CAPÍTULO 28

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Jungkook nunca foi de cometer atos de violência. Ele não se opunha a um pouco de vingança, mas as oportunidades pareciam sempre lhe escapar. Sempre chegava atrasado, depois que o estrago já estava feito. Não foi o caso, nesse dia.

– Jeon, seu velho malandro. Não tenho visto você nos clubes ultimamente. – A atenção de Sir Winston se voltou para Jimin e ele o mediu com um olhar libidinoso. – É bom saber que continua bem. Quem é este?

– Sou apenas o babá – Jimin rapidamente informou.

– Você não é apenas o babá – Jungkook o corrigiu. – Você não é “apenas” nada.

– Bem, é claro que ele não é “apenas” o babá. – Sir Winston deu uma piscada nada sutil para Jungkook. – Eles nunca são, não é mesmo?

Jungkook pôs a mão no ombro de Sir Winston, como se gostasse do comentário. Então, virando de costas para o salão, deu um soco na barriga daquele canalha babão. O chapéu de Sir Winston foi parar no chão. O homem, por sua vez, se dobrou e gemeu.

– Por que diabos fez isso, Jeon?

– Você deve um pedido de desculpas ao senhor Park.

– Desculpas por quê?

– Por insultá-lo hoje, para começar. E por tomar liberdades com ele no passado.

– No passado? Pelo amor de Deus, rapaz. Do que está falando? Nunca tinha visto esse ômega na minha vida.

Jimin baixou a cabeça, evitando o olhar de outros visitantes do museu.

– Eu lhe disse que ele não lembraria – Jimin murmurou.

– Mas, agora que você falou – Sir Winston disse com jovialidade –, não seria um problema conhecê-lo. Quando estiver farto dele, mande-o para mim.

O homem se abaixou para pegar a cartola. Jungkook pisou nela. Ele fitou Sir Winston nos olhos enquanto baixava o pé, lenta e deliberadamente, esmagando a torre de pelo de castor e transformando-a numa panqueca queimada. Pronto, seu canalha. Tente compensar sua estatura com isso.

– Peça desculpas ao senhor Park. – Jeon rugiu a palavra por entre os dentes crispados. – Ou, pelos deuses do Egito, vou arrancar seu cérebro pelo nariz e enfiar você num desses sarcófagos pelos próximos três mil anos.

Sir Winston sabia quando estava em posição inferior. Ele se endireitou e fez uma reverência.

– Minhas desculpas, senhor Peker.

– Park.

– Sim, Senhor Park.

Eles ficaram observando aquele refugo humano sair da galeria, depois pegaram as garotas e foram embora do museu. Haneul e Ae-cha protestaram pela partida apressada. Enquanto esperavam a carruagem, Jungkook as subornou com laranjas compradas de um garoto que as vendia na rua. Em casa, as garotas correram para o quarto com planos de mumificar Millicent. Jungkook foi para o escritório e Jimin o seguiu, fechando a porta atrás de si e virando a chave.

– A ousadia daquele canalha! – Jungkook exclamou, tirando as luvas e batendo-as na borda da escrivaninha. – Sinto muito se ele o incomodou.

– Pode ser que Sir Winston Harvey tenha me incomodado, mas o que você fez foi muito mais humilhante. Você me transformou num espetáculo.

– Espere um instante. Eu não sou o vilão aqui. Aquele vagabundo mereceu tudo o que fiz e mais. Só lamento que ele tivesse apenas um chapéu para eu esmagar.

– Tudo é a respeito do seu orgulho, não é? Você parou para pensar nos meus sentimentos?

– Seus sentimentos foram minha principal preocupação. Como ele ousou falar com você daquele modo. Como se você fosse meu…

A CONVENIÊNCIA DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora