Feelings

CHAPTER 25

"TREINO É UM PASSO PARA A CONSTÂNCIA"

Hope encara a bolsa de sangue na frente dela como se fosse um desafio. Aquele pequeno pedaço de plástico contém a chave para seu controle, algo que ela precisa desesperadamente. O sangue é guardado por Alaric para emergências, e agora é uma emergência. Kol e Rebekah estão de pé, observando-a atentamente enquanto ela tenta resistir ao impulso primal de beber. Eles não dizem nada, mas seus olhares são impacientes, esperando que ela ceda, que ela prove sua força. Por quinze minutos, Hope só faz encarar a bolsa, em um silêncio que só é quebrado por sua respiração contida. Seus olhos alternam entre o azul e o dourado, o indicativo do conflito interior que trava. Por vezes, as veias negras surgem sob sua pele, mas ela respira fundo, faz o possível para manter a calma, e as veias somem. Para alguém recém-transformada, ela está lidando com isso melhor do que muitos esperavam. Porém, o cansaço já está começando a se acumular.

— Melhor que esse treinamento não dure o dia todo. — Hope bufa, tentando disfarçar a frustração crescente com uma dose de humor. Por mais que quisesse parecer tranquila, a verdade é que a pressão estava pesando sobre seus ombros. Ela sabia que precisava dominar esse controle o quanto antes, se quisesse voltar à vida normal, ou o mais próximo disso.

— Alguém está com pressa para estar em algum lugar. — Kol provoca, com um sorriso malicioso. Ele sabe muito bem o que está acontecendo, e Hope não se dá ao trabalho de esconder. Claro que ela está com pressa, ela tinha um encontro. Não que ela tivesse revelado isso antes, mas agora, com os olhares inquisitivos de seus tios sobre ela, é difícil esconder.

— Tenho um encontro mais tarde. — Confessa, bufando de novo, com mais irritação consigo mesma do que qualquer outra coisa. — Quero ter certeza de que estarei pronta.

Kol arqueia as sobrancelhas, surpreso, enquanto Rebekah solta uma risada discreta.

— Um encontro? — Pergunta, fingindo desinteresse, mas Hope sabe que isso está prestes a se transformar em uma investigação completa. — Com aquele garoto pássaro... Landon, não é? — Hope revira os olhos.

— Não, não com Landon. Isso acabou há um tempo. — O nome dele ainda traz uma leve pontada de tristeza, mas nada comparado ao que costumava ser. — Na verdade, é com outra pessoa.

Rebekah para por um segundo, olhando para Hope com uma expressão que mistura curiosidade e análise.

— Quem? — A pergunta sai casual, mas Hope sabe que a intenção é descobrir exatamente com quem sua sobrinha está saindo. O instinto de proteção dos Mikaelsons nunca descansa.

— Rebekah, deixe-a em paz. — Kol intervém, lançando um olhar para a irmã. Ele pode querer saber também, mas sabe que a prioridade agora é garantir que Hope tenha o controle total sobre sua sede. Ele, mais do que ninguém, entende o que a falta de controle pode causar. Mas Rebekah é persistente. Ela cruza os braços e sorri de lado.

— É Josie? — Ela pergunta, com uma confiança que faz Hope corar instantaneamente. — Não é? — Hope tenta esconder o rosto por um momento, mas sabe que é inútil.

— Como você sabia? — pergunta, mais por curiosidade do que qualquer outra coisa. Afinal, Rebekah sempre foi perspicaz.

— Ah, querida, você estava disposta a morrer por ela. E nós, Mikaelsons, não fazemos esse tipo de coisa a menos que realmente nos importemos com alguém. — Rebekah responde com um sorriso carinhoso. — Além disso, sempre que a vi por aqui, você olhava para ela de um jeito que não olhava para mais ninguém.