Enquanto Aretha seguia pela calçada, em um carro preto de vidros escuros um pouco distante, um homem sentado atrás de um volante, perguntou para a pessoa que se encontrava sentada no banco de trás:
- O que pretende fazer agora, senhora? - perguntou o motorista olhando para sua chefe pelo espelho retrovisor.
- Nada, Ela precisa passar por isso, só assim vai amadurecer e se tornar forte. Mas não a perca de vista, coloque pessoas para via-lá vinte e quatro horas, mas avisem para não interferir se não for muito necessário, ela precisará passar por esse processo sozinha, foi assim comigo. E olha no que me tornei. - disse a mulher elegantemente vestida e usando joias caras.
Apesar de ter se feito de forte na frente de Jaime e da senhora arrogante que era a mãe, dele, depois de já está bastante distante da mansão dos Conan, Aretha não suportou mais, e acabou deixando as lágrimas até então retidas, fluírem abundantemente, pois quanto mais ela tentava evitar e enxugava-as mais elas emanavam. Do carro distante, a mulher que não desviou os olhos sequer um segundo da moças que seguia devagar, pois após ter se distanciado bastante da casa de onde saiu, tinha diminuído os passos, vendo que a mesma levava as mãos repetidamente aos olhos e rosto enxugando as lágrimas, a mulher fechou suas mãos com tanta firmeza a ponto de sentir a dor de suas unhas que por não serem longas e nem afiadas, não a feriu, pois senão, com certeza estaria com as palmas de suas mãos sangrando-as pela força que as gravavam. Diante daquela cena, ela jurou para si mesma, que tanto a mãe quanto o filho, iriam pagar por tudo que estavam fazendo com a única pessoa que ela tinha.
A mulher ordenou que o motorista continuasse seguindo discretamente a moça adiante, e só depois que ela viu que Aretha chegou em segurança nos aposentos da universidade, foi que ordenou que seu motorista a levasse de volta para seu escritório no centro da cidade de Jaguara, distrito de São Paulo.
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Dois dias depois, Jaime levantou-se um pouco mais animado e mesmo já estando tarde, pensou em ir para a faculdade pegar o segundo tempo de aula, contudo, enquanto estava no banheiro fazendo sua higiene, ouviu o som de mensagem chegando em seu celular, rapidamente correu até a mesinha de cabeceira pegou o aparelho, pois sabia que naquele horário os amigos aproveitavam o intervalo para atualizá-lhe com as novidades antes de prosseguir para o segundo tempo de aula. E aquele era o momento para as fofocas entres eles, Jaime lembrou-se do alvoroço que o campus ficava naquele momento, todos com seus aparelhos em mãos lendo as notícias ou teclando freneticamente sem parar. Ao ver a mensagem recebida pelo amigo "P", Jaime franziu a testa. Na mensagem recebida, o amigo lhe contou em deboche que a bobalhona, da Aretha, já cansada de passar vergonha, tinha largado a faculdade e ido embora.
Ao ler aquilo, Jaime deixou-se cair sentado na cama e ali ficou paralisado, olhando fixo para a tela mesmo depois dela ter se apagado. Seus olhos lacrimejaram em completa descrença, pois nunca que ele tinha acreditado de verdade que realmente ela seria capaz de cumprir o que a amiga em comum deles havia falado, de ela ter cogitando em ir embora e nunca mais...
- Aretha, o que você fez? Para onde você foi?
O que você pretende fazer? Como eu fui um completo imbeciu, e se acontecer alguma coisa com ela, eu preciso acha-la, não posso deixá-la passar por isso sozinha. - falou levantando-se e pegando a calça jeans jogada em uma poltrona, mas logo em seguida sentou-se novamente na cama dizendo pra si mesmo:
- O que eu estou pensando? O que vou poder fazer? Não, não, eu não posso deixar ninguém saber do que aconteceu entre nós dois, com certeza isso arruinaria tudo que meus pais tem em mente pra mim. - Ao pensar nas palavras da mãe sobre ele ser o único herdeiro de seu pai, Jaime se deixou cair de costas na cama e como já estava deprimido se afundou ainda mais em seu mundo a qual não queria sair nem para comer, tomar banho e fazer sua higiene, apesar das inúmeras insistência de sua mãe e da empregada mais antiga da casa, a qual desde que o viu naquele estado, sentia pena de o ver daquele jeito, pois sabia o quanto ele estava sofrendo tentando esconder de sua mãe e todos da casa o verdadeiro motivo de sua depressão. A mãe mal ligava para o filho, na verdade ela só se preocupava mesmo era com ela mesmo, morria de medo de perder a vida de luxo a qual tinha. Ela só queria que todos vissem o único filho como herdeiro do marido, e que no futuro estaria à frente de tudo, assumindo o poder do escritório a qual jamais queria que o cunhado assumisse.
E como Jaime era o único filho de seu esposo, claro que mesmo o cunhado querendo muito ter todo o poder quando o irmão aposentar-se, não poderia, já que Jaime estava sendo preparado para ser o sucesso do pai deixando o tio de fora do poder majoritário.
Mas o que ela não esperava era que seu amado filho não desse importância para nada daquilo, ele só pensava em diversão, a que foi exatamente o que o levou a se apaixonar perdidamente pela moça humilde fora do nível do qual sua mãe mais abominava, logo a senhora que todos passaram a respeitar como a senhora Conan, ela que tinha vindo de uma família pobre, e mesmo tendo passado poucas e boas, logo que surgiu a oportunidade, agarrou com unhas e dentes e conseguiu conquistar o senhor Conan, a qual era de uma família de advogados de renome, que tirou-a da pobreza, ela não queria que nenhuma pobretona fizesse o mesmo com seu filho, por isso tratava de expulsar todas que em sua mente, não estava à altura do filho.
ఌఌఌEm seu quarto, Jaime sofria em silêncio, a dor em seu peito era tão grande que o sufocava, ainda mais por não ter em suas mãos uma lembranças concreta da garota que não saia de sua mente, parecia um castigo. Era só fechar os olhos que lá estava ela olhando-o com aqueles pares de olhos azul marítimo a qual ele nunca tinha visto tamanha beleza, aqueles os olhos eram realmente encantadores, de um brilho tão impressionante a quel depois do ocorrido, viu se apagar de uma forma que o fez sentir remorso pela primeira vez de algo que ele tinha feito em toda sua vida. Naquele momento Jaime se arrependia amargamente de tudo, inclusive de sempre ter evitado tirar uma foto sequer com ela, ele não queria deixar nenhuma evidência que um dia eles tiveram um lance, mas naquele momento de sofrimento o que ele mais queria era ter em suas mão algo dela, queria muito pode ter uma foto para passar o tempo admirando o quanto ela era linda com aqueles olhos sedutores e cativantes.
Entretanto, por culpa dele mesmo, não tinha uma só lembrança dela, a não ser a que tinha em sua memória a qual se apegava, e por isso não queria sair dali, de seu cantinho, de seu mundo, onde a podia ter durante todo tempo, era só fechar os olhos, e lá estava ela com aquele sorriso lindo.
Por dias, Jaime ficou trancado em seu quarto, em meio ao sofrimento e murmúrios, ele lamentava-se ao lembrar-se todas as vezes que Aretha preparava o celular para tirar selfie dos dois e ele colocava a mão impedindo-a de tal ato.
E naquele momento, que já não podia vê-la a hora que quisesse, estava com medo de um dia acordar e a lembrança dela desaparecer assim como ela fez indo embora sabe-se lá pra onde.Nota da Autora
A aí amados leitores quem vocês acham que seja essa misteriosa mulher que está seguindo a nossa protagonista? Bom, de uma coisa já deu para ver que ela é totalmente do bem, não é? Já que se enraiveceu ao ver o quanto a pobre Aretha está sofrendo, 😥
Então deixem seus comentários e opinião, vamos ver quem vai acertar 🤭 pois a autora já está com a língua coçando para tal revelação.
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A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA
Literatura FemininaNão bastando perder os pais em um trágico acidente, quando tinha apenas 9 anos, Aretha também foi judiada pela babá que furiosa por perder o maravilhoso e bem remunerado emprego, descontava sua frustração na menina a qual deveria cuidar e proteger...