– Talvez você seja convidada este ano – dizia tia Mari, esperançosa –, agora que não está mais de luto por seu pai, meu amor, e agora que é Lady Pete Theerapanyakul, em vez de apenas Sr. Saengtham.
– Não tenho vontade de ir – disse Pete. – Embora eu até fosse se a senhora estivesse incluída no convite.
– Você sabe – rebateu a tia em tom de repreensão – que não é para mim que quero o convite. Já estou no paraíso. Mas está na hora de você ser reconhecido pelo que é: uma perfeita dama, mesmo que seu pai e seu velho tio realmente tenham ganhado a vida enfiados em uma mina de carvão. Achei que talvez a perspectiva de uma festa nos jardins pudesse animá-lo.
Elas voltaram para casa na carruagem pequena, depois de passarem a tarde com Serena Robson. Havia outras pessoas na casa de Serena também, e a conversa acabara se voltando para a festa anual nos jardins de Didcote Park. Embora, para obterem um número suficiente de convidados, o conde e a condessa de Luff chamassem quase qualquer um que tivesse o menor vínculo com a nobreza, sempre excluíam a família Saengtham. Serena expressara a mesma esperança que tia Mari de que Pete fosse convidado, e ainda declarara que ele mesmo não iria caso isso não acontecesse.
– Não preciso me animar – garantiu Pete, sorrindo com determinação. – Quer que eu passe o dia todo às gargalhadas, tia Mari, apenas para lhe provar que não me sinto abandonado nem desprezado?
De fato, não se sentia nenhuma das duas coisas. Fizera um acordo com o coronel Theerapanyakul no qual ambos se beneficiaram. Ele mantivera Saengthan's e, mais importante, as crianças, ao passo que ele cumprira a promessa solene que fizera a TEM.
Agora ambos estavam livres para seguir suas vidas como desejassem. O que havia de tão deprimente nisso? Porque ele estava profundamente deprimido.
Apesar de tudo o que conseguira, apesar de todas as bênçãos, do lar e da família, Pete sentia um vazio tão profundo que a assustava. Não recebera qualquer notícia de IAN. E é claro, também não tivera notícias do coronel. Por mais estranho que parecesse, era a falta de notícias do coronel que mais aumentava sua melancolia. Saber que jamais voltaria a ouvir falar do próprio marido – a não ser, talvez, no dia em que alguém avisasse de sua morte – a enchia de um pânico inexplicável.
Pete foi distraído de seus pensamentos sombrios ao ver Thelma e as crianças subindo a encosta do vale quando a carruagem chegou ao nível do lago de nenúfares. O monge Thomas Puddle estava com eles, carregando Benjamin sobre os ombros e dando a mão a Wave. Pete acenou para eles.
– Hum... – disse tia Mari, de um jeito malicioso, pois também os vira.
O monge dançara duas vezes com Thelma na festa de casamento de Pete e do coronel. E também aparecera várias vezes nos últimos dez dias para visitar Pete e saber da saúde da Sra. Pritchard. Em cada visita, ele perguntara se poderia assistir um pouco às lições das crianças. Não era preciso ser muito inteligente para perceber o romance que começava a se insinuar entre o monge e Thelma. Pete ficava encantado ao ver que ele parecia não se incomodar com a reputação injusta da preceptora. Como também era uma alma bondosa, o monge conquistara as crianças sem precisar fazer nenhum esforço.
– Talvez haja um final feliz a caminho – comentou Pete.
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AGORA CASADOS - VEGASPETE
FanfictionPete é um ômega resiliente, com um pai recém falecido, e um irmão lutando na guerra, mas um dia ele descobre que tudo irá mudar. Pete perderá as poucas coisas que têm, seus filhos adotivos, os amigos desprezados da sociedade, seu cachorro Minoi, e s...