12 - Capítulo

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Um dos criados no saguão da Theerapanyakul House informou ao coronel que a família ainda estava jantando. Esperariam na sala de estar, então, informou o coronel, guiando Pete pelo cotovelo na direção da escada. Mas o criado tossiu discretamente.


– Acredito que Sua Graça tenha planos de sair esta noite, depois do jantar, milorde – falou o homem. – E Lorde KIM e lorde Alleyne vão ao teatro.

– Então interromperemos o jantar deles – avisou o coronel, a voz severa e abrupta. – Diga a Fleming que nos anuncie.


O criado ergueu as sobrancelhas por meio centímetro, talvez, seu único sinal de ter opinião própria sobre a questão. Ele se virou e foi na frente. Pete, ainda guiado pela mão do coronel em seu cotovelo, tentou respirar fundo para se acalmar, sem fazer barulho. A raiva e a coragem que, menos de meia hora atrás, a haviam impelido a sair da estalagem, entrar no coche de aluguel que a esperava e depois na Theerapanyakul House se esvaíam rapidamente... a coragem, ao menos. Até entrarem no saguão e ele falar com o criado, o coronel Theerapanyakul não dissera uma única palavra. Contentara- se em parecer furioso.

O criado bateu à porta – que devia ser da sala de jantar –, murmurou algo ao mordomo quando este a abriu e voltou para seu posto no saguão. As sobrancelhas do mordomo se ergueram talvez por um centímetro.


– Lorde e Lady Pete, Vossa Graça – anunciou, afastando-se para o lado.


A sala de jantar era uma câmara de teto alto e longa, com uma mesa que ocupava a maior parte de sua extensão. Pete teve uma impressão imediata de grandeza e percebeu o candelabro de ouro e cristal que pendia do teto ornado e em arco e também a porcelana fina, os cristais e a prataria cintilando sobre a mesa à luz das velas.

No entanto, verdade seja dita, a maior parte de sua atenção se concentrou nas três pessoas sentadas à mesa. O duque Kinn ela já conhecia. O jovem à esquerda dele era obviamente outro irmão, embora fosse mais bonito do que o duque e mesmo o coronel. A dama à direita do duque tinha cabelos ondulados e claros, sobrancelhas muito escuras em contraste, um tom de pele moreno e o nariz típico da família. Os três usavam trajes formais para a noite e pareciam tudo o que Pete sempre imaginara da aristocracia. Se aquela composição pudesse ser descrita em uma única palavra, seria esnobe. Os dois cavalheiros se levantaram.


– Ah – disse o duque com certa presunção, o monóculo já na mão.

Lady Pete? – perguntou o rapaz. - O moço simplesmente os encarou com as sobrancelhas erguidas.

– Tenho a honra – disse o coronel Theerapanyakul – de apresentar Lady Pete Theerapanyakul, meu marido. Lord KIM Theerapanyakul, o mais velho dos meus irmãos, e lody Alleyne Theerapanyakul, minha irmã mais nova.

As sobrancelhas de KIM subiram ainda mais e seus olhos avaliaram Pete dos pés à cabeça, deixando o marido do coronel terrivelmente consciente de suas roupas de viagem, que eram elegantes e limpas, mas estavam muito longe de ter o mais fino dos tecidos, ou o modelo mais em moda... e também não era nem de perto uma roupa adequada para a noite.

– Que demônio você é, Vegas! – exclamou lady Alleyne. Ele riu, mostrando ser ainda mais bela do que Pete achara a princípio, e a encarou tão diretamente quanto o irmão, embora seus olhos cintilassem de humor. – Isso aconteceu hoje?

– Na verdade, foi há quase três semanas – contou o coronel. – Com uma licença especial. - Lady Alleyne percorreu a longa sala de jantar na direção deles.

AGORA CASADOS - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora