Capítulo 12

39 4 0
                                    

Ao avistar a esposa, o Dr. Conan logo abriu um largo sorriso, pois ele viu a oportunidade de apresentar a pequena Thomsen - nome carinhoso a qual ele sempre se referiu a Aretha desde menininha, achando graças todas as vezes que a chamava daquela maneira, e a via correr para longe, feliz com bochechas vermelhas levando em suas mãos suas bonecas, deixando ele e o pai, conversarem como em paz como a mãe ordenava.
- Oi, querida, você chegou cedo, porém em boa hora! - disse o Dr. Olhando com brilhos nos olhos para a mulher a qual estava petrificada olhava para Aretha que também olhava fixamente para a mulher. As duas estavam entorpecidas com o olhar fixado uma na outra em completo choque. Até que o Dr. Conan, falou quebrando aquele momento impactante.
- Senhorita Thomsen, essa e minha esposa Adele. - disse com sorriso estampado sem ao menos imaginar o tormento que as duas estavam enfrentando dentro delas.
Sem reação, Aretha permaneceu em silêncio, pois nunca tinha imaginado ficar diante daquela mulher metida à besta novamente, no entanto, ali estava ela mais uma vez, frente a frente daquela mulher arrogante que havia expulsado-a da bela mansão dos Conan, a pouco mais de um ano. Uma mulher que se achava superior. Surpresa com aquele encontro repentino, Aretha mal estava conseguindo manter-se de pé, ela que achava estar preparada para tudo, pois com a maturidade achou estar mais forte, porém, diante daquela mulher novamente, sentiu suas forças rapidamente esvair de seu corpo, ainda mais diante de tal revelação. - atônita, não parava de pensar que seu sexto sentido estava certo desde sua chegada àquele lugar. Pois o homem que, desde que havia visto a placa na porta, achou ser o pai do filhinho da mamãe que a enganou e a desprezou, era mesmo o simpático Dr. Conan, o mesmo que a tinha recebido maravilhosamente bem a tarde toda. - Aretha sentiu sua mente em completa turbulência. Ela não pode deixar de se perguntar, se aquele senhor tão amoroso, e até mesmo amável, continuaria agindo daquela maneira com ela, depois que soubesse quem ela era de verdade, e que, quando soubesse que ela já tinha passado pelas mãos sujas de seu filho, a veria como a viu durante a reunião deles? Ou assim como sua esposa e filho, seria mais um a olhá-la com desprezo e acharia que ela não era digna de ser uma senhora Conan? O que aquela altura, pra ela, não tinha a menor importância, já que passou a odiar tanto o filho como a mãe dele. Naquele momento, só o que ela queria mesmo, era que pudesse sair dali sem que eles descobrisse sobre seu pequeno Allary, pois jamais queria que aquelas pessoas um dia sequer soubesse de sua existência, assim como faria de tudo para que o filho nunca soubesse que foi desprezado por aquela avó e o pai devasso.
Percebendo o estado que Aretha estava diante daquela mulher que parecia tão distinta, a senhora Dulce sendo vivida, logo montou o quebra cabeça em sua mente, pegou na mão de Aretha apertando firme, mostrando-a que estava ali com ela, e para ela. O senhor Conan então, mais uma vez, falou:
- Adele, essa e a senhorita Thomsen a filha do meu amigo Allary! Lembra-se dele? - disse olhando maravilhado para as duas mulheres a sua frente sem perceber o que se passava de verdade.
Ao ouvir o marido falar no amigo já falecido que havia deixado uma menininha órfã, e que pouco meses antes de ter morrido em um trágico acidente, havia pedido ao amigo, que no caso era seu esposo, para que cuidasse de sua filha caso um dia acontecesse algo com ele. A mulher empalideceu, pois ali ela se deu conta quem era a moça que havia ido a sua casa naquela tarde.
Vendo a mulher pálida e olhando para Aretha com os olhos arregalados em espanto, o Dr. Conan, perguntou:
- Querida, está tudo bem? Você me parece tão distante, aconteceu algo com...
- Não, não aconteceu nada! - afirmou rapidamente a mulher o interrompendo, antes que o marido falasse sobre o filho na frente dos desconhecidos, principalmente na frente da moça a qual ela havia mandado embora de sua casa por não saber de quem se tratava naquela época.
- Senhorita Thomsen, você precisa ir jantar lá em casa qualquer dia desses, por favor não vamos mais perder contato, eu... - falou o Dr.
- Querido, a senhorita Thomsen... é esse seu nome, não é? - disse a mulher doida para que o marido não firmasse um compromisso com aquela gente e resolvesse os levar à sua casa.
- Ela deve ter seus planos, não é senhorita Thomsen? - Falou a senhora Adele olhando para Aretha, com olhar de súplica.
O amigo da senhora Dulce que até então estava calado o tempo todo, vendo como Aretha apertava a mão da senhora Dulce, mostrando-se aquieta, perguntou:
- Vocês duas já se conhecem - perguntou ele, intercalando o olhar de Aretha para a mulher e da mulher para Aretha. Pois ele viu que as duas mulheres estavam agindo de modo estranho.
- Não!..
- Sim! - disseram as duas ao mesmo tempo, deixando os três próximos em completa confusão.
- Como assim? Querida, você já conhecia a senhorita Thomsen? - perguntou o Dr. Conan olhando fixo para a esposa. Que ficou mais pálida do que já estava, fazendo o marido ter certeza do que havia passado por sua mente a pouco, ao ver como a esposa estava agindo, já que ela sempre era falante mesmo com estranhos.
- S-Sim! Eu tenho a ligeira impressão que já a vi em algum lugar, que no momento não me recordo. - falou com a voz contida.
- Por acaso, a senhorita, nunca esteve em minha casa nenhuma vez? - tentou forçar Aretha a falar sobre.
- N-Não, única! - respondeu Aretha sem desviar o olhar penetrante da mulher não entendendo o quê ela queria dizer com aquilo.
O "não" de, Aretha, claro, era ela cumprindo o que havia prometido diante da mulher e de Jaime, que se um dia eles se encontrassem, ela fingiria não conhecê-los, então, naquele momento, diante daquela mulher arrogante, ela disse "não" com firmeza, só não entendeu o porquê da mulher ter dito, "sim". Ela pensou que a própria não gostaria de que ninguém soubesse o que tinha acontecido entre o filho e a moça pobre. O que fez Aretha se perguntar o que aquela víbora estava planejando?.
Enquanto, Aretha fritava seu cérebro tentando enxergar a próxima jogada ada a mulher, a mesma à sua frente, que a um bom tempo carregava em seu peito o peso do remorso de ter levado o primeiro amor do filho, como uma paixonite do momento, e recusando-se que fosse justo por uma pobretona como aquela moça, depois que por diversas vezes viu como o filho tinha ficado, claro que ela estava disposta a engolir seu orgulho para ver se ainda poderia salvar seu menino. Por isso, claro ao ver a tal moça à sua frente depois de tanto tempo, e ainda saber quem ela era de verdade, claro que ela optou por declarar que "sim" que já tinha sim conhecido a senhorita Thomsen, mesmo que quando a moça quando esteve em sua casa se apresentou com outro nome a qual ela nunca ligou o sobrenome usado pela pobretona, com o amigo inteligente e rico do esposo.

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora