Capítulo 7

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O inverno estava intenso aqueles dias, sete hora da manhã ainda não estava totalmente claro por causa do mal tempo, bem agasalhada, Aretha e Chloe sairam pela portaria do prédio, que logo os dois homens dentro do carro um pouco distante as avistaram, percebendo logo o que estava acontecendo. Chloe destravou o carro estacionado na rua, ajudou Aretha entrar e se acomodar, depois de ajudá-la colocar o cinto de segurança, correu para o lado do motorista e em afobação, entrou, respirando fundo tentando se manter calma, atravessou o cinto pelo corpo o travando, com as mãos trêmulas ligou o carro, pedindo a amiga para respirar como cachorrinho, pois tinha visto vários filmes que sempre as pessoas faziam aquilo, o que ela nunca entendeu o porquê, mas se faziam, era porque era para ser feito, então, deixou de prestar atenção em Aretha, pois precisava se concentrar na estrada, primeiro por estar úmida do orvalho da noite fria, segundo por estar muitíssimo nervosa, pensando naquelas hipóteses, pisou no acelerador com caute e seguiu estrada.
A maternidade não era longe de onde elas residiam, logo chegaram, durante o trajeto, entre uma contração e outra a pedido de Chloe, Aretha mandou mensagem para a senhora Dulce, dizendo o que estava se passando.

Na maternidade.

Logo que Chloe estacionou em frente a maternidade, assim que as viram, dois maqueiros se aproximaram para ajudá-las, já levando com eles uma cadeira de rodas, para acomodar e conduzir a gestante, que logo ao sair do carro, Aretha deu um grito alto de dor segurando a barriga, em seguida olhou para as pernas falando:
— A bolsa estourou! Amiga, ainda bem que não foi dentro do seu carro. —  disse em murmúrio.
—  Sua boba, se tivesse acontecido, não tinha problema algum —  afirmou  Chloe pegando as bolsas no banco traseiro. Aretha foi levada diretamente para a sala de perto. Mas antes de entrar, olhou para Chloe com lágrimas nos olhos dizendo:
— Lembre-se da primeira roupinha dele, ok! —  disse sorrindo feliz.
Minutos depois a sala de espera foi invadida por todos que trabalhavam no restaurante, pois um saiu avisando para o outro que como sabiam que ela não tinha ninguém por ela, eles acharam a necessidade de estarem lá para apoiá-la naquela nova etapa de sua vida, pois um ciclo estava se encerrando e enquanto outro estava nascendo, ou seja, ela estava se tornando mãe, e iria precisar de toda ajuda que eles pudessem dar-lhe. Não demorou mais que quarenta minutos para uma enfermeira aparecer na sala de espera avisando-lhes que o bebê tinha nascido de parto normal, ela também pediu a tal primeira roupinha que a mamãe não parava de falar que queria que seu bebê usasse, fazendo todos explodir em felicidade, a tal primeira roupinha era presente da senhora Dulce a qual disse que todos os bebês ao nascerem deveriam usar, pois ela assim como a família do falecido esposo, acreditavam  na tradição que existia de que os bebês saiam da maternidade com roupa amarela ou vermelha. Dizendo que o amarelo simbolizava luz, criatividade, riqueza, otimismo e felicidade, ela assim como as pessoas do passado, acreditava que traziam muita sorte e prosperidade ao recém-nascido. O vermelho era considerado uma cor que garantia proteção, inclusive contra o mau-olhado e a inveja, que foi a cor escolhida por Aretha para que seu pequeno fosse vestido, como a senhora Dulce disse que fez com suas meninas ao nascerem.  
Minutos depois da roupinha ser entregue e levada, uma enfermeira veio os informar que Aretha já estava no quarto e que já poderia receber visitas, mas que teria que ser aos poucos já que o grupo de pessoas era além do permitido, que por normais da maternidade seria só para os familiares mais próximos da paciente, como esposo, mãe e avós do recém nascido, no entanto, como a própria paciente havia explicado ao Dr. A situação, ele permitiu que todos que estavam na sala de espera pudessem entrar, mas ao pouco, e assim aconteceu.
O primeiro grupo de três pessoas a entrarem, claro que foram a senhora Dulce, Chloe e a chefe da cozinha do restaurante por ela  ter que voltar para dar seguimento ao trabalho e não atrasar a hora do almoço.
Ao passarem pela porta que ligava a sala de espera para a ala dos quartos e berçário, por normais do local, o grupo teve que passar álcool gel nas mãos, e colocarem máscaras descartáveis antes de prosseguirem. Ao entrarem no quarto a senhora Dulce sempre a frente, encontraram Aretha deitada mesmo que mostrava-se exausta pelo parto, podia-se ver em seus olhos o brilho radiante do que aquele momento trazia a ela, assim como todos ao seu redor.
— Oi, minha querida, Bom dia, como você está se sentindo? — perguntou a senhora Dulce se aproximando da cama sendo seguida por Chloe, e a outra senhora, a chefe da cozinha.
— Oi, Aretha, parabéns viu — falou Chloe também se aproximando.
— Parabéns, Aretha —  felicitou a senhora se posicionado ao lado de Chloe.
— Obrigada gente, então, vocês já viram meu bebê? Me falam como ele está? Eu só o vi por uns segundos antes de levarem para ser cuidado, a enfermeira disse que logo, logo, vão trazê-lo para a primeira mamada.
— Sim minha querida e assim mesmo, nessa maternidade os bebês podem ficarem com as mães, mas não se preocupe, tudo é bem organizado aqui, eu conheço  o diretor, ele era amigo de infância do meu falecido marido, falarei com ele quem você é pra mim. Pode ficar sossegada, vou ver se eles ainda permitem acompanhantes, pois não sei como estão as normas agora, já que faz muitos anos que pari, e também não sei como tudo ficou depois da pandemia. Mas se puder, eu serei sua acompanhante com certeza...
— Não, tia, a senhora não tem mais idade para dormir sentada em uma cadeira dura como essa — falou Chloe preocupada com a tia de coração.
— Eu posso ficar! Só precisarei ligar para uma amiga e pedir que troque nossos plantões.
— Tá bom minha querida,  se você conseguir a troca, você ficará! — concordou a senhora Dulce.
Depois de ficarem com Aretha mais alguns minutos, as três saíram do quarto dizendo que iriam passar no berçário para conhecer o pequeno Allary. — nome do pai de Aretha, a qual ela colocou no filho em homenagem ao amável e bondoso pai já falecido.
No berçário, as três mulheres riam e choravam ao mesmo tempo em felicidade de estarem diante de um bebê tão lindo! O pequeno Allary, era rechonchudo, as bochechas além de gordinhas eram rosadas, os olhos eram de uma tom de mel brilhante, os poucos cabelinhos em sua cabecinha, era de um castanho claros, quase no mesmo tom dos olhos.  
Assim como o primeiro grupo, as outras pessoas na sala de espera, também formaram grupos de três para entrarem e poderem felicitar a recém mamãe, deixando claro seus apoios a ela, que se emocionou e ficou grata com a visita de todos.

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora