capítulo 30

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Meia hora passou depois da partida do Dr. Conan, Aretha ainda perplexa com tudo que ouvira sobre drogas, tentativa de suicidio, clinica de recuperação e a possibilidade de ficar frente a frente com a pessoa que ela preferia e pretendia nunca mais encontrar em sua vida, estava deixando-a com a sensação de que a qualquer momento, perderia suas forças, o que ela jamais poderia deixar que acontecesse vendo que seu filho mais do que ninguém precisava de uma mulher forte e bem preparada ao seu lado por toda sua vida que praticamente ainda nem tinha começado, ela nunca poderia deixar que os Conan se aproximasse, principalmente para assumir a criação de seu bebê em seu lugar.
          — Não mesmo! — pensou em voz alta.
— Para isso acontecer eu teria que não existir mais na face dessa terra, porque ao contrário, enquanto eu existir e me restar um fio de suspiro  sequer, com certeza estarei no comando da vidinha do meu pequeno. —  jurou com fervor e fúria nos olhos enquanto fechava os punhos com força.
Tendo em vista as intenções do Dr. Conan, ela limpou as lágrimas que escorreram enquanto lembrava da agoniante conversa com ele e de seu juramento diante de Deus,  pegou o celular e com agilidade discou o número do Dr. Pucci  e logo que a chamada foi atendida sem delonga e sendo direta, disse:
— Eu aceito estagiar em seu escritório! Mas não esse, quero estagiar no escritório que o senhor possui no exterior! Decidi ir embora desse país amanhã mesmo, peço que o senhor me ajude em tirar-me com meu filho até amanhã cedo, preciso ficar longe dos Conan, e não quero que eles fiquem sabendo para onde eu fui, pelo menos até eu terminar minha faculdade e tudo que o senhor me orientou, então, Dr. Pucci, o senhor pode me ajudar? — falou tudo de uma só vez, deixando o Dr. Pucci paralisado do outro lado da linha.
— A propósito, a babá do meu filho vai também, ela é uma pessoa de confiança a qual eu vou precisar ter ao meu lado, estarei longe de todos que considero muito, precisarei dela! —  finalizou.
— Dr. Dr. o senhor me ouviu? —  perguntou depois que sentiu que nem a respiração do homem, ela ouvira.
— S-Sim, sim, eu ouvi sim, mas senhorita Thomsen, você tem certeza disso? O que aconteceu? — perguntou totalmente atônito com tudo que ela falou.
— Senhorita Thomsen, por que isso agora?
— Por que? Aquele homem teve a ousadia de vir até minha casa com a desculpa de conhecer o neto para assim como um bom advogado que ele é,  tentou barganha me persuadindo a perdoar o filho dele e casar-me com aquele eterno adolescente irresponsável, que como não bastasse ser um tarado pervertido e perseguidor de moças indefesas, agora… agora não, já um tempo, ele começou a se envolver com drogas, e o queridinho do pai dele, acha que se eu, reaparecer na vida dele com meu filho, seremos a salvação dele, o senhor está me entendendo o porquê da urgência da minha partida, eu não confio nada nesses Conan, eles acham que tudo gira ao redor deles, tudo tem que ser sempre para o bem deles — gritou revoltada.
— Dr. Pucci, eu temo que eles apareçam aqui na minha porta exigindo os direitos deles, e de alguma forma tirar meu filho, então, por favor, me tire desse país o mais rápido que o senhor puder, por favor. —  pediu já aos prantos.
Do outro lado, o Dr. Pucci alisava as têmporas, pois aquilo estava saindo do seu planejado, ele queria muito que o filho que estava para voltar do exterior conhecesse, Aretha, que ao seu visto, era uma mulher forte a qual o filho precisará ao seu lado na sua trajetória quando assumisse seu legado, já que ele, o Dr. Pucci não tinha muito tempo para continuar delegando seus escritórios. A pouco tempo ele descobriu que tinha uma doença que precisaria de tratamento intensivo, a qual está em suas funções trabalhistas, atrapalharia a tranquilidade que precisava para tentar se curar, ou apenas se estabilizar por mais alguns anos. 
— Senhorita Thomsen, se acalme —  pediu calmamente — eu darei alguns telefonema e antes que a senhorita terminar suas malas, tudo já terá sido providenciado, mas se a senhorita deseja sair de sua residência por precaução, tenho um apartamento aqui próximo ao meu escritório que está vazio, a senhorita pode ocupá-lo até sua partida.  —  ofereceu carinhosamente.
— Não, não há necessidade, até amanhã eu posso esperar, contudo, peço que o senhor agilise tudo para amanhã mesmo, o senhor pode também me indicar uma boa faculdade lá, assim eu não me prejudicarei em meus estudos.
— Sim, sim, claro, tem a que minha filha e meu filho frequentaram, minha filha casou-se com o filho do reitor da faculdade, e ela ajudará muito em sua transferência nesse momento. Ela está lá também para o que a senhorita precisar, vou entrar agora mesmo em contato com ela, fique tranquila, como eu disse antes, antes mesmo das malas estarem prontas, tudo estará resolvido. — mais uma vez ele a tranquilizou.
Logo que encerrou a ligação, Aretha chamou a babá, e perguntou se ela estava disposta ir para o exterior com ela e Allary, claro que a senhora aceitou, pois, já estava apegada demais com o pequeno para se separar agora, e como ela não tinha mais ninguém na vida, visto que a única pessoa que tinha ao seu lado, Deus tinha levado anos atrás, que era o marido, motorista dos antigos patrões que morreu devido a problema de coração. Ela estava disposta a fazer de Aretha e Allary sua família até quando Deus quisesse. 
Com a confirmação da senhora, Aretha ficou mais aliviada e a orientou a arrumar as malas com tudo do filho, tudo que ela pudesse levar no momento.
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Enquanto Aretha tomava as devidas providências de sua partida, no carro que seguia pela estrada, o Dr. Conan não se perdoava de ter proposto tal coisa a Aretha, ele sabia que tinha sido precipitado demais, e o pior, sabia que tinha estragado o único fio de laço que ela ainda nutria por ele. Triste, ele seguia em silêncio, sem saber como iria fazer para que ela o perdoasse. 
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A noite chegou, e junto o telefonema do Dr. Pucci despertou Aretha de seus devaneios, ela estava de pé na frente da janela de seu quarto pensando como iria ser viver em um país que só tinha ido uma única vez em passeio com os pais quando era apenas uma menininha de oito anos.
Todo aquela situação trouxe de volta lembranças de sua infância a qual sempre que o pai podia, levava ela e a mãe em viagens, ele dizia que toda pessoa deveria conhecer lugares, pois Deus tinha sido muito criativo na hora que criar tudo, cada lugar e países, tinha seu charme e suas marcas a qual era belo e precisava ser visto e apreciado por todos.
O toque do seu celular instantaneamente, afastou aquelas maravilhosas lembranças.
— Oi, Dr. então, conseguiu? —  perguntou ansiosa.
— Sim, está tudo pronto, seu passaporte está atualizado, e o do seu filho e da babá, também estão prontos! Meu amigo foi bem competente, em agilizar tudo no mesmo instante, e bom ter amigos importantes. —  finalizou rindo.
— Sim, é verdade, estou aliviada, o senhor pode me passar todos os detalhes  do embarque por mensagem, eu lhe agradeço  muito, Dr. —  disse com ternura enquanto passava a mão nos cabelos que estavam presos em um rabo de cavalo.
— Sim, eu passarei tudo para você agora mesmo, ah, o meu motorista levará os passaportes ainda hoje. —  comunicou.
— Certo, mais uma vez, obrigada. —  agradeceu ela antes de encerrar a ligação.    
  

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora