CAPÍTULO 21

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– Jungkook? Jungkook.

Jungkook arrastou seu olhar do relógio.

– Hum?

– E…? – Jong-suk lhe deu um olhar impaciente. – O que você quer fazer quanto aos direitos de mineração?

– Que direitos de mineração?

– Esses de que estivemos falando na última hora. O carvão em Yorkshire. Isso o lembra de alguma coisa?

– Certo. O carvão. Desculpe.

Lembrar não era um problema para Jungkook. Sua cabeça estava transbordando de lembranças. O problema era que se tratavam de lembranças de Jimin debaixo dele, nu, agarrando os lençóis em êxtase. Embora o corpo de Jungkook estivesse no escritório com Jong-suk, sua cabeça estava no andar debaixo, no seu retiro. Que não era mais seu retiro. Nos últimos quinze dias o lugar tinha se tornado o retiro deles. Jungkook se endireitou na cadeira e folheou o relatório diante de si.

– Segure as minas. O veio está longe de esgotar e a demanda por carvão só vai aumentar.

– Concordo. – Jong-suk mergulhou a pena no tinteiro e se curvou sobre a escrivaninha. – Jungkook, sei que você não gosta que eu me meta nos seus assuntos pessoais, mas isso é diferente. Você precisa parar com isso.

– Com o quê?

– Com o que estiver fazendo com o senhor Park.

Jungkook levantou os olhos de repente.

– Por que acha que estou fazendo alguma coisa com o senhor Park?

– Ora, por favor. – Jong-suk largou a pena. – Sempre que ele está presente, vocês ficam se comendo com os olhos. É óbvio.

– Não é óbvio, não.

Jong-suk arqueou as sobrancelhas e Jungkook percebeu, tarde demais, que tinha se entregado.

– Não foi o que quis dizer. Não é óbvio porque não está acontecendo.

– O trabalho no seu “retiro de cavalheiro” parece ter empacado. Faz semanas que você não pede minha opinião sobre lençóis de cetim ou gravuras eróticas.

– Eu estava para perguntar quais suas preferências em óleos sensuais perfumados – Jungkook disse, com pouco caso. – Mas decidi que não iria estragar seu presente de Natal.

Alguém bateu na porta.

– Jung… – Jimin enfiou a cabeça pelo vão da porta. O ômega fechou a boca e suas bochechas ficaram coradas. – Oh. Senhor Lee. Eu não sabia que estava aqui. Perdão por interromper.

– Não tem problema – Jong-suk disse. Ele deu um olhar significativo para Jungkook. – Não estávamos falando de nada, mesmo.

– Se é esse o caso… – Jimin saiu de trás da porta e entrou no escritório. – Senhor Jeon, acho que gostaria de saber que Haneul e Ae-cha estão prontas.

Prontas? Prontas para quê?

De novo, Jungkook tinha perdido completamente o domínio de suas faculdades. Porque Jimin estava parado à porta vestido em roupas leves de um amarelo-pastel lindo, que caiam tentadoramente por seu corpo, e a única prontidão que importava era o quão pronto ele estava para puxá-lo para seus braços.

Jimin lhe tirava o fôlego. Ele se levantou. A etiqueta não exigia que um cavalheiro se levantasse quando um dos empregados da casa entrava no ambiente. Jimin sabia disso, e sua expressão refletiu a estranheza do gesto dele. Mas Jungkook não se arrependeu. Um alfa se levantava para um ômega, um rei ou um ser divino, e Jimin era pelo menos uma dessas – se não as três.

A CONVENIÊNCIA DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora