CHAPTER 42

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"INABALÁVEL?"


Recentemente, quase todas as manhãs, Hope despertava envolta aos braços de Josie, o calor da pele dela oferecendo uma sensação de segurança inigualável. A respiração de Josie, tranquila e ritmada, movia-se de forma suave, fazendo o peito de Hope subir e descer junto com o dela, em uma dança sutil que parecia sincronizar seus corações além de suas respirações, o quarto estava banhado na luz suave do amanhecer, e Hope, ainda sonolenta, não queria se mover, amava esse momento, esse intervalo silencioso antes que o caos do dia invadisse suas vidas, e quase todas as manhãs desejava que nunca acabasse esse conforto e sentimento de lar. Ela se ajeitou mais perto, pressionando o rosto contra o pescoço de Josie, sentindo o perfume natural da pele dela, algo leve, como um antídoto contra tudo o que havia de ruim no mundo, quando estavam assim, próximas, a sensação de normalidade era quase tangível, como se fossem apenas duas jovens apaixonadas sem o peso dos legados ou maldições que sempre pareciam cercá-las. Hope sentiu o coração acelerar, com uma mistura de alegria e calma preenchendo cada parte de seu ser, já que o mundo lá fora podia estar desmoronando, mas aqui, nesse refúgio formado pelos braços de Josie, sabia que ambas estavam seguras, o toque gentil de Josie era como uma âncora, prendendo-a àquela realidade de amor puro.

Com a luz suave do amanhecer se infiltrando pelas cortinas, o corpo de Josie começou a se mover lentamente, saindo daquele transe confortável de um sono profundo, os primeiros raios de sol tocaram suas peles, aquecendo o quarto enquanto o mundo lá fora despertava lentamente. Hope continua a observar o rosto de Josie ao seu lado, havia uma calmaria em vê-la assim. Josie Saltzman estava ainda sonolenta mas completamente ciente da presença de Hope ao seu lado e a única coisa que realmente ocupava seus sentidos era a sensação da respiração suave e ritmada da ruiva contra a pele de seu pescoço, cada vez que a Mikaelson inspirava e expirava, o ar quente que roçava levemente sua pele provocava um arrepio que percorria todo o seu corpo. Josie fechou os olhos por um instante, deixando-se perder naquela simples sensação, o calor do corpo de Hope ao seu lado, o peso confortável de seus braços ainda parcialmente envoltos ao redor dela, e a respiração... Era como se a própria essência de Hope estivesse impregnando o ar que ela inalava, fazendo seu coração acelerar de uma maneira tranquila. Ela não queria se mover e assim como Hope desejava ficar ali naqueles breves momentos de calmaria do dia.

O tempo foi passando até elas se levantarem, sabiam que daria o horário do treinamento, que parecia ser um tipo de novo ritual tão importante quanto o ar que elas respiravam. Enquanto Hope se preparava, seus olhos constantemente buscavam Josie, não importava quantas vezes tentasse se concentrar em suas próprias coisas, era como se seus olhos tivessem vida própria, sempre voltando para a figura dela, capturando cada detalhe. O cabelo de Josie ainda estava desarrumado, com mechas soltas que caíam casualmente sobre seus ombros, como se tivessem decidido que não precisavam seguir a ordem natural dos fios e Hope adorava isso, o jeito despreocupado e, ao mesmo tempo, belo, como Josie usava sua própria aparência, mesmo quando não fazia esforço algum, o rosto de Josie exibia sinais de cansaço, pequenos indícios de tudo o que ela tinha passado recentemente, porém havia algo mais em seus traços, uma força intensa.

Como se sentisse o olhar de Hope sobre ela, a morena sorria involuntariamente, algo pequeno, íntimo, mas que carregava uma quantidade imensa de amor e carinho. Hope sentiu o coração acelerar de forma quase dolorosa, como se aquele simples gesto fosse o bastante para lembrá-la de quão sortuda ela era. Josie, com toda a sua força e vulnerabilidade, era uma presença constante, uma âncora para Hope em todo meio ao caos e aquela troca de olhares, foi o suficiente para Hope se sentir tomada por um sentimento inexplicável. Josie tinha passado por tantas coisas que teria quebrado pessoas com tanta facilidade, mas ela continuava ali, firme, tentando, aprendendo, lutando e sobrevivendo. Hope se sentia absurdamente sortuda por poder estar ao lado dela como tanto sonhara por anos sem nem mesmo saber.

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