Capítulo 4

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Olá, pessoal! Este capítulo não tem muitas reviravoltas, mas é necessário para manter o fluxo da história, e como mencionei antes: se trata de um slow burn :) Obrigada e até breve!



Dentro do quarto, Cassady andava de um lado para o outro enquanto esperava ansiosamente que Caroline finalizasse a leitura de uma das cartas de Miranda. Após minutos que pareciam durar uma eternidade, finalmente, Caroline dobrou novamente o papel que acabou de ler e o posicionou ao seu lado, lugar onde se mantinha sentada e imóvel.

"Eu..." - começou Caroline, sentindo-se um pouco tonta após a leitura - "Se parece com mamãe, ao mesmo tempo, que não tem nada dela."

Cassady parou de andar ao ouvir a irmã e então a encarou:

"Sim, eu pensei a mesma coisa, mas, a escrita é inegavelmente dela." - Caroline concordou com um aceno de cabeça. Com toda certeza aquelas palavras eram de Miranda.

"A gente precisa entregar essas cartas para Andrea." - afirmou Cassady sentando-se ao lado de Caroline na cama, que então a olhou como se Cass tivesse perdido a cabeça.

"Você está maluca?" - perguntou Caroline se esforçando para não gritar, e imediatamente olhou para a porta, com receio que Miranda de repente se materializasse no quarto - "Mamãe nos mataria."

Cassady era conhecida como a gêmea mais ousada por uma razão. A garota revirou os olhos, soltou um suspiro dramático e encarou Caroline:

"Você leu a mesma carta que eu? Mamãe está apaixonada e sofrendo." - Cassady deu ênfase no "sofrendo" e levantou-se para que pudesse ficar em pé e de frente para a irmã - "Você já viu mamãe se referir a alguém como ela o fez nessa carta? Ela escreveu que nunca amou ninguém como amou Andrea."

Caroline respirou fundo, sua irmã tinha razão.

"Eu sabia que ela sentia algo pela Andrea." - afirmou Caroline baixinho - "Lembra-se da maneira como ela referia à Andy antes de Paris?"

Cassady concordou veementemente com um aceno.

"Exato! E além do mais, como vamos nos mudar para outro continente sabendo que mamãe está sofrendo dessa maneira?"

O coração de Caroline ficou pesado no peito imaginando Miranda sozinha na mansão e sentindo saudades não apenas das filhas, como também de Andrea.

"Mas... mas e se a Andy não sentir a mesma coisa?" - indagou Caroline com temor - "Ou PIOR, e se ela nunca tiver sentido? "

Cassady revirou os olhos e abriu um sorrisinho:

"Ah por favor, Carol. Claro que ela sente o mesmo, ou você não se lembra da maneira bobalhona com que ela olhava para mamãe?"

Era verdade, Andrea era péssima em esconder a sua atração por Miranda, as gêmeas sempre brincavam entre si que mais ou cedo ou mais tarde, Andy acabaria dizendo que estava apaixonada.

"Se a gente não entregar essas cartas, mamãe nunca fará isso." - disse Cassady antes de se sentar novamente ao lado de Caroline.

"Você tem razão." - confirmou Carol com convicção - "Pelo menos, estaremos longe quando ela descobrir o que fizemos."

Cassady riu com o comentário da irmã, mas também se sentiu aliviada. Só Deus sabe o que Miranda faria se descobrisse a enorme reviravolta que suas filhas estavam prestes a colocar em prática.



O relógio nem havia chego às 9 horas da manhã e Andrea já tinha finalizado a sua segunda xícara de café. A escritora estava cansada, seus olhos estavam pesados enquanto ela tentava se concentrar no artigo na tela do seu computador. O final de semana não lhe serviu  para descansar, pelo contrário, seu cérebro estava tão agitado que não viu outro caminho a não ser trabalhar durante o sábado e o domingo.

Cartas de MirandaOnde histórias criam vida. Descubra agora