Cartas de Miranda

Capítulo 37

Chegamos ao último capítulo, e que jornada incrível foi essa! Não consigo expressar o quanto me diverti escrevendo essa história, e quero agradecer a todos que me acompanharam ao longo desse percurso. Muito obrigada, de coração!

Confesso que gostaria de ter incluído mais detalhes nesse capítulo, mas, ao mesmo tempo, sinto que a narrativa já está longa o suficiente e procurei dar um desfecho coerente para as personagens.

Não tenho muito mais a dizer, mas, em resumo: MUITO OBRIGADA!

Espero que possamos nos encontrar em breve em outras fanfics que ainda desejo escrever. Se cuidem! e até logo! <3

"Você parece tão cansada" – comentou Andrea, com uma expressão preocupada no rosto.

Eram sete da noite em Nova York e meia-noite em Milão, mas quem realmente parecia exausta, precisando de horas de sono, era Miranda, e não a jornalista. Fazia pouco mais de um ano que Andrea havia se mudado para a Itália, e as duas mulheres ainda se surpreendiam por o relacionamento à distância estar "funcionando", apesar de inúmeras dificuldades – a começar pelo fuso horário.

Deitada em sua cama, vestida apenas com um robe e com o computador apoiado nas pernas, Andrea observava a namorada do outro lado da tela. Miranda tinha olheiras profundas, os olhos visivelmente cansados, e os ombros caídos, como se carregassem um peso enorme. Andrea sentiu uma vontade imensa de atravessar a tela do computador, abraçar Miranda e ajudá-la a dormir. Miranda vinha dormindo muito mal nas últimas semanas, especialmente estando longe da namorada.

"Prefere falar amanhã e tentar descansar?" – perguntou Andrea.

Sentada à mesa do escritório em sua casa, ainda vestida com as roupas do trabalho, Miranda passou a mão pelos cabelos curtos e balançou a cabeça em negação.

"Não. Eu estou bem, e quero te ouvir." – Miranda apoiou a cabeça em uma das mãos e forçou um sorriso nos lábios. – "Me conta como foi o seu dia."

"Me conta você como foi o seu dia" – pediu Andrea, arqueando uma das sobrancelhas. – "Começando pelo motivo de você estar tão cansada."

A editora massageou a testa, sentindo o cansaço se intensificar só de pensar no trabalho.

"Oh, não, querida. Não me faça falar sobre o meu dia. Me conte sobre o seu e me distraia." – vendo a expressão de dúvida no rosto da jornalista, Miranda insistiu: – "Por favor."

Os últimos meses não estavam sendo fáceis para Miranda, e Andrea sabia disso melhor do que ninguém. Ela já havia passado horas suficientes ouvindo pacientemente a namorada desabafar sobre o trabalho, sempre com um tom de irritação na voz. Andrea, tendo sido assistente pessoal de Miranda, entendia profundamente o quão exigente a editora era, nunca aceitando menos do que a perfeição de quem trabalhava com ela. No entanto, ultimamente, não era a incompetência da sua equipe que enfurecia Miranda, mas a difícil relação que mantinha com Irv, seu chefe.

Trabalhar com o executivo estava se tornando cada vez mais insuportável. Ele exigia o impossível de Miranda em termos de corte de orçamento e parecia se divertir em tornar a vida dela um inferno. Além de ser teimosa, Miranda se recusava a acatar as ordens absurdas de um homem tão medíocre, que claramente só ocupava sua posição por conta de manobras que apenas homens conseguem realizar. Por isso, Miranda estava cada dia mais exausta e irritada.

Quando ela se recusava a falar sobre o seu dia e pedia para Andrea distraí-la, a jornalista sabia que o melhor era não insistir. Andrea entendia que, eventualmente, Miranda se sentiria à vontade para se abrir e compartilhar seus problemas. Assim, Andrea começou a falar sobre seu próprio dia.