CAPÍTULO 12

86 31 0
                                    

Jungkook se contorceu dentro do laço, tentando se soltar. Seus movimentos, contudo, pareciam só deixar a corda ainda mais apertada. Para piorar a situação, todo aquele contorcionismo começou a criar outros problemas. Problemas do tipo alfa‐macho-viril-com
-um-pau-funcionando.

Fique calmo, ele disse para si mesmo. Aquela estava longe de ser a primeira vez em que ele lidava com uma ereção indesejada. Jungkook sabia como acalmá-la. Críquete. Pense em críquete. É o que dizem, não é? Infelizmente, Jungkook não entendia muito de críquete. Seu conhecimento a respeito começava e terminava em bolas pesadas e bastões compridos e rígidos – o que não era lá muito útil no momento.

– Como diabos elas conseguiram fazer isto? – ele perguntou.

– Diferentes tipos de nós com cordas fazem parte do curso de pirata.

Jungkook revirou os olhos.

– Claro que sim.

– Essa é uma habilidade essencial do marinheiro – Jimin disse, como se fosse uma desculpa aceitável. – Vou nos tirar desta num instante. Até aqui elas só aprenderam os tipos mais simples, e cometeram o erro de me deixar com uma das mãos livres para desamarrar o nó. – Ele moveu a mão livre pela corda que os prendia. – Agora, onde está o nó?

– Na minha lombar, infelizmente.

Jimin passou o braço ao redor dele o máximo que conseguiu, ficando como se estivessem abraçados.

– Só mais um pouco… arrá! – Os dedos do ômega delinearam o contorno do nó junto à coluna lombar dele. – Um simples nó direito. Vou soltar num instante, se eu conseguir… encontrar o ângulo… certo.

Jimin podia tentar, mas duvidou que conseguiria.

– Conte-me sobre a sua educação – Jungkook pediu.

– Minha educação?

– Lições aborrecidas, salas de aulas deprimentes. Se teve professores carrancudos, cheios de rugas, de dentes tortos, eu adoraria que me contasse deles neste momento. Detalhadamente.

– A professora que eu menos gostava não era velha nem feia. Na verdade, ela era bem bonita, mas nos espancava por mau comportamento.

– Sério – Jungkook suspirou, gemendo baixo.

– Uma batida ardida com a régua, bem no traseiro.

– Pensando bem, não vamos conversar.

Jimin conseguiu pegar uma fibra da corda com a unha.

– Acho que estou progredindo.

– Graças a Deus – ele suspirou.

– Não sei se vou conseguir soltar sem um pouco de folga. Você consegue se aproximar mais um pouco de mim? Um instante só. Preciso apenas de um dedo.

Jungkook emitiu um ruído esganado.

– Já que você precisa… mas ande logo. Do contrário vamos nos mover um palmo na direção errada.

– O quê?

– Deixe para lá.

Jimin se aproximou, virando a cabeça de modo que sua bochecha encostasse no peito dele. Jungkook encaixou o queixo, pesado e angular, sobre a cabeça do ômega. Os batimentos do coração dele soavam nos ouvidos e ecoavam no ventre de Jimin. Por um momento o ômega se esqueceu do nó. E do quarto em que estavam, das crianças e de qualquer outra coisa no mundo que não fosse o corpo duro, esguio e másculo de Jeon Jungkook.

Ele estava agarrado a Jungkook como um marinheiro se agarra ao mastro durante uma tempestade. E então a mão de Jungkook o segurou pelo quadril, puxando-o mais para perto. Como se fossem amantes abraçados.

A CONVENIÊNCIA DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora