CHAPTER 12

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"DE ALGUMA FORMA SEMPRE ENCONTRAMOS
O CAMINHO DE VOLTA PRA CASA"


Três dias. Três dias desde o desaparecimento de Josie. Três dias de buscas incessantes pela escola, de feitiços lançados, de esforços desesperados para encontrá-la. E, no entanto, ninguém conseguiu achar Josie. Ela continuava desaparecida, e a cada segundo que passava, o coração de Hope afundava mais, se despedaçava um pouco mais. Tudo o que Hope queria era vê-la novamente, maior parte desses dias foi passada na biblioteca ou em ligações intermináveis com sua família, na esperança de encontrar pistas ou descobrir algum feitiço que pudesse localizar Josie. Dezenas de livros e grimórios foram folheados, mas nenhum deles continha a resposta. Estão no mesmo ponto em que começaram, com as mesmas perguntas ecoando em suas mentes, seguidas pelo mesmo sentimento de desespero. Onde está Josie? Alguém a levou? Por que ela? Por que, de todas as pessoas da escola, da cidade, Josie quem foi a escolhida para desaparecer?

Alaric estava lidando muito mal com a situação, voltou aos seus velhos hábitos de beber, achava que ninguém percebia, mas todos sabiam, Hope percebeu, pelo recorrente cheiro de álcool toda vez que entrava em seu escritório. A bagunça na mesa dele dizia tudo. Todos tentavam ajudá-lo, mas ele não escutava, consumido demais pela própria dor para permitir que os outros se aproximassem. O homem já havia perdido tanto, tantas pessoas; perder Josie, sem nunca obter respostas sobre o que aconteceu, poderia destruí-lo completamente. Mas ele não era o único que sentia a falta de Josie de maneira tão profunda. Hope sentia isso quando andava pelos corredores, quando pegava a comida e vê as opções vegetarianas que a lembram de Josie. Ela sentia isso quando estava deitada na cama, pensando nela, sentia a ausência dela nos sussurros solitários de Lizzie do outro lado do corredor, sem o eco da voz de Josie. Cada momento sem Josie é um lembrete doloroso do que perderam.

Era difícil, e Hope tentava se manter forte para todos, assim como estavam ser fortes por ela, mas, apesar de todos os esforços, não estava funcionando, todos estavam a ponto de um colapso. Josie sempre foi uma parte essencial da vida de todos, um pilar constante desde o começo. Agora, sem a presença da garota, o mundo parecia vazio, triste, e todos se sentiam... perdidos. Cada vez que a mente de Hope a levava a imaginar o pior, ela tentava se recompor, agarrando-se a qualquer fio de esperança. Mas, era quase impossível afastar esses pensamentos quando sua vida havia sido marcada por tantas perdas e incertezas. A ausência de Josie deixava uma cratera que não podia ser preenchida, uma sombra que pairava sobre cada momento. Em vez de se deixar afundar no desespero, Hope repetia para si mesma que eles encontrariam Josie. Ela se agarrava a essa certeza como uma tábua de salvação em meio à tempestade. De uma forma ou de outra, eles a trariam de volta para casa, independente das consequências que viriam.

Deitada na cama, seus pensamentos giravam incessantemente. Cada memória de Josie era como uma faca afiada que perfurava seu coração, pensava na garota e a dor profunda parecia não ter fim. Os braços de Hope ansiavam por envolver a cintura de Josie, segurá-la bem perto, como se, de alguma forma, isso pudesse afastar a escuridão. Desejava o toque suave de Josie, a maneira como a presença dela sempre conseguia acalmar sua alma inquieta. E, mesmo sabendo que era impossível, Hope continuava esperando que Josie entrasse em seu quarto a qualquer momento, sorrindo, como se nada tivesse acontecido. Que ela caminhasse pelos corredores da escola com aquele olhar tranquilo, como se o mundo não estivesse desabando ao seu redor.

Mas a realidade era cruel. Algo terrível tinha acontecido. Algo que ninguém conseguia entender. E essa incerteza apenas aumentava a dor e o medo de todos. Após passar horas olhando para o teto de seu quarto, perdida em seus pensamentos, Hope ouviu a porta ranger ao abrir. A loira entrou se aproximando lentamente, sentando-se ao seu lado na cama. A loira estava com a expressão fechada, uma carranca que parecia ter se tornado permanente desde o momento em que perceberam que algo havia acontecido com Josie.

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