Capítulo 20

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Enquanto o Dr. Conan tentava erguer-se depois do baque que estava enfrentando em sua vida, a qual mudou drasticamente nos últimos dias.

Em Anhanguera.
 
Aretha estava vivenciando momentos emocionantes, ela estava não só focada nos preparativos da festinha do filho, como também, se preparando para mudar-se e ocupar o apartamento em seu prédio.
Na grande janela, ela estava entretida presenciando a movimentação da rua à frente, pois da janela de sua sala de estar, podia ver a entrada da padaria e da cafeteria embaixo do prédio, observava  também as crianças brincando alegremente na praça ao lado. Presenciar tudo aquilo estava deixando-a não só em plena felicidade, mas também  lhe trazendo lembranças de sua infância, quando crianças que também curtiu muito ter interagindo
com outras de sua idade enquanto brincavam na praça como aquelas crianças a qual ela olhava com olhos brilhantes lá embaixo, de alguma forma aquela cena a acalmava e deixava seu coração leve. Talvez por imaginar que tudo que os pais gostariam, estavam acontecendo, ela estava com tudo que eles lhe haviam deixado, em sua posse, e seguindo a vida mesmo sem saber se era aquilo mesmo que eles esperavam dela, contudo, era o que ela desejava fazer, ela estava lutando para se tornar uma advogada e lutar sim, pelos carentes e indefesos como ela já tinha sido um dia, pois desde que havia chegado naquela cidade que soube lhe receber tão bem, nunca mais sentiu-se tão indefesa como no passado.
— Aretha! — Chloe a chamou tirando-a de seu pensamento enquanto estava debruçada na janela.
— Hã —  disse virando-se e encontrando Chloe na porta de vidro dupla da espaçosa varanda.
— Amiga, esse lugar é maravilhoso, olha se não fosse pelo fato do nosso amado Allary, está realmente precisando ter seu quartinho, eu estaria muito triste, mas vendo esse ap, nossa, estou mais feliz ainda por todas as conquistas que você está conquistando —  falava Chloe com emoção a flor da pele. 
— Amiga, eu sei que por mais que me esforcei, mas com o meu trabalho, não fui muito presente para você e o nosso pequeno Allary, mas quero que saiba que os amo como um parente bem próximo — disse caminhando em passos lentos e já com lágrimas nos olhos.
— Ah, sua boba, eu nunca tive dúvida de que você nos amava! —  E mais que ninguém, entende o quanto você é dedicada com nós dois mesmo quando está em viagem, pois sempre que pode, além de ligar, ainda manda mensagem tarde da noite querendo saber como estamos, isso é carinho, um carinho que eu aprecio muito! —  Falou Aretha abrindo os braços e recebendo a amiga que a apertou em seus braços também.
Ainda naquela tarde, comovida com as palavras repletas de compaixão, de Chloe, Aretha tomou uma decisão. Decisão essa, que ela não podia mais adiar.
Então, no dia seguinte da visita ao seu novo apartamento onde lhe despertou fortes emoções de sua infância, ela decidiu ir até o lar que dividiu com seus pais quando, e depois do tempo que dividiu o ap, com a amiga, algo dentro de Aretha a alertou, mostrando-a que não podia mais correr do tal monstro que ela havia criado em sua mente, ela tinha sim, que enfrentar mais aquela situação, e tinha que ser antes da festa do filho, para assim depois poder seguir adiante com sua vida tranquila e seus planos futuros.
Então, depois de um café reforçado, ela, a senhora Dulce e Chloe que foi a motorista da vez, juntas seguiram para a cidade de Jaguara. Para enfim fechar aquele ciclo de sua vida.
Quando chegaram e estavam entrando na portaria, Aretha esbarrou em uma mulher, ao olhar para a mulher,  por um instante Aretha teve a sensação de que a mulher lhe era familiar,  Aretha ficou atordoada, e logo que se recompôs e olhou para a saída onde a mulher tinha seguido logo depois de ter lhe pedido desculpas, Aretha só pode ver as costas da mulher que já tinha passado pela porta, em um impulso repentino, Aretha correu para fora do prédio, onde viu a mulher entrar na porta traseira de um veículo preto que a esperava, mas antes do veículo seguir pela estrada, a mulher olhou na direção de Aretha que ficou com seu olhar fixado em perplexidade na direção da janela do carro.  
— Querida, o que ouve? —  perguntou a senhora Dulce se aproximando de Aretha ainda com o olhar fixo na direção que o veículo com a tal mulher misteriosa que havia seguido.
—  Vocês viram aquela mulher que passou por nós? —  indagou com a voz embargada.
— Sim, querida! E por sinal muito elegante e educada, pois nem tinha sido ela que esbarrou em você, e sim, você que esbarrou nela com sua desatenção que você está desde ontem, filha, você está bem mesmo para visitar esse lugar?  Pois estou vendo que desde que tomou essa decisão, você está no mundo da lua, minha querida, se você ainda não estiver pronta, nós podemos voltar outro dia. —  Proferiu a senhora com a mão no ombro de Aretha.
— N-Não, não, já estamos aqui! Além do mais, qualquer dia vai estarei do mesmo jeito! Então vamos logo terminar com isso. —  falou decidida.
— Tá, amiga, mas você já decidiu o que você vai fazer com esse apartamento? —  quis saber, Chloe.
— Sim, eu já mandei o Dr. Pucci ajeitar tudo para colocá-la para alugar, eu não quero continuar mantendo um lugar tão bom como esse vazio e só gastando. — disse com convicção.
— Certo, eu também acho, afinal é mais um meio de entrar grana, não é? Sei que você agora não necessita tanto, mas quanto mais, melhor não é? E melhor do que só sair. —  disse Chloe piscando para a amiga que deu um sorriso os dentes, pois ainda estava encucada com a mulher que tinha visto, mas no mesmo instante, Aretha sacudiu a cabeça, pois não podia ser o que estava pensando já que a mulher era bem mais nova da pessoa que lhe passou por sua mente. Mesmo sentindo-se ainda atormentada com a semelhança da mulher e a pessoa de sua lembrança, Aretha seguiu com suas fiéis companheiras de todas as horas, passaram novamente pela portaria e seguiram para o elevador, logo que entraram, Aretha apertou o número do andar desejado.
Assim que chegaram no andar, ainda dentro do elevador, Aretha ficou paralisada, suas pernas pareciam não querer obedecê-la, de um minuto para o outro parecia ter ficado pesadas a ponto de não conseguir movê-las.
— Chegamos, é aqui não é? —  perguntou Chloe percebendo que a amiga não se movia do lugar.
— Queria! —  Mais uma vez, a senhora Dulce tentou intervir em não prosseguir com aquilo, pois estava vendo como tudo aquilo estava mexendo com sua menina.
— Querida, não acha melhor deixar outra pessoa lidar com tudo isso, vai ser muito doloroso! Você, quer mesmo passar por isso? —  perguntou preocupada.
— N-Não, não quero, mas preciso. — disse respirando e tentando se recompor, ajeitou a alça da bolsa em seu ombro e seguiu, saindo do elevador a qual Chloe  segurava a porta, com passos firmes Aretha seguiu pelo extenso corredor de luxo em silêncio, logo parando a frente da porta.

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora