8 - Capítulo

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Pete examinou o guarda-roupa em busca de um vestido adequado para usar naquela noite. Tudo o que tinha estava lamentavelmente fora de moda, ou calças ultrapassadas. 

Estivera de luto durante o último ano, mas, mesmo nos anos anteriores, havia passado a maior parte das noites em casa com o pai, cujos problemas de saúde a mantiveram longe dos Petentos sociais, nos quais depositava tantas esperanças. Ele considerou suas opções e acabou optando pelo terno de seda cinza com matizes prateados.

Parecia desrespeitoso à memória de TEM não usar luto nenhum, apesar do desejo expresso dele. Edith arrumou o cabelo dele e sugeriu que usasse o cordão e os brincos prateados, para acrescentar um toque festivo.

Aquela sem dúvida fora uma péssima ideia de tia Mari e Serena, entre outros, pensou Pete, enquanto descia as escadas até a sala de estar, sentindo-se nervoso como um debutante. Aquilo tudo era um artifício óbvio para deter o coronel ali, na esperança de que o casamento desabrochasse em algo mais do que os próprios noivos jamais tiveram a intenção de que viesse a ser.

Era embaraçoso, para dizer o mínimo. Ele ficara surpreso por ele ter concordado em ficar, mas entendia que ele fora movido por seu senso de honra. Pete esperava que o coronel não tivesse a expectativa de encontrar um Petento social elegante, do tipo a que ele devia estar acostumado, sendo filho de um duque.

Theerapanyakul esperava por Pete na sala de estar. Tia Mari e Thelma tinham ido na frente, para ajudar com alguns preparativos no salão onde aconteceria a festa – ao menos fora essa a explicação que tia Mari dera para que Pete e o coronel fossem sozinhos para a hospedaria Three Feathers.


– Lamento tanto por tudo isso – Pete disse a ele. – A essa altura, deve estar ansioso por seguir seu caminho para casa.


Theerapanyakul se inclinou em uma mesura e deixou que os olhos o percorressem, porém não fez qualquer comentário sobre a escolha da roupa. Ele usava seu uniforme de gala, mas com sapatos de dança, em das botas de cavalaria.


– Eu poderia ter me recusado a ficar – argumentou Theerapanyakul. – No entanto, a questão é que posso partir amanhã e retornar ao meu modo de vida habitual, como se nada houvesse acontecido. No seu caso não será tão fácil. Continuará aqui, perto de vizinhos que sabem muito bem por que se casou e por que vive sozinho, sem o marido. Não quero que as pessoas pensem que não há nenhuma gentileza, nenhum... respeito entre nós. Confesso que fui pego de surpresa quando a Sra. Pritchard anunciou seus planos esta tarde, mas não levei muito tempo para perceber que na verdade é apenas algo necessário.


Os modos dele eram muito formais. Seria bondade ou senso de dever o que o motivava? Perguntou-se Pete. Ele já tivera alguns vislumbres de uma possível bondade, até mesmo humor da parte do coronel, mas... ele nunca sorria. Pete assentiu, e ele pegou o xale de suas mãos, pousou-o sobre os ombros dele e lhe ofereceu o braço.

Fazia cerca de uma hora que a chuva cessara, porém ainda estava frio e o piso da varanda continuava úmido. Pete estremeceu ao subir na carruagem. E imaginou se o coronel iria acomodar-se no assento ao lado dele ou à sua frente. Ele se sentou ao lado dele. Pete sentiu o calor do corpo masculino ao longo de seu braço direito e na parte externa da coxa. O alfa começara a incomodar seus pensamentos...


– Haverá dança – informou a ele. – Ao som de músicos locais. Também haverá jogos de cartas, muita conversa, comida e bebida. Vai achar tudo muito insípido, talvez até terrivelmente tolo.

AGORA CASADOS - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora