capítulo 36

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— Senhorita Thomsen, a senhorita sempre é assim tão direta? 
— Sim! Gosto de ser assim, não gosto de mentiras e nem de gente que usa o sarcasmo todo tempo. Fui criada em orfanato, e sofri muito com brincadeiras de maus gostos, por isso prefiro dizer sempre o que penso de forma direta para assim não deixar nenhuma dúvida de que tipo de pessoas quero me relacionar. —  falou olhando fixo nos olhos mostrando não temer a nada.
— É por isso que meu pai a admira muito, a senhorita parece mais filha dele do que eu! —  disse com um leve sorriso enquanto se ajustava no assento. 
— Bom, eu sou o torto da família Pucci, como a senhorita já pode constatar, minha irmã e seria assim como meu pai e todos que os cercam, eles parecem estarem sempre de mau humor, minha irmã sempre foi séria assim como a senhorita, mas depois que se casou, ficou ainda mais, também não tinha como não se tornar mais rígida convivendo com aquelas pessoas, o sogro dela o reitor da universidade, e ele sempre fora daquele jeito, e cobrou isso dos filhos, então, assim para conquistá-lo e poder se casar com o marido, ela teve que adquirir a conduta deles, às vezes ela parece uma velha ranzinza, ela é nova, mas parece uma velha sempre está brava por algo, ela não se abre com ninguém, espero que a senhorita não seja como ela.
— N-Não, se preocupe, eu sou séria, mas sei até que ponto devo ser! Gosto de me divertir também, cheguei comentar isso com sua irmã, nós saimos algumas vezes para tomarmos café em grandes cafeterias, e em algumas vezes ela até sorriu, ela não é tão rígida como você disse, parece que você com esse seu jeito tão introvertido, a faz ter que tomar medidas mais sérias quando está com você, experimenta ser um pouquinho mais comprometido quando falar com ela, a deixa ver e sentir que pode contar com você, talvez assim, ela poderá o ver como amigo, quem sabe até se abrir, hum. —  disse piscando deixando-o pensativo, pois o que Aretha disse estava fazendo sentido, ele nunca deixou a irmã desabafar o que sentia, isso era desde crianças, quando a via triste com algo, ele só pensava em caçoar dela.  Kalei engoliu seco, olhou de lado para Aretha antes de fixar seu olhar para frente antes de ligar novamente o carro e seguir. O resto do trajeto foi em pleno silêncio, Kalei seguiu pensativo, aquela mulher ao seu lado era mesmo tudo que seu pai havia dito, que apesar de tão jovem, era bem madura para sua idade, não admirava o pai gostar e nunca parar de falar tanto dela, e nela. 

 Mais alguns minutos, chegaram à mansão Pucci. Kalei entrou na garagem lentamente, ao sair do carro, caminhou para abrir a porta para Aretha, eles entraram na casa lado a lado, o Dr. Pucci estava os esperando de pé, ele  estava bastante ansioso para abraçar Aretha, assim que Aretha o viu, com timidez, ela se aproximou, esticou o braço oferecendo a mão para o cumprimentar, mas o senhor logo disse:
— Não mesmo, depois de tantos anos, quero poder dar-lhe um abraço! —  disse pegando na mão dela e a puxando para um caloroso abraço apertado, deixando o filho espantado com o gesto do pai, visto que ele nunca gostava de abraçar estranhos. Depois dos comprimentos e de colocar a conversa em dia, os três sentaram à mesa, o almoço transcorreu tranquilamente, o Dr. Pucci e Aretha não pararam de falar um minuto sequer, ela o utilizou com seus planos, e ele a informou de todo o andamento de seus negócios que ele fazia questão de está á frente, pois era umas das únicas ocupações que ele fazia questão de lidar. Mas ela, e Kaley, puderam presenciar o momento que o Dr. Pucci ficou chocado quando Aretha revelou que iria ficar de vez no Brasil por está com uma ótima proposta em um grande escritório em Jaguara   fazendo o Dr. Pucci olhá-la de imediato com olhos perplexos. 
— Como assim? Eu achei que… 
— Dr. Pucci, eu agradeço muito tudo que o senhor fez e continua fazendo por mim, e gostaria muito que o senhor continue cuidando de tudo que é meu, mas eu não quero trabalhar em seu escritório, daqui pra frente, eu quero caminhar e conquistar meu futuro sozinha, eu preciso saber se sou capaz de trilhar meu próprio caminho, e esse escritório me parece sem um bom início, eu vou lá amanhã, tenho uma entrevista com uma mulher chamada, Ellie Cantriz, ele é… 
— E-Eu, sei quem ela é, não acredito que você vai ser entrevistada pela própria Ellie Cantriz, ela foi uma grande advogada, e agora é uma excelente promotora, como isso é possível? Nunca foi fácil contatá-la.

Por alguns segundos o Dr. Pucci ficou pensando que apesar de nunca ter ficado em lados opostos, ele sabia o quanto aquela mulher era impiedosa, era muito difícil ganhar uma causa quando era ela que estava no tribunal! E agora ela estava interessada em Aretha, isso só o fazia acreditar que ela queria tornar Aretha igual a ela.
— Bom, senhorita Thomsen, fico feliz com isso, saiba que a senhorita estará em boas mãos. —  Disse pensativo, imaginando que pessoa Aretha iria se tornar depois de conviver com aquela mulher. E se seus planos de torná-la sua nora seria arruinado.  Claro que depois daquela notícia o Dr. Pucci não conseguiu ser mas o mesmo de quando Aretha chegou, ele mostrou-se distraído, não demorou muito para ele se despedir dizendo que iria se recolher pois precisava descansar um pouco, pediu que o filho levasse Aretha para onde ela quisesse. Tanto Aretha como Kalei perceberão o descontentamento do homem que saiu da sala, cabisbaixo. 

Já acomodada no carro, Aretha, comentou com Kalei:
— Foi impressão minha, ou seu pai ficou realmente chateado com a notícia?
— Se foi impressão sua, foi a minha também, porque eu tive a mesma! Ele mudou drasticamente o jeito alegre de quando lhe viu. 
— Sim, foi o que percebi também. —  disse pensativa. 
— Bom, não fique encucada com isso, ele deve ter alguma rixa de advogado com essa mulher, você sabe como todas as profissões são disputadas. Só siga o seu caminho e planos, que no futuro ele verá que você estará bem, e ficará de boa. 
— Verdade, deve ser só cuidado de um pai por uma filha, pois ele mesmo uma vez me disse isso. 
— Sim, então e só isso, ele esperava que você aceitasse ficar no nosso escritório, não está suportando ver você voar com suas próprias asas para longe.  — falou sorrindo de canto, mas ele também não estava nada confortável com a partida dela para outra cidade, pois estava sentindo um grande aperto em seu coração.   

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora