CHAPTER 21

800 104 7
                                    


"TEMPO E PACIÊNCIA"


Caroline, Alaric e Lizzie finalmente começaram a se mover, a dor surda das consequências da magia ainda pulsando em suas cabeças e prometendo durar algumas horas. Alaric deu uma olhada em Lizzie, certificando-se de que ela estava bem. Ela acenou com a cabeça, confirmando sua condição. Então, ele se lembrou da situação em que se encontravam e imediatamente voltou seu olhar para buscar sua outra filha. Josie estava viva, mas lágrimas desciam pelo seu rosto. Ela segurava Hope nos braços, e a tríbrida parecia... morta. Caroline e Lizzie correram sem hesitar até elas, enquanto Alaric caminhava com dificuldade.

— O que aconteceu? — Alaric perguntou, a voz carregada de pânico.

— Ele... ele atirou em mim, mas ela pulou na frente. Ela salvou minha vida, me curou antes de... — Josie engasgou, lutando para manter contato visual com o pai. Ela não podia deixar Hope fora de sua vista. — O cara, ele fugiu com a amiga bruxa. Eu... eu não sei para onde. — Ela tentou enxugar as lágrimas com a mão, mas elas continuavam caindo. A raiva tomou conta de Alaric e Lizzie ao processarem o que havia acontecido. Aquele homem havia machucado Josie por semanas e agora tinha matado Hope. E para piorar, ele havia fugido, desaparecido sem deixar rastros.

— Precisamos levar Hope de volta para a escola. Tenho um estoque de sangue humano lá para quando ela acordar — Alaric disse, tentando manter a calma.

— Ok, meninas, vou precisar da ajuda de vocês para colocá-la no carro. — Alaric pegou as armas que haviam sido arrancadas deles ao chegar. Lizzie usou a magia que absorverá de Hope para levitar o corpo inerte da amiga até o carro. Com cuidado, ela colocou Hope no banco traseiro antes de pular no assento ao lado do pai. Caroline junto a Josie se sentou ao lado de Hope, segurando sua mão fria, esperando desesperadamente por algum sinal de vida. Mas Hope não reagiu. Sua mão continuou fria e sem vida.

Quando finalmente chegaram à escola, Lizzie sugou a energia de um aluno próximo para poder usar o mesmo feitiço e levitar Hope até seu quarto. Josie e Alaric seguiram de perto, os alunos os observavam, sussurrando entre si, chocados ao ver Josie viva. A notícia de sua suposta morte havia se espalhado rapidamente, e muitos já haviam começado a lamentar por ela. Agora, porém, o foco estava na forma flutuante de Hope, enquanto alguns se perguntavam o que havia acontecido, outros tentavam ouvir o batimento cardíaco da tríbrida. Chegando ao quarto de Hope, Lizzie a colocou gentilmente na cama. As gêmeas se sentaram uma de cada lado, com Josie puxando o cobertor até os ombros da amiga. Alaric pediu que elas esperassem ali enquanto ele buscava uma bolsa de sangue para Hope. Minutos depois, ele voltou, trazendo consigo um silêncio tenso que encheu o quarto.

Caroline entrou logo atrás dele, o alívio evidente ao finalmente ver Josie segura, a puxou para um abraço apertado, enquanto MG chegou logo em seguida, sorrindo ao ver sua amiga viva. No entanto, seu sorriso desapareceu quando seus olhos encontraram Hope. Ele olhou para Lizzie, que estava visivelmente perturbada, e seu coração afundou ainda mais.

— Como isso aconteceu? — MG sussurrou, incapaz de processar a cena diante dele.

— H-Hope me salvou... — Josie murmurou, mas sua voz tremeu, e ela não conseguiu dizer mais nada. Felizmente, Alaric tomou a palavra e explicou tudo, atualizando MG e Caroline sobre os acontecimentos recentes. Assim que Alaric terminou de falar, MG abraçou Josie e Lizzie, tentando oferecer algum conforto.

— Vou ligar para a Freya, ela precisa saber o que aconteceu com a sobrinha. — Alaric disse, pegando o telefone. Freya atendeu rapidamente, e ele contou tudo, enfatizando que Hope havia salvado sua filha de um lunático. Freya prometeu que a família pegaria o próximo voo para Mystic Falls, mas até lá, ela se projetaria astralmente para estar presente.

• • •

Duas horas se passaram e Hope continua inerte, sem sinais de mudança. Freya apareceu em sua forma astral e tem conversado com todos desde então. De vez em quando, alguém se dirige a Hope, implorando para que ela retorne, agradecendo por sempre tentar proteger a todos. Josie se perde em seus pensamentos, seu pânico crescendo a cada minuto. E se, por algum motivo, Hope não acordar? Claro, ela é uma tríbrida, e a lógica diz que ela deve despertar, mas e se isso não acontecer? E se levar dias? O medo consome Josie, não apenas o pânico, mas um terror real de que Hope possa estar verdadeiramente e permanentemente morta.

Ela nunca imaginou uma vida sem Hope porque nunca precisou pensar nisso. Agora que essa possibilidade parece real, Josie está aterrorizada. Ela já passou por algo semelhante antes, quando perdeu a memória de quem Hope era. Naquela vida, tudo parecia confuso e incompleto, um vazio que a levou a lutar contra a magia negra, uma tentativa de preencher o buraco deixado pela ausência de Hope. A magia negra, até o momento em que recuperou suas memórias, era a única forma de lidar com aquela miséria. Uma vida sem Hope é uma vida sem alegria, sem a diversão e a excitação que ela trazia. Sem Hope, a escola perderia seu herói, seu maior protetor. A perspectiva de viver sem ela é uma vida inteira de luto e sofrimento, uma dor que Josie sabe que nunca acabaria.

— Por que está demorando tanto? — Lizzie pergunta, sua voz carregada de frustração e cansaço.

— Pode levar até vinte e quatro horas, isso é normal; só precisamos ter paciência. — Alaric responde, tentando manter a calma.

— Esse é o tempo que normalmente leva, mas estamos lidando com Hope. Ela é a primeira e única de sua espécie. Não sabemos o que vai acontecer ou como ela será quando acordar. Não há manual para isso. E ninguém nunca teve esse tipo de poder antes. Agora minha sobrinha está amaldiçoada com isso. Ela merece algo melhor. Todos nós queríamos algo melhor para ela. — Freya explica, sua voz carregada de emoção à medida que fala.

• • •

Mais sete horas se passaram, e a situação continua a mesma. Hope ainda está inerte, sem sinais de melhora. O toque de recolher está se aproximando, e Alaric, exausto e preocupado, tenta convencer os alunos na sala a irem dormir. No entanto, nenhum deles está disposto a deixar o lado de Hope. Todos se recusam a sair até que ela mostre sinais de que está bem. Eles sentem que precisam estar ali por ela, em sua hora mais sombria.

Enquanto isso, Alaric e Caroline saem para garantir que o resto da escola também vá dormir. Eles percorrem os corredores, tentando manter a ordem, mas com um coração pesado. Em dez minutos, eles retornam à sala, aliviados por ver que a maioria dos alunos já se recolhera, mas com a sensação de que não fizeram o suficiente.

Freya, por sua vez, faz uma breve pausa para falar com sua esposa e verificar como seu filho está. Ela retorna logo depois, seu rosto pálido e cansado, mas determinado. Sua presença é um conforto para os que ainda estão na sala, mesmo que as palavras pareçam insuficientes diante da incerteza.

• • •

Trinta minutos se passam em um silêncio pesado e cheio de expectativa. Todos na sala estão em um estado de nervosismo tenso, os olhares fixos em Hope, que ainda permanece imóvel. Cada minuto que passa parece uma eternidade, e a esperança começa a se esvair, até que, de repente, um som de respiração inconstante quebra o silêncio.

Hope se senta de repente, a mão estendida em seu pescoço enquanto tenta recuperar o fôlego. Seus olhos se abrem lentamente, cheios de confusão e medo. 

Finalmente ela está Acordada.

FeelingsOnde histórias criam vida. Descubra agora