capítulo 41

14 4 0
                                    

- Senhorita Thomsen, espero que eu não tenha perdido muito de sua entrevista! - indagou Ellie
- N-não, eu estava para responder a primeira pergunta da senhora Bismarque! - respondeu tentando controlar o nervosismo.
- Ótimo, então, cheguei bem a tempo - disse sentando-se ao lado de Laura assim ficaria de frente para Aretha e poderia observá-la melhor.

Aretha sentou-se, mas não pôde deixar de perceber que algo naquela mulher não lhe era estranho, os olhos dela, a estatura, até mesmo a silhueta, lhe parecia familiar.
- Senhorita Thomsen - chamou mais uma vez Laura, percebendo o quanto Aretha estava com o olhar fixo em Ellie e ao mesmo tempo mostrando-se distraída.
- Hã, oi, desculpe-me, eu me distraí pensando em sua pergunta - disfarçou.
- Sim, sim, eu havia perguntado-a, se a senhorita tem mesmo o interesse de se juntar a nós? - repetiu Laura.
- Sim, será uma honra ser incluída nesse escritório! - respondeu firmemente.
- Ótimo! - pronunciou Ellie satisfeita em ouvir aquilo.
- Então, senhorita Thomsen, o que lhe fez ou levou a escolher essa profissão? - quis saber Ellie.
- Bom, eu escolhi seguir essa profissão desde que tinha 13 anos. Quando criança, eu brincava com outras meninas no orfanato onde cresci, em um momento, eu me escondi dentro de um armário na sala da diretora, e sem querer ouvi uma conversa de uma moça que também tinha crescido lá, e que voltou para visitar a carinhosa diretora, e em um momento de seu desabafo, eu acabei ouvindo todo o relato dos abusos que ela sofreu na casa a qual ela foi morar com os pais adotivos, confesso que fiquei tão chocada com o que ela relatou em confissão que nunca me esqueci, e por causa do que ouvi, durante muitas noites não consegui dormir imaginando como o sistema poderia falhar tanto com quem tinham que proteger - engoliu a saliva com amargor antes de continuar.
- Então, no instante que ouvir a diretora dizendo que temia muito o homem horrendo a qual a moça se referiu, por ele ser muito importante perante a sociedade e com um estalar de dedos poderia fechar aquele orfanato. Eu chorei, claro que tive que abafar meu choro assim como toda minha raiva, de saber que existiam pessoas como aquele homem no mundo das pobres crianças órfãs. Então, desde aquela época, eu tomei a decisão de que queria ser uma boa advogada para poder punir quem adotava as crianças indefesas e faziam-as sofrerem, achando que nada poderia lhes acontecer. - finalizou presenciando o quanto os olhos das duas mulheres a sua frente estavam lacrimejados.

Ellie pigarrou, e depois disse-lhe.
- Então, você está na profissão certa minha querida, vejo que você tem potencial para tornar-se uma advogada temida e impiedosa, pois só assim homens como esses, poderão ser punidos com rigor. - declarou com convicção na voz.

Depois de mais algumas perguntas e respostas, aquela entrevista chegou ao fim, Ellie ficou ainda mais impressionada com a mulher que Aretha tinha tornado-se. Ela temia que por ter crescido sem os pais biológicos por perto, e nenhum pais adotivos, Aretha tivesse rancor em seu coração, mas o que ela vinha averiguando desde que a encontrou no orfanato, era totalmente verdade, Aretha era mesmo uma pessoa boa de coração.

Aretha saiu do prédio radiante, pelo semblante de ambas mulheres, ela sabia que tinha conseguido. Aquele seria um passo a um grandioso futuro em sua carreira, tudo que ela tinha lido na noite anterior sobre a Dra. Cantriz, ela queria muito chegar pelo menos um pouquinho ao seu pés.

Logo que entrou em sua sala, a Dra. Cantriz ligou para o Dr. Pucci para lhe atualizar sobre o sucesso que tinha sido a entrevista, como combinado, ela ira o atualizá-lo de tudo que acontecesse com Aretha, como os dois tinham feito um pacto de proteger Aretha de todos os mal dos Conan, tornando-a em uma excelente advogada e quem sabe futuramente uma promotora, e como também queriam casá-la com o jovem Kalei, o melhor mesmo era Aretha não exercer sua profissão no mesmo escritório que seu futuro esposo, como Ellie esclareceu ao Dr. Pucci, assim não seria constrangedor para ambas as partes quando o relacionamento deles viesse a público.

Pouco antes de despedir-se e desligar, ela deu uma importante dica para o Dr. Pucci, dele avisar ao filho para ligar para Aretha para com o intuito de saber como ela tinha se saído na entrevista, claro que o Dr. Pucci agradeceu a Ellie, por lhe dar aquela preciosa dica, pois assim daria uma oportunidade dos dois jovens, se falarem e quem sabe introduzirem uma conversa que os poderiam quererem se aproximarem mais.

Mas o que o Dr. Pucci e nem a Dra. Ellie sabiam, era que naquele exato momento, em seu escritório, Kalei estava exatamente pensando em arrumar uma bela desculpa para ligar para Aretha, quando minutos depois seu celular tocou, ao olhar, viu que era uma ligação do pai.
- Oi, pai, aconteceu alguma coisa? O senhor nunca me liga! - perguntou preocupado.
- Não, não, filho, eu só me peguei pensando em você, você virá almoçar em casa? Se sim, mandarei fazer seu prato preferido.
- Não papai, eu estou atarefado, nem sei se vou poder chegar a tempo do jantar, não espere por mim, coma e vá dormir cedo. - ordenou ao pai.
- Filho, faz um favor para mim, ligue para a senhorita Thomsen para saber como ela foi na entrevista, eu estou com vergonha de ligar, temo, ela achar que eu estou pressionando-a demais a não aceitar esse cargo, você me entende?
- Sim, pai, eu, lhe entendo! Pode deixar, eu ligarei, em seguida lhe informarei. - prometeu com um largo sorriso, pois o pai lhe havia dado um motivo para ligar para Aretha.

Logo que encerrou a ligação com o pai, sorrindo feliz, Kalei ligou para Aretha que na cidade de Jaguara estava dentro do táxi seguindo para uma loja onde iria comprar algumas coisas que seu novo apartamento precisava para ficar com sua cara e a do filho.
- Oi, Dr. Kalei, em que posso lhe ajudar? - perguntou surpresa ao entender a ligação que não esperava.
- Nada, eu liguei só para saber como você foi na entrevista? - falou sem jeito, visto a formalidade a qual ela atendeu a ligação.
- Bem, acho que fui muito bem! - afirmou.
- Isso é ótimo, então, temos que comemorar, que tal um jantar, assim eu também conheço o pequeno Allary, hum, o que você me diz?
- Sim, pode ser, quando você tiver uma data vaga em sua agenda, me avise. - disse ela olhando a paisagem através da janela.
- Vamos fazer o seguinte, eu tenho uma audiência logo após o almoço, em seguida partirei para ai, me passa a localização de sua casa, e pode deixar que eu levarei o jantar, e só me passar por mensagem o que você gostaria de comer e o que Allary gosta, ah, a sobremesa que ele mais gosta também. - falou em completa euforia.
- Dr. Kalei...
- Não diga que não, por favor, já está decidido. - declarou firmemente.
- Tá, então, tudo bem, lhe passarei tudo! - sem outro jeito acabou concordando.


A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora