Capítulo 6

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Olá! Ao contrário do que eu havia planejado, vou fazer uma viagem a trabalho e estarei focada em outros assuntos por alguns dias. Por isso, decidi antecipar a postagem deste capítulo, já que provavelmente não conseguirei fazê-lo na sexta-feira. Espero vê-los em breve! Até logo!



Os olhos de Miranda ficaram fixos na figura de Andrea por longos segundos. Seu cérebro parecia incapaz de processar o que estava acontecendo, e, por um instante, Miranda se perguntou se havia perdido completamente a cabeça. O estresse do momento tomava conta de seu corpo, impedindo-a de perceber detalhes e prestar atenção no que acontecia ao seu redor; seu foco estava centrado no rosto de sua ex-assistente.

O coração de Miranda encolheu ainda mais no peito ao ser atingido pela beleza de Andrea. Os olhos grandes e castanhos eram capazes de lhe tirar o ar. Assim como a editora, Andrea também estava paralisada, tentando acalmar a própria respiração e ignorar a sensação de estar à beira de um colapso.

Miranda estava diferente, igualmente deslumbrante, mas algo havia mudado no seu olhar, notou a jornalista. Andrea sentiu um desejo quase dilacerante de se aproximar e tocar em Miranda, passar a mão pelo seu rosto, sentir os cabelos brancos entre os dedos, abraçá-la e, quem sabe...

"Emily, onde está o meu café?"

A voz de Miranda assustou Andrea, que, em um sobressalto, voltou ao presente. O som era igualmente cortante e baixo, como na época em que era sua assistente.

Antes esquecida completamente, a mulher que havia passado os últimos cinco minutos tentando expulsar Andrea da sala de Miranda entrou no campo de visão da editora e lhe entregou um copo com o logo familiar da Starbucks. Miranda aceitou o café com uma gratidão que obviamente não demonstraria à ruiva; limitou-se a dizer:

"Isso é tudo."

Emily saiu da sala rapidamente e fechou a porta atrás de si, ansiosa para estar longe do que quer que estivesse prestes a acontecer. Definitivamente, ela não estava disposta a presenciar um homicídio. Boa sorte, Andrea.

E por falar em Andrea, ela continuava exatamente onde estava: plantada no meio da sala de Miranda, em pé, sem saber o que fazer com o próprio corpo e com os olhos fixos na sua ex-chefe. Finalmente, o senso de realidade começava a se instaurar, e agora a jovem podia prestar mais atenção na mulher à sua frente. Ah, Miranda estava linda. Ela sempre foi linda, pensou a jornalista.

Como se Andrea fosse apenas um delírio, Miranda seguiu até a mesa de trabalho e sentou-se de frente para o computador, deixando a jornalista confusa e sem reação. Mas que porra?

Andrea virou-se novamente na direção de Miranda e ficou surpresa ao notar que a mulher realmente havia dado início ao seu dia de trabalho, ignorando por completo a presença da jornalista. Estupefata com a situação, Andrea se aproximou de Miranda e, finalmente, ouviu a própria voz pela primeira vez:

"Miranda, eu..."

Miranda sequer levantou o olhar para Andrea; parecia hipnotizada pela imagem que a tela do computador projetava na sua frente, mas, na verdade, estava fazendo um esforço colossal para se lembrar de como a máquina funcionava e para manter o tremor das mãos sob controle. Os anos de prática em fingir desinteresse foram essenciais para garantir que Miranda não se desintegrasse ali mesmo.

"Miranda, nós precisamos conversar" — afirmou Andrea com mais clareza e firmeza na voz, levando arrepios à espinha de Miranda.

"Fora." — respondeu a mais velha, sem olhar para a jornalista.

Cartas de MirandaOnde histórias criam vida. Descubra agora