Capítulo 14

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Ignorando completamente a pergunta da esposa, o  Dr. Conan saiu porta afora sem nem olhar para trás, seguiu para o elevador, ao entrar, apertou o botão do estacionamento subterrâneo, chegando, seguiu em passos largos em direção ao seu luxuoso carro estacionado não tão longe do amplo estacionamento. Após entrar, acomodou-se e logo que travou o cinto de segurança, ligou e sem delonga saiu, a princípio sem destino, no entanto, achando que talvez a pequena Thomsen,  tivesse indo até o antigo apartamento onde morou com os pais. Pois em seus pensamentos, ele imaginou que aquela seria a primeira coisa que a menina Thomsen, iria fazer sabendo que o imovel ainda existia e que estava do mesmo jeito de quando era apenas a garotinha de todos eles, e morava lá com os queridos e amáveis pais. Desejando  muito pode vê-la e está mais uma vez com ela, o Dr. Mudou seu rumo, então, em alta velocidade seguiu até o endereço que conhecia muito bem, pois por todo aquele tempo com a ausência dos verdadeiros donos daquele magnífico apartamento, ele ficou encarregado de manter o lugar em funcionamento como se os amigos estivesse em uma longa viagem e chegaria a qualquer momento. 

O que depois daquela tarde, ele esperava que a menina tão querida por ele, fizesse. Já que era o que sempre que sentia a falta do amigo, e querendo matar a saudades, de vez em quando, ela passava um curto tempo lá lembrando-se dos momentos de alegria onde com seus conselhos sábios, o amigo Allary lhe direcionava para onde, ou o quê ele deveria fazer sempre que tinha uma audiência difícil. 
           Com sua chave que há muitos anos havia feito uma cópia, o melancólico Dr. Conan entrou achando que encontraria a pessoa que poderia compartilhar suas lembranças e sofrimento com ele, e com muito carinho e cautela, eles pudessem ter uma longa conversa a qual ele se explicaria e confidenciaria o que ele e os pais dela, planejavam para seus filhos, que na época, era só duas crianças que mesmo os pais sendos muitos amigos, os dois ainda não se conheciam pessoalmente, já que sempre que reuniam-se, ele nunca estava com o filho, a qual a mãe com sua mania de proteção excessiva, mal o deixava sair de casa. 

Com aquele pensamento, o Dr. Conan pretendia esclarecer a sua menina dos olhos, que ela era sim, digna de ser sua nora com todo prazer, é claro, que se ela ainda estivesse disposta, e amasse seu filho, poderia contar com ele para juntá-los, o que seria perfeito. 

“Claro que só na cabeça dele, que estava alheio ao que o filho e os amigos tinham aprontado no campus, ao invés de se dedicarem de verdade aos estudos”. 

 Ao entrar, o Dr. Se deparou com o lugar completamente deserto e escuro, sequer tinha vestígio de que Aretha tinha estado ali. Decepcionado, caminhou lentamente comodo por comodo, e tudo que encontrou foi o imenso vazio como sempre encontrava. Cabisbaixo se deixou cair no grande sofá da sala e ali ficou pensando em tudo que havia acontecido naquela tarde desde que viu a menina Thomsen entrar em seu escritório, a sensação de vê-la novamente, e o espanto de presenciar como ela estava linda, igualzinha a mãe, mas com alguns traços do pai, principalmente a calma, o caráter e a sabedoria. Logo um sorriso invadiu seus lábios, imaginando como seria diferente se o casal de amigos estivessem vivos naquele momento, olhando para cada canto daquele cômodo, permitiu-se, sonhar acordado, deduzindo como estariam naquela sala naquele exato momento com seus filhos jovens já comprometidos um com o outro, e perto de se formarem. Claro, que tanto ele como os amigos estariam em êxtase de tão felizes.  

Enquanto o Dr. Conan estava ali em seus infinitos delírios. 

                             ఌఌఌ

Na estrada, voltando para casa, Aretha não parava de pensar como o mundo era mesmo muito pequeno, e como o destino gostava mesmo de pregar peças em todos com suas brincadeiras, fazendo como bem entendia. Ela que achava já ter superado tudo que havia passado, do nada o pesadelo voltou a assombrá-la. Porém, mais uma vez, estava disposta a mostrar para o tal destino, que ele não iria brincar com ela de novo, pelo menos não do jeito que ele estava planejando fazer, pois ela iria lutar para fazer as coisas do seu jeito, e iria começar cortando laços com aquela gente, a qual não queria ver e nem saber nada sobre eles. Já pensando em colocar seu plano em prática, virou para o senhor, o amigo da senhora Dulce que dirigia calmamente, e o perguntou:
— Dr.  Machado, o senhor, pode me indicar um bom e confiável advogado para me auxiliar a partir de agora, não quero ter nenhuma relação com aquelas pessoas, se é que o senhor está me entendendo. — falou torcendo os lábios para o lado em descontentamento.  
— Sim, senhorita Thomsen, eu tenho um grande amigo que atua nessa área, logo que Dulce me pediu orientação sobre a declaração que a senhorita havia recebido, eu entrei em contato com ele, mas infelizmente ele está em uma viagem, que o fará ficar fora por dois ou três dias, mas ele me disse que no seu caso, era para eu às acompanhar é só ouvir o que a outra parte realmente queria, que foi o que eu fiz! Mas agora que a senhorita está mesmo pensando em não deixar o Dr. Conan lidar com tudo que a senhorita herdou, então, posso lhe apresentar a esse meu amigo, ele tem um escritório no centro de Anhanguera, ele é bem conhecido por ser implacável, mas isso é bom, não é? —  perguntou olhando para Aretha pelo espelho retrovisor. 
— S-Sim, Sim, segundo o que já aprendi até agora, ser decidida e implacável nesse ramo, é muito bom, pois as chances de chegarmos ao topo e sermos  reconhecidos, são melhores. —  disse com o olhar longe, pensando como ela gostaria de ser um dia. 
          Depois daquela conversa com o Dr Machado, por um tempo Aretha se manteve em silêncio, até a senhora Dulce quebrar a quietude, perguntando:
— Querida, o que você pretende fazer a respeito do imovel deixado por seus pais? — A senhora queria saber, pois ainda tinha uma nuvem de temor, pairando sobre sua cabeça.
— Ainda não sei, só sei que ainda não me sinto pronta para entrar lá, e ser bombardeada com recordações de todas as lembranças que lutei muito para esquecê-las e afundá-las bem no fundo do meu peito. —  disse com os olhos marejados.  
— Tudo bem, minha querida, depois você verá isso com tempo e calma, mas nunca vá só, eu ou a Chloe, ou nós duas juntas, estaremos com você. Tudo bem? — perguntou olhando para trás e esticando o braço para pegar na mão de Aretha que logo esticou sua mão pegando e apertando consentindo com a cabeça em concordância enquanto abria um leve sorriso. 

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora