Um dos criados no saguão da Theerapanyakul House informou ao coronel que a família ainda estava jantando. Esperariam na sala de estar, então, informou o coronel, guiando Pete pelo cotovelo na direção da escada. Mas o criado tossiu discretamente.
– Acredito que Sua Graça tenha planos de sair esta noite, depois do jantar, milorde – falou o homem. – E Lorde KIM e lorde Alleyne vão ao teatro.
– Então interromperemos o jantar deles – avisou o coronel, a voz severa e abrupta. – Diga a Fleming que nos anuncie.
O criado ergueu as sobrancelhas por meio centímetro, talvez, seu único sinal de ter opinião própria sobre a questão. Ele se virou e foi na frente. Pete, ainda guiado pela mão do coronel em seu cotovelo, tentou respirar fundo para se acalmar, sem fazer barulho. A raiva e a coragem que, menos de meia hora atrás, a haviam impelido a sair da estalagem, entrar no coche de aluguel que a esperava e depois na Theerapanyakul House se esvaíam rapidamente... a coragem, ao menos. Até entrarem no saguão e ele falar com o criado, o coronel Theerapanyakul não dissera uma única palavra. Contentara- se em parecer furioso.
O criado bateu à porta – que devia ser da sala de jantar –, murmurou algo ao mordomo quando este a abriu e voltou para seu posto no saguão. As sobrancelhas do mordomo se ergueram talvez por um centímetro.
– Lorde e Lady Pete, Vossa Graça – anunciou, afastando-se para o lado.
A sala de jantar era uma câmara de teto alto e longa, com uma mesa que ocupava a maior parte de sua extensão. Pete teve uma impressão imediata de grandeza e percebeu o candelabro de ouro e cristal que pendia do teto ornado e em arco e também a porcelana fina, os cristais e a prataria cintilando sobre a mesa à luz das velas.
No entanto, verdade seja dita, a maior parte de sua atenção se concentrou nas três pessoas sentadas à mesa. O duque Kinn ela já conhecia. O jovem à esquerda dele era obviamente outro irmão, embora fosse mais bonito do que o duque e mesmo o coronel. A dama à direita do duque tinha cabelos ondulados e claros, sobrancelhas muito escuras em contraste, um tom de pele moreno e o nariz típico da família. Os três usavam trajes formais para a noite e pareciam tudo o que Pete sempre imaginara da aristocracia. Se aquela composição pudesse ser descrita em uma única palavra, seria esnobe. Os dois cavalheiros se levantaram.
– Ah – disse o duque com certa presunção, o monóculo já na mão.
– Lady Pete? – perguntou o rapaz. - O moço simplesmente os encarou com as sobrancelhas erguidas.
– Tenho a honra – disse o coronel Theerapanyakul – de apresentar Lady Pete Theerapanyakul, meu marido. Lord KIM Theerapanyakul, o mais velho dos meus irmãos, e lody Alleyne Theerapanyakul, minha irmã mais nova.
As sobrancelhas de KIM subiram ainda mais e seus olhos avaliaram Pete dos pés à cabeça, deixando o marido do coronel terrivelmente consciente de suas roupas de viagem, que eram elegantes e limpas, mas estavam muito longe de ter o mais fino dos tecidos, ou o modelo mais em moda... e também não era nem de perto uma roupa adequada para a noite.
– Que demônio você é, Vegas! – exclamou lady Alleyne. Ele riu, mostrando ser ainda mais bela do que Pete achara a princípio, e a encarou tão diretamente quanto o irmão, embora seus olhos cintilassem de humor. – Isso aconteceu hoje?
– Na verdade, foi há quase três semanas – contou o coronel. – Com uma licença especial. - Lady Alleyne percorreu a longa sala de jantar na direção deles.
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AGORA CASADOS - VEGASPETE
FanfictionPete é um ômega resiliente, com um pai recém falecido, e um irmão lutando na guerra, mas um dia ele descobre que tudo irá mudar. Pete perderá as poucas coisas que têm, seus filhos adotivos, os amigos desprezados da sociedade, seu cachorro Minoi, e s...