CHAPTER 40

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"O AMOR NÃO VAI EMBORA"


Josie sentia-se completamente paralisada, com o caos violento desenrolando-se à sua volta como uma onda de destruição implacável, a batalha era feroz, brutal, e cada som parecia amplificado em seus ouvidos: o estalar de ossos, os gritos de dor, os feitiços sibilando no ar, tudo misturado em uma cacofonia que a deixava tonta. Ela viu os amigos lutarem com toda a força que tinham, mas era como assistir a um pesadelo onde o desfecho já estava escrito, mesmo os feitiços mais poderosos não eram páreos para a brutalidade dos ataques, corpos caíam ao seu redor, derrotados com facilidade, enquanto o inimigo avançava, implacável.

Ela tentou mover-se, quis desesperadamente unir-se à batalha, mas era como se estivesse cimentada no lugar, suas pernas estavam presas, pesadas como chumbo, incapazes de obedecer ao comando mais simples de seu cérebro, ela era uma estátua, imobilizada pelo horror e pela impotência, forçada a observar aqueles que amava sendo destruídos, um por um, lágrimas quentes escorriam por seu rosto, misturando-se ao suor frio que escorria por sua pele. Então, veio o primeiro golpe brutal, seu pai foi o primeiro a cair. Josie assistiu, horrorizada, enquanto o homem, o monstro que vinha assombrando suas vidas, arrancava o coração de Alaric de seu peito com uma facilidade aterrorizante. Ele não se contentou em apenas matá-lo; mordeu o coração, saboreando o poder que acabara de conquistar, antes de lançar um olhar sádico diretamente para Josie, o sorriso cruel que ele deu a ela congelou seu sangue.

Antes que ela pudesse processar o que estava acontecendo, o vilão se voltou para Lizzie, a sua irmã foi a próxima vítima, ele cravou os dentes no pescoço de Lizzie e sugou-lhe a vida até a última gota de sangue. Josie gritou, mas foi um som inútil, um eco de sua própria impotência, as lágrimas caíram ainda mais rápido agora, vendo a pessoa com quem tinha a conexão mais profunda ser brutalmente tirada de sua vida, em questão de segundos, ela havia perdido as duas pessoas mais importantes para ela. Mas ele ainda não estava contente o suficiente com o sofrimento da garota. Hope foi a próxima a cair, a garota que sempre pareceu invencível, a imortal que nunca deveria ser derrotada, estava sendo massacrada diante de seus olhos, o homem avançou sobre ela com uma violência que Josie nunca tinha testemunhado. Socos e chutes implacáveis a derrubaram até que Hope estivesse de joelhos, sem poder reagir, Josie tentou lutar contra a paralisia que a dominava, lutou contra o terror que a mantinha presa no lugar, mas era inútil.

Tudo o que podia fazer era observar e gritar, impotente, enquanto o homem continuava sua sádica tortura. Hope estava coberta de hematomas, sua pele curando-se mais lentamente a cada golpe, até que parecia que nem seu poder regenerativo poderia salvá-la, o monstro então rasgou o peito de Hope, literalmente arrancando-lhe o coração, destruindo qualquer esperança de recuperação, ele o fez com uma brutalidade casual, como se fosse a coisa mais simples do mundo. Josie não podia mais conter seu desespero. Gritou, e seu grito foi um som primal, cheio de dor e fúria, ecoando pelo campo de batalha. Mas o que a consumia, além da dor esmagadora, era a raiva. A raiva ardia dentro dela como um fogo descontrolado, ele havia tirado tudo dela, tudo, sua família, sua namorada, sua própria esperança. E o pior de tudo: ela não pôde fazer nada, ficou ali, imóvel, forçada a assistir.

Então, ele se virou para ela, seus olhos fixando-se nos dela, cheios de um prazer sádico. Seu rosto estava manchado de sangue... o sangue de sua família, o sangue de Hope. Ele lambeu os lábios, como se estivesse saboreando os últimos vestígios da vitória.

— Você é a próxima. — Ele disse, suas palavras penetrando na mente de Josie como uma lâmina fria.

Josie acordou de repente, seu corpo dando um salto para fora do pesadelo, seu coração martelava tão forte que parecia que ia explodir, o quarto estava escuro, exceto pela luz fraca que filtrava pela janela. Ela estava coberta de suor, suas mãos tremendo descontroladamente enquanto tentava entender onde estava, por um momento, ela ainda sentia a presença do inimigo, ainda ouvia os gritos de sua família, ainda sentia o peso esmagador da perda. Mas então seus olhos encontraram Hope, deitada ao lado dela, respirando calmamente, a pele impecável e sem ferimentos algum. Josie soluçou, empurrando o cobertor de cima de Hope, procurando qualquer sinal de que o pesadelo pudesse ser real, seu pânico não cessou até que ela sentiu o batimento cardíaco de Hope... firme, constante. A confirmação de que Hope estava viva e bem trouxe um suspiro de alívio trêmulo dos lábios de Josie. Mas o medo ainda estava ali, agarrado ao fundo de sua mente, mesmo sabendo que tudo não passara de um pesadelo, a sensação de impotência e perda ainda latejava em seu peito, a realidade daqueles pesadelos estava sempre presente, uma ameaça real que poderia transformar-se em sua vida a qualquer momento. Hope acordou com o movimento abrupto de Josie, ela abriu os olhos lentamente, a expressão preocupada, mas calma, ao perceber o estado de sua namorada.

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