumbi?

- Eu não tenho outra arma a não ser meu corpo nesse momento - o ator cai na risada - licença, vou beber um pouco de água, boa noite.

Me despeço, mas Wagner me segue até à cozinha.

- Helena - vejo ele engolir em seco - perdão por fazer você chorar.

Só queria que ele esquecesse isso.

- Ah... eu choro por tudo. Na verdade, eu que peço desculpas por ter dito tanta coisa patética.

- Não, eu que peço desculpas... Helena, eu confio em você, confio em Teresa, mas...

- Tudo bem, você só não quer ir com a gente - digo abrindo a geladeira - não entendo, mas já aceitei.

- Helena, vocês têm comida para um ano, apenas para vocês duas - ele respira fundo - se eu e Alberto formos junto, a comida irá durar poucos meses. Helena, você vai ficar mais segura indo apenas com Teresa, nós seríamos apenas um fardo.

- Wagner...

- Tudo bem, é a verdade. Eu e Alberto vamos ficar bem aqui, vamos dar um jeito, alguém pode vir nos resgatar.

- Ninguém vem resgatar nos filmes. - digo ao beber a água.

- Mas isso é a vida real. Sendo a vida real, eu não posso comprometer a sua segurança indo com vocês. Não vale a pena Teresa e você se arriscarem levando dois homens que conheceram há pouco tempo.

Meus olhos já estão cheios de lágrimas, odeio ser extremamente sensível a ponto de chorar por tudo. Eu sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas só de imaginar deixá-lo aqui, o meu coração dói.

Me aproximo do ator e toco em seu rosto com as duas mãos.

- Nós podemos resolver. - aproximo meu rosto do dele - vem comigo, por favor.

- Não, Helena - ele vira a cabeça para o outro lado.

Eu puxo seu rosto em direção ao meu, lágrimas caem em minhas bochechas, então Wagner as enxuga.

Seus dedos macios afastam as lágrimas do meu rosto, esse toque faz com que eu me derreta ali. Lembro daquela madrugada, o cheiro dele ainda é o mesmo, lembro das nossas respirações ofegantes, ele tampando a minha boca. Sinto um formigamento entre minhas pernas, droga, esse não é um bom momento.

O ator me olha profundamente enquanto enxuga minhas lágrimas.

- Helena?

- Sim.

- Eu sei que esse não é o melhor momento, mas eu posso beijar você? - Ele me olha implorando, mas também com tesão, que bom que não fui a única que pensou nisso.

- Por favor - respondo com um sussurro.

O ator põe seus lábios nos meus com delicadeza, enquanto segura meu rosto com as duas mãos, seu toque é cuidadoso, como se ele estivesse preocupado que eu pudesse quebrar. O beijo começa lento, molhado pelas minhas lágrimas. Sinto meu coração bater cada vez mais forte, eu me sinto feliz. O ator me envolve em seus braços, agora nossas línguas dançam juntas. Como é possível eu me sentir tão confortável com ele? Nenhum homem nunca conseguiu fazer com que eu me sentisse assim.

- Eu amo a sua boca - Wagner para de me beijar e encosta sua testa na minha - o seu cheiro, sabor, como seu coração bate tão forte que eu consigo sentir ao te abraçar. Eu amo o cheiro do seu cabelo, são os cachos mais lindos que existem no mundo. Eu amo sentir o seu toque e só Deus sabe o quanto sofri desejando você outra vez.

A respiração do ator está ofegante e sua voz um pouco rouca, fazendo com que cada pedaço do meu corpo se arrepie. Minhas pernas estão estremecendo cada vez mais, meu corpo inteiro formiga pedindo por Wagner.

- Naquela madrugada, eu teria feito tudo o que você quisesse - digo baixando as alças da minha camisola.

Ele percebe o que estou fazendo e solta um sorriso de canto.

- Helena, eu quero fazer tudo o que você quiser.

O ator me puxa rapidamente para mais perto, assim ficamos colados um no outro. Sinto o membro dele roçando em mim e minhas pernas estremecem mais ainda.

O homem segura a parte de trás da minha cabeça com uma mão e me puxa para um beijo, enquanto sua outra mão passeia pela meu corpo. Dessa vez, nossas línguas dançam violentamente, ele me beija com necessidade, como se estivesse esperando por mim há um bom tempo. Wagner me empurra até a geladeira, fazendo com os imãs caiam, rimos por uns segundos, mas isso não afeta nossa necessidade um do outro.

Meus seios estão evitando a camisola de cair, mesmo com as alças para baixo, o ator admira essa cena.

- Você pode tirar pra mim? - Eu pergunto.

Wagner tira a camisola com tanta rapidez que mal consigo dizer quanto tempo demorou, então, fico apenas de calcinha. Ele não perde tempo e me prensa contra a geladeira, devorando minha boca enquanto massageia meu seio com uma mão.

- Eu posso te levar para o meu quarto? - Wagner sussurra em meu ouvido.

Casualmente rodeados de Zumbis  | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora