Capítulo 13

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Sem querer ficar mais, diante daquela mulher, Aretha olhou para a senhora Dulce, dizendo:
— Podemos ir? 
— Sim, minha querida, devemos ir para não chegarmos tarde. — respondeu a senhora Dulce olhando-a carinhosamente e dando leve tapinha na mão de Aretha que ainda segurava com firmeza, pois já tinha pescando o que ela queria, em seguida a senhora Dulce olhou para a mulher de pé ao lado do marido que ainda mostrava-se em choque, e se desculpou, dizendo:
— Senhora Conan, sinto muito por a senhora não ter chegado mais cedo, para sermos apresentadas com mais calma, mas realmente temos que rimos, pois  temos um importante compromisso com uma família muito distinta daqui dessa cidade a qual parece querer muito fincar um compromisso entres nossos jovens filhos. —  Provocou a senhora Dulce já sabendo como a mulher a sua frente ficaria furiosa em saber que Aretha poderia sim, ter um futuro promissor sem que fosse com o filho mau caráter dela. 
           Ao ouvir o que a senhora Dulce falou, a senhora Conan, empalideceu ainda mais, pois ali ela viu que as chances de salvar o filho estava mais uma vez escorrendo por entre seus dedos. Mas se ela agisse com muita sede ao pote, poderia dar muita bandeira e se o esposo ainda não tivesse descoberto o que realmente tinha acontecido entre a filha de seu amigo e seu filho amado, contudo, desavergonhado, não só seu filho, mais seu casamento, estariam arruinados. Em prol aquela possibilidade, ela não teve outra coisa senão engolir tudo calada, e continuar fingindo ser totalmente alheia a tudo aquilo. 
— Bom, Dr. Conan, foi um prazer o conhecer, ou revê-lo, já que o senhor já me conhecia, desculpe-me eu não ter lembrado do senhor, mas com tudo que aconteceu, parece que a minha mente bloqueou alguns acontecimentos, e parece que uma boa parte da minha infância foram umas delas, mas eu não estou chateada, pois vejo isso como uma proteção para não ficar me martirizando dia e noite, acho que foi exatamente por isso que acabei bloqueando muita coisa, pois no início foi muito difícil suportará tamanha tristeza, ainda mais tendo apenas 9 anos de idade. — disse com pesar.
— Ao meu pensar, nenhum ser humano deveria passar por uma dor tão grande, ainda mais sendo uma criança indefesa. Mas tudo já passou, e graças a Deus, sobrevivi, e ao meu ver sobrevivi muito bem, afinal estou preste a me formar e dar continuidade a meu propósito de me tornar uma excelente advogada para lutar contra os injustos —  Aretha pronunciou a última parte olhando bem para a mulher que um dia a viu como nada. 
— Sim, minha querida, você está certa! — Concordou o Dr. Conan sentindo-se orgulhoso dela. 
— E o prazer foi todo meu, ainda mais vendo-a assim tão bem, e saber que apesar de tudo que você passou, teve a capacidade de seguir sem se perder, isso sim é com certeza um orgulho para qualquer pai, e creio que onde o seu esteja nesse momento, claro que ele está muito feliz e orgulhoso de você, mas o que te falei é genuíno, por favor não vamos perder contato, eu gostaria muito de ser apresentado ao seu futuro esposo. E espero que ele a mereça, e principalmente a trate sempre bem, e cuide de você. —  disse desviando o olhar de Aretha, para a esposa que permanecia em silêncio e ainda com o semblante pálido. Deixando-o cada vez mais desconfiado, pois a conhecia muito bem, e sabia que ela o escondia algo, e pelo que ele tinha presenciado no comportamento dela desde o momento que ela tinha se deparado com a filha do amigo, o que ele logo estaria averiguando o que se passou entre as duas no passado, na cabeça dele, ele estava imaginando que no passado a esposa poderia ter procurado a menina e falado que não a queria em sua casa, e naquele momento estava temendo que a senhorita Thomsen se lembrasse de algo e revelasse, ali na frente dele.
— Então tchau Dr. Conan. — disse Aretha tirando-o de seu pensamento.              
— Sim , querida, até a próxima vez. —  disse o Dr. Com um nó na garganta. 
— S-Sim, até —  falou Aretha com um tímido sorriso de escárnio, pois claro que naquele momento, pensava que por ela não existiria uma próxima vez.
            Todos se despediram com aperto de mãos, mas em nenhum momento, Aretha, a senhora Dulce ou até mesmo o amigo da senhora Dulce, apertou a mão da senhora Conan, nem ao menos olharam em sua direção, deixando o Dr. Conan surpreso, e lhe perguntando o que ele não sabia, mas de uma coisa ele estava certo, tinha sim algo de sua insciência acontecendo. Com o olhar longe, ele ficou ali de pé vendo a doce e gentil menina, já mulher, indo sem que mais uma vez, ele pudesse fazer nada para impedi-la de se afastar, como tinha acontecido a mais de uma década. Cabisbaixo depois que todos entraram no elevador, ele retornou ao seu escritório, ligou para a recepção e pediu que cancelassem todos os clientes que ele tinha, pois não iria atender mais ninguém. O que fez a esposa que o seguiu ter a certeza que havia chegado o momento de que o marido iria confrontá-la com algo que ela deixou transparecer com seu repetindo gesto a qual fora pega de surpresa. Contudo, ela só viu o marido se jogar em sua confortável cadeira como se a mesma não fosse mais tão confortável como ele sempre falava que era. Já que naquele momento, parecia que ele estava sentando-se em um lugar gravado de pregos, pois mostrava-se conturbado. Mas quando ela pensou em perguntar-lhe algo sobre onde eles iriam jantar naquela noite, ele a surpreendeu com uma pergunta que a pegou de surpresa. 
— É ela não é? —  perguntou sem ao menos olhá-la. Ela o olhou espantada pois o jeito e o tom já com a afirmação, ele deixou claro que já sabia que o que o filho enfrentou todo aquele tempo, era por ter se apaixonado por alguém. 
— Theodore… 
— Não precisa ter o trabalho de tentar mentir pra mim, pois desde o início que sei que Jaime estava sofrendo por amor não correspondido, mas vendo seu comportamento hoje com a senhorita Thomsen, eu juntei algumas peças e mais algumas coisas que descobri na época, e também com o que ouvi dos empregados, e me conscientizei que houve sim, uma moça humilde que esteve lá em casa a qual você a expulsou por ser pobre, e não se encaixar nas suas regras, regras essas que você melhor que ninguém deveria compreender, já que foi de onde eu te tirei, ou você esqueceu de onde você veio? — perguntou olhando-a fixo, com o olhar de desaprovação. 
            Ao ouvi-lo, a mulher sentiu um imenso frio no olhar do esposo a qual transmitiu para sua coluna fazendo-a ficar paralisada no lugar o olhando fixamente nos olhos frio do esposo. Naquele momento aqueles olhos que ela tanto admirava, tinha se apagado, ali ela viu que seu casamento tinha acabado pois, tudo que fez para manter o matrimônio com o amado marido e filho, de uma hora para outra não existia mais, pois claro que o esposo a culpava pela derrota do filho, e agora por saber que ela tinha não só o afastado de quem ele deveria proteger, como também perdeu a chance de unir os dois que ele mais queria por perto, fazendo-os ficarem juntos e serem felizes como era a vontade dos amigos.  
— Theo…      
— Nem comece tentar se explicar, se não for para me contar tudo o que realmente aconteceu de verdade, se não quiser que eu invada aquela clínica onde ele se encontra, e o pergunte pessoalmente…
— N-Não, não faça isso Theo, se ele souber dela agora, só piorará a situação dele. Theo, eu não imaginava quem ela era, ela se apresentou com outro nome como eu iria saber de quem se tratava, eu achei que fosse mais uma daquelas insanas que vivia atrás dele dia e noite, por ele ser quem era… 
— E isso lá importava? Se ele a amava, assim como aconteceu comigo, que enfrentei meu pai, e fiquei com você mesmo você sendo quem era naquela época, qual era o problema dele ficar com a moça mesmo sendo pobre? Adele você tem consciência do que você com esse jeito que adquiriu depois que casamos causou ao nosso menino, tudo que aconteceu e ainda está acontecendo com ele, e somente culpa sua, e por isso eu jamais vou lhe perdoar, pois você só tinha uma missão a fazer, o criar, e o criar bem, e o que foi que você fez? — perguntou olhando-a com severidade.  
— Theo… 
—  Qual foi o nome que ela usou quando esteve lá em casa? — quis saber.
— Parmas… —  Sim, me lembro bem, foi esse o nome! —  disse a mulher. 
— Esse é o nome da mãe dela… se você levasse o que conversamos naquela época, saberia que ela se chama Aretha Parmas Thomsen. — disse levantando-se e juntando seus pertences. 
— Theo, onde você vai? — perguntou preocupada que o marido fosse confrontar o filho na clínica a qual estava internado a mais de dois meses.   

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora