CHAPTER 15

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"A DOR NUNCA VAI EMBORA
ELA APENAS SE ACOMODA"


Hope e Lizzie ficaram abraçadas e chorando incontrolavelmente, os soluços se misturando com o som de suas respirações entrecortadas. A dor no peito de Hope era tão intensa que parecia que alguém havia arrancado seu coração, pisoteado-o, rasgado-o em pedaços e espalhado ao vento. Ela sentia um vazio, uma angústia que jamais imaginara ser possível. Tudo tinha acontecido de novo. Mais uma vez, alguém que ela amava profundamente havia sido arrancado de sua vida, deixando um buraco que parecia impossível de preencher. Josie estava morta. E a realidade daquilo era insuportável. Ela se foi. Josie se foi. E Hope não conseguia lidar com aquilo.

Enquanto as duas meninas choravam, uma rajada de vento entrou no quarto, empurrando a porta que já estava entreaberta. Caroline Forbes-Salvatore entrou apressadamente, atraída pelos sons de angústia.

— Tá tudo bem? Eu pude ouvir vocês do... — Ela começou, mas sua voz falhou ao ver a cena diante dela. Ao ver sua filha encolhida no chão, abraçando Hope desesperadamente, ela soube que algo terrível havia acontecido. Lizzie parecia estar desmoronando. O olhar de Hope estava vazio, perdido em um abismo de dor e tristeza. Caroline reconheceu aqueles olhares, aquele sentimento de perda devastadora. Seus próprios olhos se encheram de lágrimas antes mesmo que Lizzie pudesse dizer qualquer coisa.

— Mãe... É a Josie. Ela... Ela se foi. — Murmurou entre soluços incontroláveis. Caroline levantou uma mão para cobrir a boca, o horror estampado em seu rosto enquanto a realidade começava a se estabelecer. Ela balançou a cabeça, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.

— Não... isso não pode ser verdade. — Caroline sussurrou, tentando desesperadamente negar o que seu coração já sabia ser verdade. Mas estava acontecendo. Josie realmente se foi. Sem hesitar, Caroline se ajoelhou ao lado das duas meninas, puxando-as para um abraço apertado. Elas se agarraram a ela como se ela fosse sua âncora em um mar de dor, buscando conforto no calor de sua presença.

— Eu... vou mandar uma mensagem para seu pai... Dizer a ele para vir aqui. —  Caroline disse, sua voz trêmula e embargada pela tristeza. Alaric precisava saber. Ele precisava estar ali com elas, para compartilhar a dor que todos estavam sentindo.

— Sinto muito, Sra. Forbes. — Hope disse entre fungadas, sua voz mal conseguindo sair.

— Não, Hope... Não diga isso. Não é sua culpa. E quantas vezes eu te disse... é Caroline. — Respondeu forçando um sorriso fraco. Era uma tentativa quase patética de trazer algum alívio para a situação, mas o gesto apenas enfatizou o quão profunda era a dor que todos estavam sentindo. As lágrimas de Hope continuaram a cair, caindo, caindo sem parar. Elas escorriam pelo seu rosto quando Alaric entrou correndo, seu rosto uma máscara de desespero. Ao ver o estado de sua filha e de Hope, ele soube imediatamente que algo terrível havia acontecido. Quando Caroline contou a ele sobre Josie, Alaric ficou paralisado, incapaz de processar a informação. Suas pernas fraquejaram, e ele precisou se apoiar na parede para não cair. Mais uma vez, ele havia perdido alguém que amava. A notícia se espalhou rapidamente pela escola, e o restante da equipe ficou em estado de choque. A tragédia era palpável, pendendo no ar como uma nuvem escura. Todos sentiam o peso da perda de Josie, mas ninguém mais do que aqueles que estavam mais próximos dela. Alaric voltou ao quarto de Hope, onde encontrou todos ainda mergulhados em sua dor. Nenhum deles queria ficar sozinho, mas também ninguém conseguia falar muito. O silêncio era pesado, cheio de dor e luto. Eles apenas se sentaram juntos, unidos por sua perda comum, sem palavras suficientes para expressar o que sentiam. As poucas palavras que foram ditas naquela noite eram lembranças de Josie, memórias felizes que os faziam sorrir por um breve momento, apenas para que a dor retornasse com ainda mais força logo em seguida. Hope, porém, não conseguiu participar dessas trocas. Cada vez que tentava falar, as palavras ficavam presas em sua garganta, sufocadas pela dor. Ela não conseguia imaginar um mundo sem Josie, um mundo onde ela não veria mais o sorriso de sua amiga ou ouviria sua risada.

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