Ele estava parado diante da lareira, como na primeira vez que Pete o vira, só que agora não usava uniforme. Mas ainda parecia quase tão grande e ameaçador quanto antes, mesmo usando roupas civis. O coronel tomara a liberdade de acender as velas no castiçal sobre o consolo da lareira, já que estava quase escuro do lado de fora.
– Coronel Vegas Theerapanyakul – disse Pete em um tom brusco, fechando a porta depois de entrar. Pete não fez nenhuma tentativa de sorrir ou de ser gracioso, como um ômega deveria ser. – O que posso fazer pelo senhor?
– O senhor me omitiu a verdade – acusou ele. – Ou ao menos a distorceu. Seu pai realmente lhe deixou Saengthan's, mas sob condições que o senhor não cumpriu. Está prestes a perder tudo. Na verdade, é o que acontecerá em quatro dias.
Por um momento, Pete ficou tão furiosp que tudo o que conseguiu fazer foi cerrar os punhos. Era isso que os privilégios da aristocracia faziam com um homem? Faziam com que acreditasse ter o direito de ir onde não fora convidado, para se intrometer nos assuntos particulares dele, para se dirigir a ele daquela maneira abrupta e impertinente?
– Foi para isso que veio? – perguntou Pete. – Para me acusar de mentir? O senhor é muito impertinente, coronel Theerapanyakul. Deve sair agora mesmo da minha casa. Boa noite. - Seu coração saltava no peito quando Pete se afastou da porta. Não era de se deixar inflamar com facilidade. Raramente falava com raiva.
– Deve mesmo aproveitar para dar essa ordem agora – disse ele, sem se mover. – Não estará mais em seu poder fazer isso daqui a pouco tempo, não é mesmo?
– Talvez – retrucou Pete –, quando o senhor vier a essa casa no ano que vem ou no seguinte, para admirar o pórtico de mármore e a entrada pavimentada e sem árvores, acabe dizendo algo igualmente impertinente a Ken e então ele, em vez de mim, terá a satisfação de ordenar que saia da propriedade. Mas esta noite ainda sou o dono deste lugar. Saia! - Ele se sentia como um rato tentando impor sua vontade a um elefante.
– Ele é mesmo um imbecil de primeira categoria, não? – falou o coronel. Pete ficou em dúvida se o escutara direito. Ele olhou bem dentro daqueles olhos negros, mas a expressão neles não se alterou.
– De que outra forma eu teria conseguido descobrir a verdade a seu respeito, senão permitindo que ele se gabasse para mim? – perguntou Vegas. Pete franziu o cenho.
– A verdade a meu respeito não é da sua conta – disse o ômega.
– Peço permissão para discordar, nong – falou ele. – Sua segurança, seu bem-estar e sua felicidade eram da conta do seu irmão. Ele me passou essa responsabilidade ao morrer. Foi isso que o coronel Saengtham quis dizer, muito claramente, quando me fez prometer que o protegeria.
O coronel sabia o que a morte dele significaria para o nong. Ao me esconder a verdade, você recusou a seu irmão a paz que ele buscava quando me pediu que fizesse uma promessa. Pete não considerara as ofertas de ajuda dele sob aquela luz antes. E não queria pensar nelas dessa forma agora. O coronel Theerapanyakul era um estranho.
Além disso, era um alfa de um mundo diferente, tão acima do dele na escala social que era impossível conversar ou lidar com ele do mesmo modo que faria com seus vizinhos e amigos. O homem era lorde Vegas Theerapanyakul, filho de um duque. Pete puxou a cadeira mais próxima e se sentou.
– O senhor não me deve nada, coronel – disse ele. – Nem sequer me conhece.
– Mas sei que sou responsável pelo nong – retrucou ele. – Jamais deixei de cumprir minha palavra e não farei isso agora.
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AGORA CASADOS - VEGASPETE
FanfictionPete é um ômega resiliente, com um pai recém falecido, e um irmão lutando na guerra, mas um dia ele descobre que tudo irá mudar. Pete perderá as poucas coisas que têm, seus filhos adotivos, os amigos desprezados da sociedade, seu cachorro Minoi, e s...