CAPÍTULO 13

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Jungkook o beijou com vigor, para provar o que ele era. Não houve afeto no ato, apenas punição. Uma boa surra com a língua, em vez de uma carícia. Se todo mundo ia brincar de pirata, ele se juntaria à brincadeira. Piratas tomam. Piratas roubam. Eles pilham. Ele desceu o beijo pelo pescoço de Jimin – seu pescoço delicado, lindo – enquanto passava a mão por todo seu tronco, delineando o contorno de seu corpo por cima da musselina fina do conjunto de roupas bonito de Jimin. O abraço que deveria ser uma punição tornou-se carinhoso demais.

– Jimin – ele sussurrou.

Os amigos o chamavam de Ji, mas ele não era seu amigo. Jeon Jungkook era seu patrão, seu superior na sociedade, um libertino experiente. Um que poderia possuí-lo ali mesmo, naquele instante, no piso rangendo da sala de aula, em meio aos livros, lousas e giz espalhados.

Mas ele só queria beijá-lo durante horas. Dias. Cada ômega era único, mas Jimin era tão diferente. Estranho e corajoso e inteligente. Aquele ômega o tornava diferente, também. Para começar, ele queria ir mais devagar, ter tempo para descobrir e notar tudo a respeito dele, em vez de se esconder de si mesmo.

A língua do ômega acariciava timidamente a dele. Cada passada leve, provocadora, era uma dádiva. A primeira vez que Jimin provava a paixão, e era com ele. Livre. Doce. Nos braços de Jimin, Jungkook quase conseguia sonhar que merecia aquilo.

Ninguém é uma causa perdida.

Ele nunca quis acreditar tanto em algo. Mas Jimin não sabia – não podia começar a compreender – o quanto ele tinha se afastado do caminho do respeito. Jungkook estava tão perdido que tinha saído do mapa. Jungkook interrompeu o beijo e se ergueu num cotovelo, pois precisava vê-lo. Jimin o fitou com seus olhos pretos, vítreos. Os lábios do ômega estavam inchados e vermelhos dos beijos.

– Por Deus, você é lindo.

A pele do ômega esquentou com um brilho tímido. Se estava lindo um momento atrás, agora Jimin estava radiante. E Jungkook muito encrencado. O momento foi arruinado, de repente, pelo som de duas garotinhas subindo ruidosamente a escadaria. Ele e Jimin mal conseguiram se colocar de pé e alisar as roupas antes de Haneul e Ae-cha irromperem no quarto. Cada garota tinha um pedaço de bolo numa mão e um pãozinho cheio de geleia na outra.

– Ah. – Ae-cha usou a manga para limpar geleia da boca. – Vocês escaparam.

– Vamos praticar os nós e fazer certo da próxima vez – Haneul disse para a irmã.

– Não vai haver próxima vez – Jungkook disse, severo. – Chega de pirataria. –
Ele fez um gesto mostrando a decoração pirata. – Na verdade, amanhã eu vou…

– Ele vai levar todos nós a um passeio! – Jimin interveio.

– Um passeio? – Haneul pareceu incrédula.

Jungkook também não conseguiu acreditar.

– Pensei que não pudéssemos passear – Haneul disse.

– Você está absolutamente correta – Jungkook respondeu. – E é por isso que eu…

– Que ele vai abrir uma exceção amanhã – Jimin completou.

Oh, sério, mesmo? Esse foi um ato desavergonhado de traição. Ae-cha comemorou pulando na cama.

– Aonde nós vamos?

Jungkook se empertigou.

– Eu não vou…

– O senhor Jeon não vai contar. – O babá traiçoeiro o interrompeu mais uma vez. – Ele disse que é para ser uma surpresa. Não é maravilhoso?

Jungkook o fuzilou com os olhos. Jimin retribuiu com um sorriso. Então, o alfa saiu do quarto praguejando, exasperado. Muito bem. Se eles queriam um passeio, ele lhes providenciaria um. E seria altamente educacional.

A CONVENIÊNCIA DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora