CAPÍTULO 31

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Não.

Não, Jungkook não iria aceitar isso.

Ele não podia aceitar. Não as palavras impossíveis nem a expectativa nos olhos de Jimin. Não a lâmina afiada de alegria que o ômega tinha enfiado em seu coração nem o modo como a lâmina o feria a cada inspiração.

Ele não podia aceitar nada disso. Em seu desespero, sua mente focou no que parecia ser seu único recurso. Ele o tomaria. Em seus braços. Tomaria os lábios de Jimin com os seus. E, por Deus, ele tomaria o fôlego do ômega. Deixando-o tonto e arfante, completamente incapaz de falar outra palavra devastadora.

Aquela encosta gramada interminável que ele amaldiçoou quando subiam até o observatório? Jungkook se sentiu grato por ela nesse momento. Ele tirou o casaco e o abriu na grama, depois deitou Jimin nele. O mundo era um quarto particular, escuro, com um teto de estrelas. E em algum momento entre os beijos, as carícias e o desabotoar, uma sensação de inevitabilidade desceu sobre os dois. Ambos sabiam o que iria acontecer. O que devia acontecer.

– Jimin… você sabe que não faço isso com todos. Na verdade, não faço este ato em particular com ninguém há algum tempo. Por mais que doa em meu orgulho admitir, meu desempenho pode não ser o de um especialista.

– Eu não saberia a diferença.

– Tem razão. Isso é reconfortante. – Ele se acomodou entre as coxas de Jimin. – Quer que eu espere até você contar cubos de açúcar ou algo assim?

– Não. – Jimin riu. – Não preciso de cubos de açúcar.

– Jimin. – Ele deixou a brincadeira de lado e falou em tom sincero. – Se eu o possuir dessa forma, pretendo ficar com você para sempre. Entende isso, amor?

O ômega assentiu.

– Quando faço uma pergunta, preciso da resposta. – Jungkook o fitou no fundo dos olhos. – Diga-me que quer isso.

– Eu quero isso. – Jimin subiu as mãos até o pescoço dele. – Eu quero você.

Jungkook esperava que o ômega quisesse aquilo de verdade, porque sua reserva de autocontrole cavalheiresco tinha se esgotado. Nada restava nele além de um desejo impetuoso, inconsequente. De ferver o sangue. A necessidade franca de estar dentro dele, com ele. De encarar qualquer coisa que os separasse e destruí-la com estocadas primitivas, rudes.

Ele pôs a mão entre os dois, pegando a ereção e colocando-a na entrada de Jimin. A cabeça do membro deslizou para dentro da abertura enrugada, e essa pequena penetração bastou para fazer com que o alfa estremecesse de prazer. Apoiando-se nos antebraços, Jungkook rilhou os dentes e enfiou na fenda apertada e quente do corpo do ômega.

– Deus! – Jungkook exclamou.

Os dedos de Jimin apertaram os ombros dele. Jungkook o ouviu inspirar com força.

– Está doendo? – Mesmo perguntando, ele moveu os quadris para avançar mais alguns centímetros. Canalha. – Consegue aguentar?

O ômega assentiu.

– Eu… estou bem.

Graças aos céus.

Jungkook o beijou, agradecido. A cada avanço, ele sentia Jimin estremecer debaixo dele e se sentia um monstro por lhe provocar dor. Toda sua técnica sensual foi esquecida. Ele queria ser delicado, paciente. Mas fazia séculos que ele tinha estado dentro de um ômega desse modo, e aquele não era qualquer ômega. Era Jimin. Seu Jimin. Seu para sempre. Apenas seu.

Só um pouco mais, ele prometeu a si mesmo. Jungkook não era um amante egoísta. Ele sabia ser paciente. Ele podia levar aquilo num ritmo tranquilo, permitir que Jimin tivesse tempo suficiente para se ajustar. Mas primeiro, mais um pouco. Mais um pouco. E um pouco mais. E, oh deus, mais. Até ele tomar tudo que Jimin tinha para oferecer. Enterrado até a base, os quadris se moldaram às coxas do ômega. O corpo de Jimin envolvia o dele.

A CONVENIÊNCIA DO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora