Pete pousou o leque nas costas do sofá na sala particular deles e descalçou as luvas. Então removeu as plumas, soltando assim alguns dos cachos do alto da cabeça. O sorriso animado que estivera em seu rosto durante toda a noite fora abandonado do lado de fora da porta. Ele agora parecia exausto e pálido. Não olhou nem uma vez para ele... nem tentou se abrigar na privacidade do seu quarto de vestir.
– Você chegou muito perto de ser indiscreto – disse Vegas.
– Muito perto, talvez – concordou Pete, levando mão ao diamante em seu colo. – Mas não cheguei a ser. Não há mal nenhum em caminhar com um convidado por um jardim todo iluminado.
– E sentar-se à sombra com ele, afastados do caminho principal? – perguntou ele. – E dar a mão a ele para que a pousasse no peito? - "Como eu poderia esquecê-lo?... Ele tem sido muito bondoso".
As palavras pareciam reverberar na cabeça de Vegas desde que ele as ouvira, fazia três ou quatro horas. Ele ainda não tivera a chance de avaliar porque exatamente ficara tão chocado, furioso e... magoado.
– Não dei a mão a ele – contestou Pete. – Ele a pegou e eu a estava puxando.
– Ah, perdoe-me. – Vegas estava de pé diante da lareira, as mãos cruzadas nas costas, olhando para a cabeça abaixada de Pete. – Você foi coagido a tudo, imagino: a dançar, a sair para a varanda e a descer para o jardim, a escolher um banco afastado, no escuro. E também a dar a mão a ele.
– Vegas... – Pete levantou os olhos, mas então pareceu descobrir que não tinha mais nada a dizer. Seus olhos estavam obscuros de tristeza.
– Quem é ele? – perguntou Vegas. – Confesso que desconheço tanto o homem quanto o sobrenome.
– O visconde IAN é filho do conde de Luff – explicou Pete. – Eles moram em Didcote Park, a pouco menos de 10 quilômetros de Saengthan's.
– Ah – disse Vegas, percebendo que se comportava como o típico marido ciumento, mas incapaz de se conter.
Sentira-se tão encantado por ele durante a primeira hora do baile... Sentira-se... Sim, sentira-se mesmo um pouco apaixonado pelo marido. Talvez fosse mesmo bom que houvesse acontecido algo para trazê-lo de volta à realidade. Mas continuava furioso e magoado.
Pete parecia se esforçar para dizer algo mais, porém apenas balançou a cabeça e pousou os dedos nas plumas que havia colocado sobre as luvas.
– Você mentiu para mim – acusou Vegas. – Disse que não havia ninguém. Disse que não desejava se casar com outra pessoa.
– Não – retrucou ele. – Eu deixei que você fizesse essa suposição sem contradizê-lo.
– Então foi uma mentira por omissão – falou ele. – Mas uma mentira da mesma forma. Deveria ter me contado. Fui colocado injustamente na posição de vilão naquela cena comovente no jardim.
– Então você não ouviu tudo, ou nada, do que eu disse. – Pete afastou a mão das plumas e segurou com força o pendente de diamante. – Disse a ele que você salvou a mim e a todos os que dependem de mim. Disse também quanto você tem sido bondoso comigo.
– Bondoso! – falou Vegas, com um tom e uma ênfase muito semelhantes aos de IAN, mais cedo. – Não sou do tipo bondoso, nong. Nunca fui acusado de ser um homem bondoso. Casei-me com você para pagar a dívida que tinha com um homem morto.
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AGORA CASADOS - VEGASPETE
FanfictionPete é um ômega resiliente, com um pai recém falecido, e um irmão lutando na guerra, mas um dia ele descobre que tudo irá mudar. Pete perderá as poucas coisas que têm, seus filhos adotivos, os amigos desprezados da sociedade, seu cachorro Minoi, e s...