Cartas de Miranda

Capítulo 34

Para compensar todo o sofrimento que vocês enfrentaram com os incontáveis capítulos dessas duas, que tiveram dificuldades para finalmente se acertarem, aqui vai mais um capítulo que definitivamente não deve ser lido em público.

Estamos chegando ao final da jornada de Andrea e Miranda. Tenho apenas mais dois capítulos a serem postados nesta semana. Desde já, quero agradecer a cada um de vocês pela leitura; foi incrível!

Nos vemos em breve! <3

Os olhos de Andrea tentam se adaptar à penumbra. Por um instante, ela se pergunta onde está, já que a textura dos lençóis não é familiar, e há algo de estranho — ela está deitada em uma posição completamente diferente da habitual. Então, a lembrança vem: está no quarto de Miranda, não no seu.

Lembranças da noite anterior invadem a mente de Andrea: a conversa tensa na cozinha de Miranda, onde mais foi dito com olhares do que com palavras, o cuidado atencioso da editora, o banho de banheira... Só de se lembrar do toque de Miranda, Andrea já podia sentir um leve tremor entre as pernas.

Após o banho, Miranda emprestou mais uma vez um de seus pijamas para a jornalista e vestiu uma camisola preta que deixou Andrea sem palavras e com as bochechas vermelhas. Quando se deitaram, Andrea tentou retribuir o que Miranda lhe proporcionara momentos antes na banheira — queria tocá-la, ouvi-la, sentir sua pele contra a sua — mas o cansaço foi mais forte que o desejo. Ao ouvir um suave 'Está tudo bem, descanse, meu bem', vindo dos lábios de Miranda, enquanto lutava contra o sono, Andrea decidiu que dormir seria a melhor escolha. E então, como não fazia há tempos, adormeceu rapidamente, abraçada a Miranda.

Falando em Miranda, ali estava ela, a menos de um palmo de distância. Dormia tranquilamente, a respiração ritmada e serena. Andrea percebe que tudo o que aconteceu valeu a pena, e ela faria tudo de novo se, em troca, pudesse ter Miranda exatamente assim: dormindo ao seu lado, em paz.

Agora, Andrea estava mais desperta do que nunca. Seus olhos já se adaptaram completamente ao quarto, e ela notou que o dia ainda estava nascendo. Ao olhar o relógio de cabeceira de Miranda, constatou que eram pouco mais de seis da manhã.

Tomando cuidado para não acordar a mulher ao seu lado, Andrea se levantou da cama e, em passos lentos, foi até o banheiro. Ainda era cedo, e, pelo que se lembrava, era sábado — felizmente, não teria trabalho naquele dia. Ao pensar no trabalho, ela se lembrou de algo importante que precisava discutir com Miranda, mas, em meio a tantas revelações emocionais, ainda não tinha encontrado o momento certo. Olhando-se no espelho, Andrea decidiu que teria essa conversa naquela manhã, provavelmente depois do café.

Após lavar o rosto e escovar os dentes com a escova que deixou na casa de Miranda — e que a editora ainda mantinha em seu banheiro —, Andrea abriu a porta para voltar à cama. Ela sabia que não conseguiria dormir novamente, então se resignou a ficar acordada, esperando Miranda despertar. Isso não seria um problema; Andrea gostava de observar Miranda dormindo. Pensando no quão estranho Miranda acharia se soubesse que ela a observava enquanto dormia, a jovem voltou para a cama sorrindo. Mas, antes mesmo de se deitar novamente, Andrea ouviu.

"Ah, aí está você. Bom dia."

Existem diferentes tons na voz de Miranda, e Andrea gosta de todos eles: o de editora-chefe da Runway, o de Miranda em casa, ainda autoritário, mas um pouco mais descontraído, o de Miranda consumida pelo desejo, praticamente implorando para ser tocada, e o de Miranda ao acordar. Este último fazia o coração de Andrea bater ainda mais forte, pois era não apenas um afrodisíaco, mas também incrivelmente bonito.