– Esdou buito belhor, senhor – disse Nop. – Bosso brebarar dudo em um biscar de olhos.
Vegas, que estava de pé em seu quarto na estalagem, de costas para o ordenança, fechou os olhos. Depois de alguns instantes, ele proferiu em voz alta todas as palavras feias, obscenas, blasfemas e vulgares que tinha em seu vasto vocabulário. Nop fungou.
– Assoe esse maldito nariz – ordenou Vegas. Nop obedeceu, soando como um trompete rachado ao fazer o que o patrão mandara. – Minhas roupas civis – pediu Vegas, começando a abrir os botões do paletó vermelho.
– Suas roupas de montaria? – perguntou Nop.
– Não, não as roupas de montaria, maldição – respondeu Vegas, tirando o casaco e jogando-o sobre as costas de uma cadeira, para que o ordenança lidasse com ele mais tarde. – Eu pedi roupas de montaria?
– Dão, senhor – admitiu o ordenança. – Bensei que talvez houvesse tecitito bardir essa noite. - Ter assoado o nariz obviamente não desobstruíra de todo suas vias nasais.
– Pois pensou errado – retrucou Vegas, ríspido. – Eu o avisarei quando estiver planejando ir embora desta estalagem infernal.
Menos de meia hora mais tarde, ele estava usando roupas civis novamente – camisa branca e lenço da mesma cor no pescoço, paletó azul muito elegante, ajustado ao corpo, colete creme e calça amarelo-clara e botas de cano alto com detalhes brancos. Acabara de se barbear. E continuava com o mesmo mau humor de meia hora antes – pior, na verdade.Vegas ainda não conseguia acreditar no que descobrira conversando com Ken Saengtham, de quem fora fácil extrair informações apenas lisonjeando-o com sua atenção, fazendo-lhe perguntas e demonstrando aprovação irrestrita a qualquer asneira que o primo do Sr. Saengtham dissesse. Teria ficado mais feliz se pudesse estrangular aquela doninha em forma de gente.
O velho Saengtham devia ser uma pessoa muito peculiar, pensou Vegas com desprezo, enquanto sentava-se para jantar no próprio quarto, pois não estava com disposição para aparecer na taverna.
Como não conseguira persuadir o filho ômega a se casar com nenhum homem de nível social mais elevado que lhe apresentara, o pai do Sr. Saengtham tentara exercer algum controle além-túmulo.
De acordo com o testamento que fizera pouco antes de morrer, Saengtham realmente deixara tudo para o filho por apenas um ano, antes que a herança passasse para o irmão dele – ou, em caso de morte do irmão antes desse tempo, para o primo. Mas ele também fizera uma oferta para fisgar o ômega. O Sr. Pete Saengtham poderia manter a herança para o resto da vida caso ele se casasse no correr daquele primeiro ano. Restavam apenas quatro dias antes do primeiro aniversário de morte do velho Saengtham.
Ken Saengtham estava prestes a herdar tudo. E, embora houvesse assediado o primo com pedidos de casamento quando era de seu interesse, agora que não precisava mais dele também não se importava com seus problemas. O Sr. Saengtham seria posto para fora de casa em quatro dias. Ken Saengtham não sabia nem se importava com o que seria feito dele.
A notícia da morte do irmão, dois dias antes, fora um golpe duplo para o Sr. Saengtham. Não havia dúvidas de que ele sentira profundamente a perda, mas a outra implicação daquela morte provavelmente contribuíra um pouco para a expressão abatida que assombrava o rosto dele desde então.
Ao que lhe constava, o capitão Saengtham havia deixado tudo para o irmão no próprio testamento e chegara a assinar documentos nos quais abria mão de qualquer direito sobre a propriedade de Saengthan's, em favor do Sr. Saengtham, pelo resto da vida dele. Infelizmente, sua generosidade de nada valera.
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AGORA CASADOS - VEGASPETE
FanfictionPete é um ômega resiliente, com um pai recém falecido, e um irmão lutando na guerra, mas um dia ele descobre que tudo irá mudar. Pete perderá as poucas coisas que têm, seus filhos adotivos, os amigos desprezados da sociedade, seu cachorro Minoi, e s...