Capítulo 24

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Olá, pessoal! Como vocês estão?

Gostaria de agradecer a todos que me enviaram mensagens e deixaram comentários na minha última postagem. Obrigada pela compreensão e pelo carinho. Estou voltando a escrever aos poucos e já tenho alguns capítulos prontos, que irei compartilhar a seguir. 

Diferente de como eu estava lidando com a escrita há alguns dias, quero voltar a escrever apenas por hobby. Por isso, não devo me forçar a postar capítulos diariamente; vou seguir o meu próprio fluxo e espero que esteja tudo bem para vocês.

Gosto de compartilhar minhas histórias em português aqui no Wattpad, pois sinto que alcanço mais pessoas que são tão apaixonadas por Miranda e Andrea quanto eu. Além disso, conheci leitoras incríveis que me abordaram com muito carinho e gostam da minha escrita. Obrigada pelas interações e feedbacks, eles significam muito <3 

Boa leitura e até breve!



Andrea saiu da mansão de Miranda, deixando a porta bater atrás de si. O som fez a editora dar um pequeno pulo, levando a mão inconscientemente ao peito. Miranda sentiu o coração disparar. Não esperava que Andrea lhe virasse as costas — de novo. Ou talvez esperasse. Talvez quisesse que ela fosse embora, assim poderia dizer a si mesma que estava certa desde o início, que Andrea realmente não merecia sua confiança. Mas, saber que estava certa, não deveria lhe trazer satisfação? Conforto? Por que, então, parecia que o ar havia sido arrancado dos seus pulmões à força?

Um pouco tonta, sem saber se pela partida de Andrea ou pelo álcool que já começava a fazer efeito em seu corpo, Miranda se dirigiu até o sofá, tomando o cuidado de se sentar longe do lugar que há pouco havia sido ocupado por Andrea.

Apesar de ter apoiado as mãos nos joelhos, elas tremiam. Miranda as observou e, então, se permitiu reconhecer o quanto se sentia pequena, como se seu corpo tivesse se comprimido a ponto de mal deixar espaço para seus órgãos. Não era apenas o corpo que reagia; sua mente também estava caótica. Os pensamentos não paravam no mesmo lugar, mas giravam em torno de uma única verdade: ela me deixou.

Miranda não se sentia apenas pequena, mas também sozinha. A solidão era uma velha conhecida, mas há semanas não aparecia, pois Andrea havia preenchido o vazio com sua voz, risada, corpo e presença. Fazia semanas que Miranda não se sentia só, e agora, como se tivesse sido brutalmente arrancada de um sonho do qual não queria acordar, sentiu uma vontade sufocante de vomitar. Sentiu-se patética ao perceber que não tinha ninguém com quem conversar — talvez sua terapeuta, mas a essa hora ela já não estava disponível. Ou suas filhas, mas esse não era um assunto para Cassady e Caroline. Miranda jamais traria seus problemas para elas; havia prometido a si mesma que, como mãe, sempre cumpriria seu papel de adulta.

Era estranho perceber isso, mas Miranda se deu conta do quanto precisava de alguém que a ouvisse. Queria deixar as palavras simplesmente jorrarem de sua boca, sem se preocupar se faziam sentido. Queria que um rosto amigável a escutasse com atenção, afagasse suas costas e, quem sabe, segurasse sua mão. Queria que alguém lhe oferecesse um lenço de papel, um copo d'água e, ao fim de seu monólogo, garantisse que tudo ficaria bem. Mas nada disso seria possível. Miranda não tinha amigos. Sua mãe, a única pessoa em quem confiava cegamente, já havia deixado este mundo há muitos anos. Nem mesmo Vivian, alguém paga para ouvi-la, poderia atendê-la.

Havia um peso em suas costas e algo em sua garganta que obstruía o ar. Percebeu que era cansaço e o choro querendo vir à tona. Miranda odiava chorar, pois sabia que, assim que permitisse as lágrimas a cair, elas não parariam tão cedo. Mas, pensando bem, que mal havia? Não tinha ninguém na mansão, e, por mais que quisesse, sabia que Andrea não voltaria. Então, deixou que as lágrimas viessem.

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