Assim que Peter saiu, comecei a andar de um lado para o outro, incapaz de conter a energia nervosa que crescia dentro de mim. A cada passo, meus pensamentos giravam em círculos, tentando encontrar uma solução, uma saída para essa situação sufocante. Meus punhos estavam cerrados, e a frustração pulsava em minhas veias como um veneno.
Como ele podia ser tão arrogante? A ideia de pertencer a alguém, de estar presa em Neverland, me enchia de revolta. Eu me recusava a aceitar que estava à mercê de Peter, mas ao mesmo tempo, não conseguia negar o poder que ele exercia sobre mim. Isso me deixava ainda mais furiosa.
Minha mente voltava para Henry, para o que ele devia estar passando nas mãos de Peter. A imagem do meu irmão sendo levado, indefeso, me torturava. Eu precisava encontrar uma maneira de ajudá-lo, mas estava tão presa quanto ele. Cada possibilidade que considerava parecia terminar em um beco sem saída.
Eu parei por um momento, fechando os olhos e tentando acalmar minha respiração. Mas era impossível me acalmar quando tudo ao meu redor parecia estar desmoronando. A sensação de impotência era esmagadora, e a única coisa que me restava era essa raiva fervilhante que me mantinha de pé.
Mas a raiva sozinha não seria suficiente. Eu precisava de um plano, de uma maneira de virar o jogo. Enquanto continuava a andar de um lado para o outro, a determinação começou a tomar forma. Eu não deixaria Peter me controlar, e eu não deixaria Henry nas mãos dele.
Eu soltei um suspiro longo e frustrado, o som ecoando pela árvore oca.
- Merda! - gritei, a palavra saindo com toda a intensidade do meu ódio reprimido. A raiva fervia dentro de mim, ameaçando transbordar.
Nesse momento, a porta rangeu, e Mark entrou casualmente, cruzando os braços enquanto me observava.
- Você sabe que não pode mudar o Peter, certo? - ele disse, com aquele sorriso cínico de sempre. Eu franzi o cenho, surpresa ao vê-lo ali.
- Eu posso tentar, - respondi, desafiadora, e Mark riu, balançando a cabeça.
- Peter não sabe o que é amor, Galadriel. Ele prefere o ódio, é o que o mantém forte. Você realmente acha que vai conseguir mudar isso? - Ele falou enquanto acendia um cigarro.
- Existe uma primeira vez para tudo, - retruquei, tentando manter minha voz firme, embora sentisse a dúvida crescendo dentro de mim. Mark riu de novo, mas dessa vez o riso era amargo.
- Se existe uma primeira vez para tudo, então me diz por que eu ainda estou preso em Neverland? Tem uma guerra se aproximando, e você está preocupada em querer ensinar o que é amor pro Peter? Acorda, Galadriel! Peter prefere a malícia, o controle, do que qualquer coisa parecida com amor. - Fiquei em silêncio, processando as palavras de Mark.
Ele tinha razão em parte, Peter não era o tipo de pessoa que se deixava levar por sentimentos bons. Ele era sombrio, complexo, e seu prazer parecia vir do poder e do caos.
Mas, ao mesmo tempo, eu não podia simplesmente desistir. Não quando Henry estava preso, não quando eu estava presa, e certamente não quando havia uma chance, por menor que fosse, de mudar o curso de tudo isso.
- A guerra está chegando, e eu entendo a gravidade disso, - disse, tentando manter minha voz firme. - Mas talvez seja exatamente por isso que Peter precisa aprender o que é amor. Talvez seja isso que vai mudar tudo.
Mark me olhou por um longo momento, seus olhos analisando cada palavra. Então ele soltou um suspiro cansado, como se estivesse cansado de lutar contra minha determinação.
- Você é tão teimosa quanto ele, sabia? - Ele disse.
- Eu só quero o que é certo, - respondi, e pela primeira vez naquela noite, senti que talvez essa fosse a única coisa que poderia me manter de pé.
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Piratas em Neverland - Peter Pan
FanficDepois que Peter Pan foi Derrotado, Emma e Gancho tiveram uma filha chamada Galadriel, ou conhecida por seus dois apelidos como Filha do Gancho Driele. Ainda em StoryBrooke Galadriel tinha o sonho de viajar os mares iguais nos velhos tempos, porém K...