Capítulo 5

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Ocupada com o emprego e os estudados, Aretha mal tinha tempo para pensar na vida, os meses estavam passando rápido, ela já estava com quatro meses de gestação, sempre saia de casa já usando o uniforme do restaurante e ao chegar, retirava o grande sobre tudo, e colocava o avental, o que impedia das pessoas que frequentava o estabelecimento, perceber sua barriguinha já saliente, os homens que a tal mulher que haviam ordenado que não a perdesse de vista, sempre almoçavam no restaurante, eles só tinham folga quando tinham certeza que ela já estava em segurança em seu apartamento e sabiam que ela não ia sair a noite, já que conheciam a rotina dela, mesmo assim a noite sempre tinha um ou dois de plantão caso ela resolvesse sair para comprar algo como aconteceu uma certa noite, que ela saiu para comer cachorro quente na barraquinha da praça, coisa de grávida, o que eles nem imaginavam já que não passava pela cabeça deles que ela estava naquele estado, até que uma noite um pouco depois que ela chegou em casa, saiu com pouca roupa, para atender um entregador que havia pedido uma pizza, de dentro do ccarro ao vê-la sem um casaco como ela costumava usar sempre, foi que os homens perceberam o abdome dela que antes era reto e naquele momento estava como barriga de gravida, deixando-os em choque, logo depois de trocaram olhares, um deles tiraram fotos dela e enviaram para a pessoa que os contrataram, com a segunte, legenda:
     O senhor está ciente das condições da sua protegida? — perguntou ficando no aguardo de uma resposta, o  que nunca chegou.
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Apesar de já ter passado das dezenove horas, no centro da cidade de Jaguara, em seu escritório, a misteriosa mulher olhava para as fotos que havia acabado de recebê-las, com lágrimas nos olhos, pois o que mais temia estava acontecendo, ela então, disse em voz baixa:
      “Aquele mau caráter!” —  expressou-se com raiva e indignação, enquanto olhava para a tela de seu celular.

   “Ah, seu desgraçado, você engravidou minha menina”. —  proferiu levando o dedo indicador à boca mordendo o nó, enquanto jurava.
       “Você e sua mãe vão pagar caro por ter expulsado-a no estado que ela estava, pois eu tenho certeza que ingênua como ela é, naquele dia ela os procurou, com certeza, estava em busca de ajuda e apoio, e o que vocês fizeram, não precisa ter uma bola de cristal para saber, não é,? Vocês ricos, sempre acham que podem tudo, mas eu vou ser a pedra no sapato de vocês e vou mostrar para cada um de vocês que não, que vocês mesmo com todo o dinheiro do mundo, não podem fazer e acontecer, achando que nada vai acontecer com vocês”.  — prometeu com sangue nos olhos.
                             ఌఌఌ
Alguns meses passaram, o mês 07 chegou, e junto também chegou o aniversário de dezenove anos de Aretha, contudo, naquele dia ela se levantou normalmente como todos os anos, ela já tinha se acostumado desde a morte de seus pais a não comemora seu aniversário, e com certeza aquele dia seria apenas mais um dia como os demais a qual ela fingiria que era só um dia  como um outro qualquer. Não queria pensar que dia era aquele, pois lhe trazia lembranças de quando os pais eram vivos e não deixava passar um aniversário sequer em branco, sempre comemoravam desde o café farto da manhã na cama, até a festa linda que eles faziam questão de fazer a tardinha para assim todas as crianças que conheciam tanto do prédio que moravam, do colégio e até alguns amiguinhos da praça onde ela brincava ao ser lavada pela babá, pudessem participarem. Em meios ao sofrimento e saudades daquele tempo não existir mais, Aretha sacudiu a cabeça e mais uma vez, afundou aquelas amargas e dolorosas lembranças para o fundo de seu peito, e começou a se preparar para mais um dia normal de trabalho, depois de se vestir saiu de casa e caminhou para o restaurante acreditando que ninguém saberia que era seu aniversário.
— Ela está vindo — disse uma das funcionárias ao avistar Aretha chegando a porta de vidro escuro, onde ainda estava com a placa de fechado, a funcionária correu e se juntou aos demais abaixados atrás do grande balcão.

     “ SURPRESA!” —  Gritaram todos ao surgirem de trás do balcão.            

Aretha foi surpreendida com todos os colegas, a senhora Dulce, a “proprietária” tinha em mãos um pequeno bolo com velas que logo foram acesas por um funcionário a qual a vela começou a faiscar colorindo todo o ambiente.
— Parabéns amiga! —  disse Chloe a amiga de apartamento que havia chegado naquela madrugada e ido diretamente para o restaurante para participar da surpresa que todos estavam preparando para a amiga a qual se tornaram melhores amigas desde que se conheceram e passaram a dividir o mesmo apartamento. Ao vê-la ali, Aretha ficou completamente surpresa já que tinha falado com a amiga na noite anterior a qual, Chloe lhe disse que ficaria fora por dois dias.
—  Ah sua danadinha, você mentiu pra mim! —  Disse Aretha recebendo o abraço da amiga que ria feliz.
— Obrigada —  sussurrou Aretha no ouvido da amiga já com os olhos marejados, não só pela surpresa de todos lembrarem e comemorarem seu aniversário, mas pela amiga ter feito o sacrifício de estar ali com ela naquele dia que a muito tempo tinha deixado de ser importante pra ela, por razões óbvia. Depois de receber abraços e felicitações de todos, o grupo se sentaram para tomarem café juntos e baterem parabéns e partirem o bolo.
Do lado de fora escondido em um cantinha discreto, a mulher misteriosa presenciava tudo com lágrimas nos olhos, pois desde que descobriu que Aretha estava no orfanato, não deixou de estar sempre presente, principalmente no dia de seus aniversários, mesmo que escondida, ela estava lá comemorando no oculto, pois ela mais que ninguém sabia o quanto aquilo era doloroso para ambas. Entretanto estava feliz em ver que sua menina como passou a chamá-la desde a encontrou anos atrás, estava bem acolhida com aquelas pessoas boas de bom coração.
— Assim como eu, você também achou quem lhe acolher, minha querida! —  disse a mulher enxugando lágrimas nos cantos dos olhos. Em seguida voltou para o carro que a esperava um pouco distante, ao entrar o motorista observando-a pelo espelho retrovisor, viu no semblante da chefe, o cansaço, afinal ela tinha viajado durante a madrugada para estar ali bem cedinho para poder ver sua protegida caminha até o restaurante como soube que ela fazia todos os dias.  
— Podemos ir senhora? —  perguntou o motorista preocupado com o bem estar da patroa.
— Sim! —  respondeu acomodando-se melhor no banco traseiro, fechando os olhos e tentando relaxar. 

           

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora