𝗡𝗜𝗚𝗛𝗧 𝗘𝗠𝗕𝗘𝗥 ☄Aemond Targaryen

Nas Garras Do Dragão - Capítulo 12

Aemond Targaryen

Desde que aquela bastarda retornara a King's Landing, a vida de Aemond havia se transformado em um verdadeiro tormento. Cada dia era uma prova de resistência, pois ele sabia que, a partir daquele momento, os dias não seriam mais monótonos e rasos como antes dela chegar.

Nada era monótono ou raso quando se tratava de Astraea Velaryon. Sua sobrinha trazia consigo o caos em cada passo que dava.

Tudo começou no instante em que ela retornou, tão diferente da menina que um dia fora sua amiga de infância. Se é que poderia chamar de amizade aquilo que agora parecia uma lembrança distante e insípida. Astraea não lhe dirigira um único olhar, tratando-o com a mesma indiferença que se reserva ao lixo acumulado nas ruas da Baixada das Pulgas. E então, sem hesitação, ela decapitou um homem diante de todos, como quem arranca uma erva daninha. Pediu para treinar com Sor Criston, não pela honra, mas para humilhá-lo com uma sutileza cruel que apenas ela sabia empregar.

E quando Aemond soube que ela não havia simplesmente domado a Fúria de Bronze, mas sim sido escolhida por aquela besta colossal ━━ segunda em tamanho apenas à sua própria Vhagar ━━ percebeu que os rumores sobre Astraea eram pálidas sombras diante da realidade. Ao redor de todo o Reino, o Príncipe ouviu o novo título que lhe atribuíram: "Astraea, A Bruxa."

Começou quando Astraea apareceu naquele baile, trajada como uma rainha, uma personificação da própria Morte. Ela caminhava com uma altivez que desprezava qualquer coisa além do que estivesse à sua frente, o queixo sempre erguido, desdenhando dos olhares famintos que a devoravam.

Começou quando os malditos olhos de todos se voltaram para ela, e ela dançou com seu irmão, permitindo que ele a tocasse de uma maneira tão íntima, tão indecorosa, que Aemond sentiu o sangue ferver em suas veias. Não teve outra escolha senão intervir, tomado por uma fúria que não podia mais ser contida.

Começou quando Astraea massacrou todos aqueles homens ━━ uma carnificina brutal que não exigiu dela uma única arma ━━ apenas porque ousaram tocar em sua mãe. E em todas essas situações caóticas, a princesa mantinha aquele sorriso travesso e arrogante, os olhos violetas selvagens, cintilando com uma mistura de desafio e desprezo.

Começou quando ele soube que ela estava recebendo visitas de pretendentes para se casar, e embora estivesse recusando todos, sabia que a mãe dela a faria ser mais prestativa quando viessem outra vez. Algo que fez o sangue do príncipe ferver. De forma alguma isso iria acontecer.

E se Astraea o quis testar, intrigar e atrair durante todas essas malditas situações, ela conseguira. Aemond estava cansado desse jogo de esconde-esconde, e sua sobrinha aprenderia que o monstro debaixo de sua cama não se contentaria mais em permanecer nas trevas.

Aemond conhecia Astraea melhor do que ninguém. Ele sabia que, após o término daquele jantar, o temperamento selvagem dela estaria à beira de explodir, ardendo como uma chama incontrolável. Imaginava que ela iria destruir tudo o que cruzasse seu caminho, cada objeto sendo certamente uma representação do rosto dele que, sem dúvida, ocupava seus pensamentos. Mas, longe de se incomodar, Aemond achava a perspectiva deliciosamente divertida. Fascinante, até.

E quando com os olhos em chamas, apenas por pura raiva e movida pelo seu orgulho e temperamento selvagem ela venceu aquela corrida e riu de forma insana em meio a tempestade, foi o clímax para Aemond. Ele sentiu uma sombria satisfação ao ver o brilho de alerta surgir nos olhos dela quando ele se aproximou, decidido, como se ela estivesse considerando a fuga. Mas o verdadeiro triunfo veio quando ele a puxou para si e tomou seus lábios com ferocidade, sentindo-a estremecer, surpreendida e vulnerável como jamais havia sido.