capítulo 28

20 3 0
                                    

Menos de uma hora, a campainha tocou, a empregada, uma mulher de 45 anos que a senhora Dulce tirou de sua própria residência e a levou para servir Aretha por saber o quanto ela necessitava de pessoas de confiança ao seu lado, caminhou calmamente para atender a porta. 

Do outro lado da rua, da sala de um prédio à frente um dos seguranças que continuavam seguindo e vigiando todos os passos e movimentos de Aretha, observava tudo que se passava na sala de estar do apartamento dela por um telescópio montado na frente grande janela. 
— Boa tarde, sejam bem vindos —  recepcionou a empregada ao ficar diante dos recém chegados. 
— Obrigada — respondeu a senhora Artemia entregando sua bolsa de mão e o casaco, em seguida ela tirou o casaco do Dr. Conan e também entregou a mulher. Na madrugada daquele dia, uma frente fria havia chegado pegando todos de surpresa. Depois de pendurar os casacos no cabideiro no pequeno hall da entrada, a empregada os conduziu até a sala onde Aretha já de pé com o coração acelerado os esperavam, desde que havia enviado a localização de sua residência não parou um segundo de lhe perguntar se tinha feito a coisa certa, e esperava plenamente de não se arrepender daquele ato. 
— Boa tarde, sejam bem vindos! —  Disse a empregada ao ficar de frente aos visitantes. O Dr. Conan se aproximou a de surpresa a abraçou calorosamente por um longo tempo, enquanto eles estavam abraçados ele sussurrou:

         “Obrigada” 

Logo o abraço foi desfeito, sem jeito por esta passando por aquilo, Aretha, suspirou, passou a mão na testa e com a voz embargada pediu que eles sentassem no grande e confortável sofá.

Do outro lado da rua o homem com os olhos grudados na lente do telescópio, não ficou surpreso pelos visitantes já que desde do momento que ele  tinha visto o casal sair do táxi e entrado no prédio, ele já tinha até avisado seu mandante, e recebido a ordem de ficar atento a qualquer coisa, e jamais deixar alguém sair do prédio levando tanto Aretha como o bebê.
— Onde ele está? —  perguntou o Dr. Conan olhando para um brinquedo na mesinha de centro. 
— A babá o levou para trocar a fralda! —  respondeu nervosamente, o que não passou despercebido pelo Dr. E Artemia, já que ela não parava de apertar os dedos das mão entrelaçados em seu colo.  
— Aretha, sei o quanto eu está aqui é desconfortável para você, mas você precisa entender que eu não podia partir sem sequer conhecê-lo, pegá-lo, sentir seu cheiro… e-eu preciso disso para ter um incentivo a continuar minha jornada, você me entende? —  perguntou com a voz embargada. 

Ao seu lado, a senhora Artemia elevou a mão depositando no ombro do Dr. Confortando-o e dizendo:
— Acalme-se, o senhor prometeu que não iria elevar suas emoções, não quer voltar para o hospital, não é?  —  falou com mansidão. 

Naquele exato momento, os olhos do Dr. Conan paralisou na direção do arco do corredor, onde tinha uma senhora com um lindo menininho no colo.  

Allary no colo da babá, olhava para todos com olhinhos brilhando, ele era um bebê que desde seu nascimento estava rodeado dos funcionário do restaurante por isso havia se acostumado ir com todos, e por isso, não estranhava ninguém, o que claro, era muito perigoso, Aretha seguiu o olhar do Dr. E logo que avistou o filho, levantou-se, seguiu até onde o filho estava, pegando-o do colo da babá, depois de beijá-lo carinhosamente na testa, voltou para perto do senhor que já tinha se levantado e estava de pé tremendo-se de emoção, tentando se controlar para não estragar aquele momento, o Dr. Conan suspirou profundamente, antes de esticar as mãos para pegar o neto em seus braços. De imediato Aretha entendeu seu pedido só com o olhar, ela cedeu imediatamente, mesmo que ainda estivesse apreensiva com tudo aquilo, ela colocou o filho nos braços do avô que ao sentir o corpo robusto do netinho, apertou contra seu peito deixando as lágrimas rolarem, pois não pôde contê-las. Depois de cheirar profundamente o pescocinho do pequeno Allary, o Dr. Olhou para o alto como se estivesse mostrando para os amigos já falecidos que ali estava o fruto dos seus filhos. 

Se passaram alguns minutos, e Allary já não queria ficar mas no colo do homem que o olhava fixo sem parar, ele queria descer para poder continuar brincando com os brinquedos como fazia mais cedo. 
— Senhor Conan, ele está inquieto porque quer ir para o chão —  disse a senhora Artemia sendo sensata e sincera, vendo que Aretha não conseguiu falar, ela falou.
— Ah, sim, sim, certo, eu estou tão pasmo, que só pensei em mim mesmo! —  falou colocando Allary no chão, que mal tocou seus pézinhos ao chão, saiu caminhou com passos cambaleantes até a mesa, pegou o brinquedo, sentou-se no tapete se perdendo em seu mundo não dando atenção às três pessoas próximo a ele. Depois de observar o neto por um tempo, o Dr. Olhou para Aretha e depois de firmar o olhar nos dela que desviou sem graça, ele então, tomando uma decisão disse:
— Aretha, podemos conversar em um lugar mais reservado?  

Mesmo sem entender o que ele queria falar de tão importante, Aretha concordou.
— Claro, claro que podemos! —  disse levantando-se.
—  Venha comigo —  falou fazendo um leve gesto com a cabeça para a senhora Artemia que entendeu como o pedido de licença. 
— Podem ficarem tranquilos, eu ficarei bem aqui com a presença dessa criança linda! —  Disse rindo para Aretha e o Dr. Conan.

 Aretha seguiu pelo corredor sendo seguido pelo Dr. 

Logo ela abriu uma porta que os levou para um cômodo que ela havia feito daquele lugar em seu pequeno escritório onde estudava quando estava em casa. 
— Entre, não repare a bagunça, eu sou um pouco desorganizada com meus materiais! —  confessou sentindo-se envergonhada. 
— Não, se incomode, não repararei, eu também sou assim! Mas nós sabemos exatamente onde cada item se encontra, não é? —  falou rindo levemente.          
— Sim, esse é o único lugar da casa onde não gosto que entrem para arrumarem e organizarem.  
—  Eu entendo perfeitamente! —  disse dando uma olhada ao redor. 
—  É bem arejado e bastante claro. —  disse caminhando com as mãos no bolso onde ele escondia seu nervosismo. O cômodo tinha enormes janelas de vidro fumê do chão ao teto.
— Essa claridade natural ajuda muito na hora de estudar e trabalhar, tanto de dia com a luz do sol, como a noite diante do céu estrelado. —  pontuou admirando o espaço. 
— Sim, quem projetou este apartamento, priorizou e soube bem como aproveitar o que a natureza nos proporciona. —  disse ela tentando disfarçar a tensão que não podia deixar de está sentindo diante do pai do homem que amou intensamente, mas que também odiava mais que tudo. 
— Aretha, eu tenho um relato sobre Jaime para contar a você. —  falou de uma vez antes que perdesse a coragem. 

Aretha mais uma vez foi pega de surpresa, contudo, apertando os dedos dos pé dentro do sapato como costumava fazer quando criança no orfanato quando era intimidadas pelas responsáveis do lugar e ela não podia ser desrespeitosa, disse: 
— Dr. Conan, eu me recuso falar sobre essa pessoa! — falou com firmeza olhando-o seriamente.

A ÓRFÃ GRÁVIDA REJEITADA                                             Onde histórias criam vida. Descubra agora