Capítulo 11

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Olá! Como vocês estão? Não tive tempo de responder aos comentários do último capítulo, mas gostaria de agradecer a todos que dedicaram um tempo para lê-lo e compartilhar suas opiniões. Cada uma das suas interações significa muito para mim. Espero que vocês tenham um ótimo final de semana! Até logo <3



"Ok, Lily, você precisa se acalmar e falar mais baixo!"

Andrea olhou ao redor, certificando-se de que nenhum curioso estivesse prestando atenção na mesa que ela compartilhava com Lily no Aurora's Bar. Definitivamente, ela não precisava acordar no dia seguinte com manchetes de revistas de fofoca sugerindo que Miranda Priestly estava envolvida em um romance com sua antiga assistente, quase trinta anos mais jovem. Lily, por outro lado, não estava nem um pouco preocupada com o volume da própria voz. Tudo o que merecia atenção naquele instante era o fato de que, finalmente, Andrea havia procurado a mulher que, há anos, era responsável por suas noites de insônia e relacionamentos amorosos fracassados.

Andrea havia passado os últimos 40 minutos explicando — ou tentando, já que Lily a interrompia a cada frase — o que havia acontecido entre ela e Miranda na semana anterior. Conforme dava mais detalhes, Lily aumentava o volume da voz e sua incapacidade de permanecer mais de cinco segundos sem se remexer na cadeira, como se estivesse prestes a ter um ataque de ansiedade.

"Como você espera que eu reaja depois de me dizer que está namorando a Miranda?" — perguntou Lily, incrédula, segurando um drink em uma mão e mantendo os olhos arregalados no rosto de Andrea.

Andrea não queria falar sobre os últimos acontecimentos de sua vida — especialmente esses acontecimentos — em uma mesa de bar, em uma sexta-feira à noite, após o expediente. Ela preferia ter essa conversa no conforto e na privacidade de seu apartamento. Mas sua melhor amiga havia insistido em ir ao Aurora's, o bar preferido das duas e que não visitavam há muito tempo. Andrea acabou cedendo e, agora, se preocupava com os ouvidos de completos desconhecidos ao seu redor.

"Eu não estou namorando a Miranda", respondeu Andrea, em um tom muito mais baixo que o da amiga.

A jornalista não estava mentindo; realmente, ela e Miranda não estavam namorando. Não houve um momento em que a editora abriu uma caixinha, tirou um anel e perguntou: "Quer namorar comigo?". Na verdade, essa cena provavelmente jamais aconteceria, ponderou Andrea consigo mesma. Ambas decidiram, da maneira mais estranha e específica possível, apertar as mãos e dizer: "Temos um acordo". Andrea não pensou sobre o assunto desde a última vez que viu Miranda; na verdade, essa era a primeira vez que se perguntava o que ela e Miranda realmente eram.

Lily lançou uma expressão desconfiada e ao mesmo tempo incrédula para Andrea, antes de perguntar:

"Ora, mas que porra vocês são, então?" — a pergunta soava impaciente, deixando claro que Lily, mais do que qualquer outra pessoa, estava cansada de esperar pela resolução do relacionamento que ela carinhosamente chamava de "Mirandy". (Andrea gostava desse nome, mas fingia detestar e nem queria imaginar o que Miranda pensaria se um dia o ouvisse.)

"Temos um acordo, apenas isso", respondeu Andrea, quase sem jeito, agora mais consciente da completa ausência de um rótulo para o que ela e Miranda estavam construindo.

Lily terminou o restante do drink que estava em sua mão antes de responder:

"Se você escreve cartas confessando seu amor por uma pessoa, e essa pessoa vai atrás de você para também confessar que te ama e então vocês decidem entrar em um relacionamento através de um 'acordo'..." — Lily fez aspas com os dedos no ar — "soa muito como um namoro para mim. Quer dizer, geralmente quando você está apaixonada e transando com alguém, a gente costuma chamar isso de namoro."

Cartas de MirandaOnde histórias criam vida. Descubra agora