capítulo 29

21 4 0
                                    

Sim, sim, eu te entendo, mas Aretha, tem coisas que aconteceram com ele que você não está ciente, coisas a qual foram o motivo dele ter ficado em casa naquele período que a levou até minha lá naquela tarde. Eu te peço em nome da amizade com seus pais, que você me ouve, só me ouve, por favor. — disse posicionado-se a frente dela, Aretha desviou o olhar pensativa, afinal aquele ponto que ele citou do motivo dele ter se afastado por dias das aulas, ainda era um mistério, visto que ninguém no campus soube de verdade o porque ele não tinha comparecido. Por alguns segundos, Aretha permaneceu em total silêncio, o que fez o Dr. Conan, entender que ela estava disposta a ouvi-lo. Com as mão permanecidas no bolso da calça, ele caminhou em passos lentos deu a volta na mesa no centro do cômodo, olhou os inúmeros papéis em cima da pequena mesa, um documento lhe chamou atenção, era uma ficha que ela estava preenchendo para iniciar um estágio no escritório do Dr. Dalmace Pucci, seu próprio advogado.  
— V-Você vai estagiar no escritório do Dr. Pucci?  — perguntou abismado.
— Sim, por causa da faculdade tenho que começar meu estágio, e ele achou que em seu escritório seria uma boa opção, ele escolheu não só eu, mas mais três alunos da minha faculdade! Eu gostei, pois já o conheço e sei que seu escritório é sério, será bom para o meu preparo inicial. — disse com satisfação.
— Sim, sim, claro, eu fico feliz por ver que Deus tem colocado pessoas boas em seu caminho… — suspirou se preparando para começar a contar tudo que o filho vinha enfrentando desde que a conheceu.
— Bom, Aretha, sei que você já tomou a decisão de não nos querer em sua trajetória de vida, mas você precisa saber que Jaime, foi sim, um canalha quando lhe conheceu e fez o que fez, contudo, aconteceu o que você e nem ele mesmo imaginava, Aretha, filha, o que eu quero lhe dizer… é-é… é que Jaime se apaixonou por você, esse foi o motivo dele não ter ido para faculdade naqueles dias, ele ficou mal, entrou em depressão, ficou recluso em seu quarto, não quis comer, beber e nem a higiene, ele se levantava para fazer!  E depois que você esteve lá e revelou a gravidez que mesmo a mãe dele colocando na cabeça dele que era mentira, que você só queria se dar bem, ele ficou muito mal, piorou muito… piorou a ponto de… — o Dr. Parou de falar, passou a mão no rosto, olhou para fora através do vidro da janela. 
— A ponto de que senhor? —  perguntou ela em choque com tudo que estava ouvindo, pois a todo tempo em sua mente, ele tinha brincado com ela e já estava aprontando o mesmo com outras moças. 
— E-Ele começou a…  —  mais uma vez o Dr. Deu uma pausa em sua fala, engoliu a saliva que desceu arranhando sua garganta, pois falar aquilo em voz alta, lhe causava uma dor avassaladora, ele afrouxou o nó da gravata antes de dar continuidade na conversa.
— Jaime, começou a usar drogas! E até tentou suicidio por três vezes, ele se encontra internado em uma clínica de recuperação. — revelou virando-se e presenciando o olhar de choque nos lindos olhos azuis marítimos que ele sempre achou tão lindos.
       Aretha o olhava perplexa, ela levou uma mão a garganta e outra no peito, pois ouvir aquilo tudo a fez sentir-se como se estivesse se sufocando, a dor a tomou . 
— Aretha… —  chamou-a correndo em sua direção para ajudá-la.
— Acalme-se, senta-se aqui —  disse segurando-a pelo braço e conduzindo-a até uma poltrona de um lugar, próximo à porta. Ele olhou para um móvel que tinha uma bandeja com uma jarra com água e vários copos, pegou um dos  copos, colocou um pouco de água e a serviu. Sua mão estava trêmula assim como a dela.
— Beba, e tente se acalmar, seu filho está lá na sala, ele não pode lhe ver assim! —  a lembrou que ela precisava se controlar. Aretha bebeu um gole e lhe devolveu o copo, respirou fundo, passou as mãos nas pernas, apertou o tecido da calça de alfaiataria de tecido fino que usava, deixando claro o quanto aquela notícia lhe abalou.
Depois de um curto tempo, ela o olhou nos olhos, foi quando o Dr. Viu as lágrimas formadas prontas para fluírem.  
— S-Senhor Conan, como isso foi acontecer? E-Eu nunca imaginei que tudo isso tivesse acontecido. —  indagou tentando se manter forte.
—  Ninguém sabe dessas coisas, tudo está em sigilo! Nem a minha família sabe, só eu a mãe e os empregados que têm a obrigação de confiabilidade já que ao serem contratados assinaram um acordo de confidencialidade. — Disse sentando na poltrona ao lado dela, após sentar-se, continua contar-lhe tudo sobre o que o filho vinha atravessando em seu tormentos, contou do próprio Jaime ter lhe confidenciado o arrependimento, e também de não ter revelado a ninguém sobre estar apaixonado por ela por vergonha, disse também que o maior desejo do filho era vê-la, que chegou até fazer uma promessa a ele, de que iria ficar limpo, que não iria se envolver com nenhum tipo de substância. Com um jeitinho carinhoso, o Dr. Conan, estava tentando persuadi-la a perdoar o filho, até chegou a dizer que se o filho ficasse sabendo do pequeno Allary, iria o ajudar muito a sair daquela situação que se encontrava mais rápido.  Ao ouvir e entender o que ele estava tentando fazer, Aretha levantou-se rapidamente da poltrona, ficando de frente para ele e disse com voz dura.
— Então, para o senhor, eu devo perdoá-lo por tudo que passei, me unir a ele, e juntos formar uma linda família? Senhor Conan, o senhor tem consciência do que está me pedindo? Não foi o senhor que se separou por não perdoar os erros de sua esposa?...
— Aretha isso é diferente…
— Sim, claro que é diferente, afinal foi comigo, e não com o senhor, foi eu que fui traída e humilhada, e não uma filha sua, senhor Conan me responda uma coisa, o que o senhor acha que aconteceria se o meu pai estivesse vivo, e soubesse de tudo isso? O senhor acha que ele também estaria pedindo-me para perdoar seu filho e casar-me com ele ou ele iria mandar o senhor e sua família para o quinto dos… — interrompeu o que ia dizer, caminhou até a janela, e de costas para o homem pensativo com o rebate dela, disse:
— Senhor Conan, creio que essa conversa chegou ao fim, peço que o senhor vá embora e por favor, não me procure mais, ou eu terei que denunciar seu filho por tudo que ele me causou, e fez não só comigo, mas com outras moças que com certeza irão gostar muito de se juntar a mim para dar uma boa lição nele, e se o senhor não que ver de verdade o fim dele, nem fale que me encontrou, e muito menos que ele tem um filho, pois nesse dia, eu farei não só ele, mas o senhor e sua esposa se arrependerem da minha existência. —  Disse caminhando e abrindo a porta  por onde atravessou sem olhar para trás.
Ao chegar na sala, ela pegou o filho do chão, colocou nos braços da babá dizendo:
— Leve-o para o quarto, está na hora da jantinha dele.
Imediatamente a babá entendeu o que ela estava falando, e imediatamente saiu da presença de todos levando o pequeno Allary em seus braços, o Dr. Conan que a tinha seguido, ficou paralisado sem ao menos poder falar e nem fazer nada, afinal ela era a mãe, e seu filho Jaime, não tinha a menor condições de lutar pelo filho, ainda mais com tudo que lhe aconteceu, e onde ele estava naquele momento, seria uma causa perdida e com um final trágico para ele. Com aquele pensamento, o Dr. Olhou para a senhora Artemia e disse com a voz embargada:
— Vamos —  falou e caminhou para a porta. A senhora olhou para Aretha e depois de um leve aceno de cabeça com pesar, seguiu acompanhado, o chefe, depois de pegar seus pertences saíram fechando a porta, Aretha nem do lugar saiu para os levar até a saída.

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora