Deixe-me resolver

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Shion narração:

Ela tá estranha, estranha mesmo.

- Anja?
Perguntei, quando vi ela pegar o terceiro pacote de confeito.

- Sim?
Ela respondeu pegando uma faca e rasgando o pacote, colocando o confeito no prato branco, odeio quando ela não presta atenção.

- Você tá legal? Desde de que eu cheguei aqui você já tá no terceiro pacote pro brigadeiro.

Eu tentei falar em português, já que o doce é brasileiro.

Ela se virou e sorriu.

- Repete a palavra.
Ela pediu largando o prato e vindo até mim.

- Brigadeiro?
Ela sorriu e me abraçou.

- Eu amo quando vocês falam português.

- Eu amo você.
Disse levantando seu queixo e beijando ela.
- Agora me conta o que que tá acontecendo?

Quando eu perguntei ela me olhou.

- São só doces.

- Eu sei que não.

- É o povo da minha escola Shin, eles são malucos! Hoje uma menina mandou eu voltar direto pro meu país favelado.

Ela disse olhando pra baixo, quase como se estivesse envergonhada, eu sei que a Violeta é do tipo que prefere resolver as coisas dela sozinha mas agora estamos namorando, ela tem que contar esse tipo de coisa pra gente.

- Quem?

- Você vai bater nela até a morte e não quero envolver vocês em problemas.

Ela me disse saindo do meu aperto.

- Violeta? Quantas vezes eu vou ter que dizer que você é minha mulher a minha intocável mulher, ninguém nesse mundo vai encostar em você, dirigir a palavra pra você ou sequer olhar você se você não quiser, você tem a porra do direito. Você é minha protegida!

Ela olhou pra baixo e concordou com a cabeça.

- Agora anjinha me fala, eu não vou deixar de bater nele por que você pediu, parece até que você se importa com essa gente.

- Eu não me importo, mas eu não quero que você arranje mais problemas!

Não se importa o caralho.

- Tá bom.

Eu estava realmente frustado, odeio quando a Violeta quer pegar todos os problemas dela e esconder, será que ela não entende que eu tô aqui?

- Violeta senta aqui, agora!

Falei a olhando e ela deu um sorriso querendo se acalmar.

- Eu vou enrolar meus brigadeiros e você vai deixar.

Me sentei na frente dela e abri a boca.

- Violeta, me conta o nome da puta?

- Eu vou resolver isso.

Ela disse e eu ri.

- Com doces?

- Com a mão na cara dela!
Ela disse e eu suspirei.

- Violeta, você não sabe nem dar um soco direito.

- Me ensina, já que você quer tanto ajudar!

Respirei fundo, há uma semana a Violeta foi em uma das nossas reuniões e agora o Japão inteiro sabe que ela tem donos mas eu me preocupo com o bem estar dela, ela já até pediu pra ensinarmos o básico de luta pra ela mas eu e o Izana não queremos.

- Já conversamos sobre isso.

Ela revirou os olhos e eu respirei fundo.

- Desculpa, esqueci que você não gosta.

Ela comentou terminando de enrolar os brigadeiros.

- Shion, eu realmente consigo lidar com os meus problemas, eu sei que pode parecer que não mas eu sei.

- Sabe mesmo? Você tá surtando, andando de um lado pro outros enrola essas merdas a quase três horas! Você esses dias estava reclamando que eu e o Izana não compartilhamos nossa vida de gangue pra você e o que nós fizemos? Te apresentamos geral!

Ela olhou pra baixo e largou a bandeja onde estavam os doces, encima da mesa com força.

- Eu agradeço mesmo por isso, mas eu não quero ser a mulher que os namorados resolvem tudo por ela, Shion olha bem na minha cara!

Ela disse e eu olhei.

- Eu pareço mesmo ser a mulher que é dependente dos namorados?

Fiz que não com a cabeça.

- Pois é! É isso que eu estou dizendo!

Respirei fundo e tentei me relaxar, ela até tá certa.

- Eu não quero ser vista como a "namorada de dois membros de uma gangue" quero ser vista como a "Violeta", eu prefiro morrer do que só me associarem a homens.

- Tá.... eu respeito sua decisão. Mas eu não vou te ensinar a lutar.

- Eu sei que não, mas eu me viro.

Ela pegou os brigadeiros e botou na geladeira.

Mulher de fases Onde histórias criam vida. Descubra agora