Fogo & Fogo - Capítulo 33

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ㅤㅤ★﹐ ━━  Para aqueles que não apreciam ou se sentem desconfortáveis com cenas explícitas de sexo, aconselho pular certas partes deste capítulo.
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Astraea não o impediu daquela vez, nem o empurrou ou socou.

Em vez disso, a princesa deixou suas mãos se perderem nos longos cabelos de Aemond, tão sedosos quanto pareciam, enquanto suas bocas se reivindicavam.

Aemond só afastou os lábios dos dela ao sentir a necessidade de ver aquele rosto, segurando-o com ambas as mãos enquanto a observava. As lágrimas escorriam daqueles lindos olhos violetas, uma visão melancólica, mas que permanecia majestosa e etérea. Se ele tivesse o talento que Astraea possuía para a pintura, com certeza teria eternizado aquele momento em um quadro.

Ela agora sabia. Aemond não entendia exatamente como, mas ela havia descoberto a verdade, assim como ele. De alguma forma, ambos foram levados um ao encontro do outro de maneira natural, quase... automática. Certa.

━━ Você me escreveu.
━━ ele disse, não exatamente como uma pergunta.

━━ Escrevi.
━━ respondeu Astraea, com uma voz suave e baixa que ele jamais ouvira antes. Quebrada... pelo que havia sido tirado deles.
━━ E você me escreveu.

Aemond apenas assentiu. Seu corpo estava relaxado, assim como sua expressão, mas por dentro... ele estava em colapso.

Podia-se dizer que o príncipe era assim: uma tempestade que se escondia sob a superfície de uma calma caótica.

Todo esse tempo, Astraea acreditara que ele a havia esquecido, que havia esquecido que um dia foram amigos e que as cartas que ela enviava eram tratadas com desdém.

Pelos Deuses.

Agora fazia sentido... tudo. O porquê dela ter se fechado, erguido uma muralha ao seu redor. O que ela devia ter suportado, chegado a conclusões que devia ter tirado sozinha...

━━ Como soube?
━━ Aemond perguntou baixinho, enquanto a analisava. Mantinha-a em seus braços, mas o suficiente afastados para que se olhassem nos olhos.

━━ Uma aia me contou.
━━ respondeu Astraea.
━━ Me disse que... que sua mãe rasgava todas as cartas que circulavam, fossem minhas ou suas.

Aemond ficou imóvel, e isso não passou despercebido pela sobrinha.

━━ Você...

━━ Não.
━━ o príncipe a interrompeu, mas sua voz revelava claramente o que se passava em seu interior: negação, espanto.
━━ Eu não sabia. Não soube disso.

Raiva. Pura e crescente.

Sabia muito bem que sua mãe não era a melhor pessoa do mundo; talvez até mesmo a descrição de “ruim” fosse um elogio para ela. Aemond via como ela sussurrava pelas costas de Rhaenyra, destacando que ela era uma prostituta, apelidando os filhos dela de “bastardos monstruosos por natureza” e resmungando o quanto odiava Viserys desde o momento em que se casou com ele, considerando-o asqueroso.

No entanto, não imaginava que ela fosse uma verdadeira encarnação do mal.

Então sua mente voltou até àquele dia.

O dia em que Astraea partiria para Dragonstone, e ele não a veria uma última vez.

A última calmaria antes da tempestade.

A última vez que a viu foi na véspera de sua partida. Passaram quase o dia inteiro juntos, e foi um dia agradável e brilhante.

Aemond a encontrou nos jardins, mas ela não estava sozinha.

𝗡𝗜𝗚𝗛𝗧 𝗘𝗠𝗕𝗘𝗥 ☄Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora